Trump afirma que Pequim voltou a negociar e que tarifas podem ser revistas, e que venda do TikTok está condicionada à resolução comercial; tensão tarifária entre Trump e China continua em alta.
Em meio a uma escalada nas tensões comerciais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na quinta-feira (17) que a China retomou o diálogo com o governo norte-americano para tratar das tarifas impostas sobre produtos chineses.
A declaração de Trump reacende esperanças de uma possível trégua na guerra comercial, que tem provocado instabilidade global.
“Acredito que vamos fazer um acordo com a China”, declarou Trump durante uma entrevista no Salão Oval. O republicano afirmou ainda que as tarifas podem não aumentar — e, segundo ele, até diminuir — caso as negociações avancem positivamente.
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Guerra tarifária entre EUA e China ganha novo capítulo
A relação entre Trump, China e tarifas tem sido marcada por medidas rígidas e declarações contundentes. No entanto, nos últimos dias, o governo norte-americano demonstrou certa abertura ao diálogo.
Na terça-feira (15), a Casa Branca divulgou um documento detalhando novas tarifas de até 245% sobre produtos importados da China. A medida foi apresentada como resposta às ações consideradas “retaliatórias” por parte do país asiático.
Segundo o texto oficial, as tarifas incluem uma alíquota recíproca de 125%, uma taxa de 20% para lidar com a crise do fentanil e tarifas adicionais — previstas na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA — que variam de 7,5% a 100%.
A aplicação da Seção 301 ocorre quando práticas comerciais de países estrangeiros são consideradas desleais, discriminatórias ou prejudiciais à economia norte-americana.
A investigação dos EUA revelou que a China adota práticas que comprometem a transferência de tecnologia, a proteção de propriedade intelectual e a inovação norte-americana. Os setores mais afetados por essas medidas envolvem tecnologia da informação, robótica, veículos elétricos e aviação.
TikTok vira moeda de troca em disputa por tarifas
Além das tarifas, outro ponto sensível nas negociações entre Trump e China é a venda do TikTok. Trump declarou que o acordo sobre o aplicativo deve ser adiado até que a situação comercial com a China esteja resolvida.
O governo chinês já havia sinalizado que não aprovaria a transação, em aparente retaliação às tarifas impostas por Trump.
Na quarta-feira (16), o porta-voz chinês Li Jian criticou as políticas de “pressão máxima” adotadas pelos EUA, pedindo que o país “abandone ameaças e chantagens” caso deseje um diálogo verdadeiro com a China.
Já a porta-voz da Casa Branca, Katherine Leavitt, reforçou que “a bola está com a China”, indicando que os EUA não pretendem ceder nas tarifas sem contrapartidas concretas.
Trump, China e tarifas: futuro incerto, mas diálogo reaberto
Apesar da retórica firme, a reabertura do canal de comunicação entre Trump e China pode sinalizar uma mudança de postura.
Embora as tarifas continuem sendo uma ferramenta de pressão, o próprio Trump deixou claro que está aberto a negociações.