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Xi Jinping, presidente da China, propõe três passos para o Brics assumir o topo do poder mundial e reescrever as regras do comércio

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 11/09/2025 às 06:05
Xi Jinping, presidente da China, apresenta plano em 3 passos para o Brics assumir liderança mundial, defendendo multilateralismo
Xi Jinping, presidente da China, apresenta plano em 3 passos para o Brics assumir liderança mundial, defendendo multilateralismo
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Durante a cúpula virtual do Brics, Xi Jinping fez um discurso que chamou atenção ao apresentar um plano ambicioso. O líder chinês quer transformar o bloco em um novo centro de poder global, capaz de rivalizar com as potências ocidentais

Com participação do presidente da China, Xi Jinping, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso contundente durante a reunião virtual do BRICS, criticando o uso de tarifas como forma de pressão sobre outros países.

Sem citar nomes, o brasileiro fez uma indireta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao afirmar que medidas unilaterais estão “solapando de forma acelerada e irresponsável” os pilares da ordem mundial.

Participação de Xi Jinping e defesa do multilateralismo

A cúpula foi presidida por Lula e contou com a participação do presidente chinês Xi Jinping, do presidente russo Vladimir Putin e do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, além de outros presidentes.

Xi Jinping afirmou que o mundo vive uma transformação acelerada “nunca vista em um século” e alertou que o hegemonismo, o unilateralismo e o protecionismo estão “cada vez mais desenfreados”.

Segundo ele, os países do Brics, por estarem na vanguarda do Sul Global, devem defender o multilateralismo e o sistema multilateral de comércio.

Ele destacou que é preciso construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade e que isso exige abertura, inclusão e cooperação mutuamente benéfica.

Para isso, apresentou três propostas durante seu discurso intitulado “Avançando em Solidariedade e Cooperação”.

Primeira proposta: fortalecer o multilateralismo

A primeira proposta de Xi foi defender o multilateralismo como forma de garantir a equidade e a justiça internacionais.

Segundo ele, o multilateralismo é “a aspiração compartilhada dos povos e a tendência dominante do nosso tempo”, sendo essencial para a paz e o desenvolvimento mundiais.

Xi mencionou a Iniciativa de Governança Global, que busca mobilizar ações conjuntas em prol de um sistema de governança mais justo e equitativo. Para ele, é importante seguir o princípio de ampla consulta e contribuição conjunta, salvaguardando o sistema internacional com a ONU no centro e a ordem baseada no direito internacional.

Ele defendeu ainda que os países do Sul Global tenham mais representação e voz nas decisões globais. Para isso, disse ser necessário promover reformas que mobilizem os recursos de todos os lados e enfrentem de forma mais eficaz os desafios comuns da humanidade.

Segunda proposta: promover abertura e cooperação

A segunda proposta apresentada por Xi defende a abertura e a cooperação mutuamente benéfica como forma de preservar a ordem econômica e comercial internacional. Para ele, a globalização econômica é uma tendência histórica irresistível e nenhum país pode prosperar isolado.

Ele afirmou que os países do Brics devem trabalhar pela construção de uma economia global aberta e combater todas as formas de protecionismo.

Também ressaltou que o sistema de comércio multilateral, com a Organização Mundial do Comércio no centro, deve ser preservado.

Xi disse que o desenvolvimento deve estar no centro da agenda internacional e que os países do Sul Global precisam participar da cooperação internacional como iguais. Segundo ele, os frutos do desenvolvimento só serão compartilhados se todos tiverem acesso às oportunidades em condições justas.

Terceira proposta: reforçar a solidariedade para o desenvolvimento

A terceira proposta de Xi foi manter a solidariedade e a cooperação para criar sinergias em prol do desenvolvimento comum. Ele lembrou que os países do Brics reúnem quase metade da população mundial, cerca de 30% da produção econômica global e um quinto do comércio global.

Xi afirmou que quanto mais os países do bloco trabalham juntos, mais resilientes e eficazes se tornam diante de riscos e desafios externos. Segundo ele, a China está disposta a implementar a Iniciativa de Desenvolvimento Global em parceria com os demais membros.

Ele disse que o país quer promover a cooperação de alta qualidade do Cinturão e Rota, aprofundar a cooperação prática e tornar as áreas empresarial, financeira, científica e tecnológica mais produtivas. O objetivo, afirmou, é gerar benefícios concretos para os povos e fortalecer o impacto do Brics no cenário internacional.

Apoio de outros líderes e críticas ao unilateralismo

Outros líderes presentes na cúpula também criticaram ações unilateralistas e intimidações que, segundo eles, ameaçam o direito internacional e usam o comércio como ferramenta de interferência em assuntos internos. Para esses líderes, isso compromete a paz e o desenvolvimento mundial.

Eles destacaram que os países do Brics precisam fortalecer a solidariedade, coordenar respostas a crises e defender o sistema internacional de comércio livre e aberto.

Também afirmaram que os interesses do Sul Global devem ser protegidos de práticas que enfraquecem as regras multilaterais.

Os participantes elogiaram a Iniciativa de Governança Global proposta por Xi, afirmando que ela oferece uma direção clara para melhorar a governança global. Segundo eles, a proposta ajuda a injetar estabilidade no cenário internacional e pode fortalecer a representação dos países em desenvolvimento.

Conflitos globais e busca por soluções conjuntas

Durante a reunião, os líderes concordaram em manter o diálogo sobre conflitos em andamento, como a guerra na Ucrânia e o conflito em Gaza. Eles defenderam o uso do Grupo de Amigos pela Paz para tentar resolver a crise ucraniana por meio da diplomacia.

Também reafirmaram apoio à solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina, dizendo que essa é a melhor forma de manter a paz e a estabilidade no Oriente Médio. Segundo os participantes, uma solução pacífica é essencial para evitar novos ciclos de violência.

Eles afirmaram que os países do Brics devem agir de forma unida e responsável diante de conflitos, defendendo sempre o diálogo e a negociação. Para os líderes, a cooperação entre os membros pode ajudar a reduzir tensões e abrir caminhos para acordos duradouros.

Papel do Brics na estabilidade global

Especialistas também comentaram as propostas apresentadas. Wang Lei, diretor do Centro de Pesquisa de Cooperação do Brics na Universidade Normal de Pequim, disse que as ideias de Xi são “muito esclarecedoras” e oferecem orientação importante para enfrentar os desafios atuais.

Segundo ele, o Brics tem um papel relevante no sistema político e econômico global e pode contribuir para a estabilidade.

Por isso, defendeu que os países do bloco fortaleçam ainda mais a solidariedade e a cooperação, o que ajudaria também na reforma do sistema multilateral.

Para Wang, a atuação conjunta do grupo é decisiva porque pode equilibrar as relações internacionais e oferecer alternativas frente às tensões comerciais e políticas. Segundo ele, quanto mais os países do Brics se unirem, maior será sua capacidade de influenciar mudanças estruturais no cenário global.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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