Governo de Pernambuco, diretoria do complexo portuário e representantes da empresa que irá tocar o projeto se reuniram para fazer o anúncio
Um terminal de granéis sólidos minerais começará a ser instalado no Porto de Suape a partir de 2025, gerando cerca de 3 mil empregos diretos e indiretos durante a obra. O complexo portuário fica no município do Cabo de Santo Agostinho, na região Metropolitana do Recife. A área destinada para o empreendimento voltado aos minérios de ferro é de 51,8 hectares. Durante a operação, outros mais de 400 postos de trabalho também deverão surgir. O anúncio do projeto, que vai custar R$ 1,5 bilhão, foi feito em conjunto, esta semana, pelo Governo de Pernambuco, pela diretoria do Porto de Suape e representantes da empresa Planalto Piauí Participações e Empreendimentos S.A., integrante do grupo Bemisa Brasil Operação Mineral S.A., mineradora autorizada pelo Governo Federal a implantar e explorar a Ferrovia do Sertão (EF233), nos 717 quilômetros entre Curral Novo (PI) e o porto pernambucano.
O terminal ficará localizado dentro dos limites da Zona Industrial Portuária (ZIP), na Ilha de Cocaia, com estimativa de movimentar 13,5 milhões de toneladas de minérios de ferro por ano. A ferrovia vai permitir a exportação do produto que a Planalto Piauí Participações e Empreendimentos S.A explora no município de Curral Novo. Lá, existe uma jazida com 800 milhões de toneladas de ferro, maior reserva mineral daquele Estado e uma das maiores do Brasil.
A estimativa do Governo de Pernambuco é de que o terminal tenha capacidade de recebimento e embarque de 50 mil toneladas de minérios de ferro por dia, podendo estocar no pátio 780 mil toneladas do produto. Assim que pronto, o empreendimento deve arrecadar R$ 617,2 milhões em tarifas portuárias e um total de R$ 184,5 milhões pelo arrendamento da área durante 30 anos, que é o tempo estabelecido pelo contrato entre o governo, o grupo empresarial e Porto de Suape.
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“Será mais uma opção logística fundamental, que vai baratear custos e dar uma condição de desenvolvimento para vários setores da economia de Pernambuco. Esse novo terminal também vai potencializar ainda mais a utilização de Suape, ou seja, outros estados e até países terão no porto um novo escoamento de produção, agora através da logística ferroviária”.
Paulo Câmara – Governador de Pernambuco
Como o projeto pode viabilizar a conclusão da Transnordestina
A Bemisa tem autorização do Ministério da Infraestrutura para implantar a ferrovia, mas acontece que o trecho que vai do Piauí a Custódia tem vários pedaços construídos Transnordestina Logística S/A (TLSA). A companhia era quem tocava as obras Ferrovia, iniciada em 2006 e até hoje inacabada.
A TLSA é uma empresa privada do Grupo CSNTLSA, que já anunciou que só irá concluir o trecho que liga a Transnordestina até o Porto de Pecém, no Ceará. O trecho que chegaria ao Porto de Suape foi abandonado.
A polêmica continua rendendo, pois parte da classe empresarial defende que a Bemisa e TLSA deveriam entrar em acordo para concluir o trecho da Transnordestina que ainda falta fazer em Pernambuco. No entanto, a Bemissa informa que vai construir uma nova ferrovia. O grupo é um dos maiores do Brasil no setor de exploração e exportação de minérios.
Desde 2019, a companhia vem negociando sobre o terminal no Porto de Suape com o Governo de Pernambuco para poder escoar minérios pelo litoral pernambucano. No último dia 2 de setembro, a empresa apresentou ao Ministério da Infraestrutura seu interesse em viabilizar a ferrovia.
“Pernambuco foi um Estado que sempre nos recebeu muito bem. A gente já vem discutindo há alguns anos sobre essa possibilidade.”, disse o CEO da Bemisa,
Augusto Lopes – CEO da Bemisa
Com boa expectativas para a geração de emprego, o diretor-presidente do Porto de Suape, Roberto Gusmão, destaca que a chegada do terminal de minérios é um marco importante para a economia da região.
“Somos o principal porto do Nordeste e concentrador de cargas, atualmente distribuídas pelo modal rodoviário e por cabotagem. Com a malha ferroviária, o porto poderá movimentar desde os grãos de soja de Matopiba, na região entre os Estados do Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão, até as frutas do São Francisco e a gipsita do Sertão do Araripe, além de interiorizar cargas como combustíveis, gás de cozinha, cargas conteinerizadas, veículos, entre outras mercadorias, consolidando sua integração à rede logística da região”.
Roberto Gusmão – Diretor-presidente do Porto de Suape