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O crescimento da produção de cacau em Minas Gerais reforça o potencial agrícola do Norte do estado, estimulando investimentos, diversificação de culturas e geração de renda sustentável para pequenos produtores
A produção de cacau em Minas Gerais vem ganhando destaque no cenário agropecuário nacional após um levantamento inédito realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG).
O estudo revelou que o estado já conta com 480 hectares cultivados, com uma produção anual estimada em 161 toneladas, segundo uma matéria publicada.
O levantamento, iniciado em março, é o primeiro a mapear oficialmente essa cadeia produtiva, que até então não era acompanhada pelos relatórios de safra da instituição.
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De acordo com o coordenador técnico de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, o avanço do cultivo de cacau surgiu da própria demanda dos produtores locais, que começaram a introduzir a cultura em diferentes municípios, especialmente no Norte mineiro.
A iniciativa fortalece a formulação de políticas públicas e o acesso a novos mercados, facilitando a aproximação entre produtores e compradores interessados na fruta e seus derivados.
Irrigação e cultivo consorciado fortalecem a produção de cacau em Minas Gerais
A expansão da produção de cacau em Minas Gerais está fortemente concentrada em áreas irrigadas.
O município de Jaíba lidera o ranking com 256 hectares, representando 53,3% da área total. Logo atrás estão Janaúba (120 hectares), Bandeira (64 hectares) e Matias Cardoso (25 hectares).
Essas regiões apresentam condições climáticas ideais: alta temperatura, baixa umidade e sistemas de irrigação consolidados.
O cacau, no entanto, exige cuidados específicos. A cultura é sensível ao frio e a ventos fortes, além de demandar um processo rigoroso de fermentação, secagem e armazenamento após a colheita.
Muitos produtores têm optado por consorciar o cacau com a banana, aproveitando estruturas de irrigação já existentes e reduzindo riscos financeiros.
Segundo a Emater-MG, o cultivo também enfrenta desafios, como a baixa oferta de mudas. É necessário planejamento, pois o cacaueiro começa a frutificar entre dois e três anos, mas só alcança níveis comerciais a partir do quarto ano.
Investimentos regionais ampliam perspectivas da produção de cacau em Minas Gerais
Os investimentos privados estão entre os principais impulsionadores da produção de cacau em Minas Gerais.
Em Janaúba, a empresa Rimo Agroindustrial Ltda destinou mais de 100 hectares à cultura, substituindo parte das lavouras de banana.
O gestor da companhia, Geraldo Pereira da Silva, destaca que a mudança foi estratégica diante das alterações climáticas e da redução da competitividade no mercado da banana prata.
O cacau, por ser uma commodity de maior estabilidade, oferece vantagens de estocagem e comercialização, permitindo que o produtor venda de forma planejada, sem depender de variações imediatas de preço.
A expectativa é que, em sete a dez anos, o Norte de Minas alcance entre 8 mil e 12 mil hectares plantados, transformando a região em um polo produtor nacional.
Esse movimento reforça o potencial de diversificação agrícola mineira, estimulando a sustentabilidade e a geração de renda local.
A atuação da Emater-MG no mapeamento e na assistência técnica tem sido essencial para garantir que essa nova fronteira agrícola se desenvolva com eficiência e qualidade.
A produção de cacau em Minas Gerais representa, assim, um marco na modernização da agricultura mineira, aliando tecnologia, irrigação e conhecimento técnico ao fortalecimento das economias regionais.
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