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Problemas de logística prejudicam produção de mineradoras no 2ª trimestre, enquanto siderúrgicas serão beneficiadas com alto EBITDA

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 31/07/2022 às 08:48
O cenário internacional de altos custos e problemas de logística trará uma queda na produção das mineradoras brasileiras neste segundo trimestre, mas as siderúrgicas garantirão um gás na arrecadação de lucros e EBITDA.
Foto: Pixabay

O cenário internacional de altos custos e problemas de logística trará uma queda na produção das mineradoras brasileiras neste segundo trimestre, mas as siderúrgicas garantirão um gás na arrecadação de lucros e EBITDA.

As projeções quanto à produção das mineradoras brasileiras não é nada favorável e deverá haver uma queda na arrecadação dos lucros da companhia, em razão dos altos custos produtivos e dos problemas de logística causados por restrições da China. Já as siderúrgicas brasileiras serão fortemente beneficiadas com o reajuste no preço do aço e poderão crescer significativamente na arrecadação de lucros e EBITDA durante esse período de 2022.

Recuperação da produção das mineradoras brasileiras após primeiro trimestre fraco deverá demorar e as projeções para o segundo trimestre não são favoráveis

O cenário internacional de sanções e fechamentos na cadeia de comercialização de produtos na China causou uma série de problemas de logística às mineradoras brasileiras, que sofrem agora com projeções negativas para o segundo trimestre de 2022.

Após sobreviverem a um primeiro trimestre altamente fraco quanto à produção e à comercialização dos produtos, as mineradoras agora enfrentam um cenário de alta nos custos de produção e problemas na logística produtiva do setor.

Isso, pois a política de fechamento comercial e lockdowns na China, que incluíram fechamentos de cidades e rodízios de teste em massa, causaram uma queda na demanda e distribuição mais lenta. Dessa forma, até mesmo as maiores mineradoras do Brasil, como no caso da Vale, sofrem com problemas de produção, em razão da logística cada vez mais complicada no setor.

Assim, o consenso Mover prevê um lucro operacional medido pelo EBITDA de US$6,48 bilhões para a Vale, segunda maior produtora de minério de ferro do mundo, representando queda de 1% ante o primeiro trimestre.

Já a companhia CSN Mineração, referência mundial no ramo mineral, deverá seguir a queda nos lucros e reduzir 55% na mesma base, para R$1,09 bilhão em EBITDA, em razão dos problemas de logística internacional.

Além disso, Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter, comentou que o custo de produção, que ficou conhecido como Caixa C1, “deve aumentar em linha com a alta dos combustíveis e custos logísticos, levando Vale e CSN Mineração a reportarem uma queda do EBITDA na base sequencial. Nesse caso, a complicação ocorre na chegada dos navios”.

Siderúrgicas não sofrem com problemas de logística e têm produção elevada no segundo trimestre, com fortes projeções de crescimento no EBITDA

Ao contrário do que vem acontecendo com as mineradoras no Brasil, os reajustes no preço do aço anunciados ao longo do ano e as vendas no mercado interno devem dar um gás no balanço trimestral das siderúrgicas brasileiras nesse segundo período do ano de 2022.

Dessa forma, o consenso Mover está projetando uma arrecadação de EBITDA de  R$1,87 bilhão para a Usiminas, alta de 19% frente ao primeiro trimestre, impulsionado pelo reajuste de 80% dos produtos siderúrgicos, o que também está sendo previsto pela própria empresa.

Já a companhia Gerdau deverá aproveitar o momento de alta demanda por aços longos para projetos de infraestrutura em todo o Brasil e conseguirá um aumento na arrecadação monetária após a elevação na produção. Assim, a arrecadação de EBITDA dessa companhia, uma das maiores siderúrgicas do país, deverá subir cerca de 13,3%, para R$6,6 bilhões durante esse segundo trimestre de 2022.

Por fim, a CSN, que também atua no ramo das siderúrgicas nacionais, não conseguirá acompanhar o bom cenário, em razão da queda de arrecadação no ramo da mineração, e o lucro operacional total da empresa deve recuar 28,3% na base sequencial, para R$3,38 bilhões.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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