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Projeto bilionário da Vale pode gerar mais de 2600 empregos, mas ameaça a biodiversidade e pode destruir um dos maiores aquíferos do Brasil, responsável por abastecer com água mais de dois milhões de pessoas, dizem especialistas

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 20/07/2024 às 21:14
Mineradora Vale. (Imagem: reprodução)
Mineradora Vale. (Imagem: reprodução)

O Projeto Apolo da Vale, de US$ 2 bilhões, pode ameaçar a biodiversidade e destruir um aquífero vital em Minas Gerais. Especialistas alertam para impactos ambientais irreversíveis. A Vale defende a sustentabilidade do projeto, mas ambientalistas não estão convencidos.

Você sabia que um projeto bilionário da Vale pode destruir um dos maiores aquíferos do Brasil? Ambientalistas alertam para um desastre iminente. O ambicioso Projeto Apolo da Vale, com investimentos de US$ 2 bilhões, promete transformar a mineração no Brasil, mas o preço pode ser alto demais.

Especialistas temem que a expansão da mineração na serra do Gandarela, uma das poucas áreas de Minas Gerais ainda intocadas, possa destruir um aquífero essencial que abastece mais de dois milhões de pessoas em Belo Horizonte e região metropolitana. Segundo ambientalistas e pesquisadores, o impacto ambiental pode ser catastrófico.

A polêmica em torno do projeto

A Vale anunciou a retomada do Projeto Apolo, interrompido por anos devido a tragédias com barragens, com a promessa de um modelo “mais sustentável”. A mineradora afirma que o novo projeto não usará barragens e reduzirá o uso de água nova em 95%, mas ambientalistas não estão convencidos.

Segundo Paulo Rodrigues, do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), em entrevista ao portal Isto é Dinheiro, as pilhas de estéril substituiriam as barragens, mas podem ser ainda mais perigosas, espalhando resíduos durante chuvas fortes.

Paulo Rodrigues ainda destaca a preocupação com o aquífero Cauê, vital para a bacia do Rio das Velhas. Este aquífero, único por sua formação de ferro e canga, permite a entrada de água sem contaminação. A mineração, no entanto, pode destruir o sistema de captação do aquífero, causando danos irreversíveis.

A Vale defende que monitorará os cursos d’água e fará reposição conforme necessário, mas o uso da própria água do aquífero para reposição gera dúvidas sobre a eficácia dessa medida. Segundo o especialista, “quando eu destruo o aquífero e seu mecanismo de captação de água, é irreversível”.

A importância do Parque Nacional da Serra do Gandarela

Criado em 2014, o parque visa proteger parte da serra e o aquífero, mas apenas 50% da área está protegida. A Vale planeja doar parte de suas terras ao ICMBio como compensação ambiental, mas isso não tranquiliza os ambientalistas. O biólogo João Madeira critica a criação do parque sem incluir toda a serra, deixando a área vulnerável à mineração.

Impactos econômicos e sociais do projeto

O Projeto Apolo promete gerar 2.600 empregos temporários durante as obras e 740 empregos diretos após o início das operações. A massa salarial projetada é de R$ 138 milhões, com R$ 151 milhões em impostos. No entanto, a destruição do aquífero pode comprometer o abastecimento de água de milhões de pessoas, colocando em risco a saúde pública e a sustentabilidade da região.

O futuro incerto da mineração na serra do Gandarela

O destino do Projeto Apolo ainda depende de licenciamento ambiental e avaliação das autoridades. Enquanto isso, a Vale promove audiências públicas para defender seu empreendimento. Mas a questão permanece: o desenvolvimento econômico justifica o risco de destruir um recurso natural tão crucial?

E você, acredita que o projeto da Vale trará mais benefícios ou prejuízos para a região? Comente abaixo e participe do debate!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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