Javier Milei, presidente da Argentina, quer ampliar barreiras na fronteira com o Brasil, espelhando-se no muro de Trump. A medida já está em andamento na Bolívia e pode chegar a Misiones.
O presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a gerar polêmica ao sugerir um endurecimento nos controles fronteiriços com o Brasil.
A medida foi comparada ao plano do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de construir um muro na fronteira com o México.
A proposta argentina já começou a ser implementada na divisa com a Bolívia e pode se expandir para outros países vizinhos.
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Reforço na fronteira com o Brasil
Segundo o portal G1, a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, confirmou a intenção de reforçar a fiscalização na fronteira com o Brasil, especialmente na província de Misiones.
“Além da Bolívia, planejamos expandir essa política para outros pontos de fronteira. Agora, vamos para a fronteira em Misiones com o Brasil, que é uma fronteira onde se entra no país a pé em muitos lugares, e onde tivemos assassinos e problemas”, declarou a ministra em entrevista à rádio argentina Mitre.
Construção de barreira na Bolívia
A iniciativa de Milei começou a tomar forma no norte da Argentina, na província de Salta, onde autoridades locais anunciaram, no último dia 24, a construção de um alambrado de 200 metros de extensão na fronteira com a Bolívia. O objetivo é conter o contrabando e a entrada ilegal de pessoas.
Essa decisão segue uma estratégia mais ampla do governo de intensificar o controle sobre regiões fronteiriças, argumentando que a fiscalização mais rigorosa ajudará no combate ao crime organizado.
Impacto no comércio e segurança
Adrián Zigaran, interventor da cidade de Aguas Blancas, confirmou que a cerca terá 2,50 metros de altura e será instalada no trajeto entre a aduana argentina e um terminal de ônibus.
A barreira se localizará antes do rio Bermejo, uma passagem utilizada para o trânsito de mercadorias ilegais e também para compras de argentinos na cidade boliviana de Bermejo.
O governo argentino tem ressaltado que a entrada descontrolada de produtos sem taxação formal impacta negativamente o comércio local, causando prejuízos a empresas e trabalhadores formais.
“Passam ares-condicionados, geladeiras de duas portas, eletrodomésticos de última geração, como 10 viagens por dia. A verdade é que estão rompendo o tecido comercial de Orán e do norte argentino com esse descontrole de importação de mercadoria ilegal”, afirmou Zigaran.
A preocupação com o contrabando não é nova, mas a implementação de barreiras físicas representa uma escalada na tentativa de conter o problema.
O impacto econômico dessas medidas ainda é incerto, mas comerciantes locais já demonstram preocupação com possíveis efeitos negativos no fluxo de consumidores.
Reação da Bolívia
A decisão já gerou reação da Bolívia. O Ministério das Relações Exteriores boliviano expressou preocupação e alertou que medidas unilaterais podem afetar a relação entre os países.
A diplomacia boliviana defendeu que qualquer ação envolvendo fronteiras deve ser tratada por meio do diálogo bilateral.
“Qualquer medida unilateral pode afetar a boa vizinhança e a convivência pacífica entre povos irmãos”, afirmou um comunicado do governo boliviano.
Plano Güemes e combate ao crime
A construção da barreira faz parte do “Plano Güemes”, lançado pelo governo Milei em dezembro de 2024 para combater crimes federais, principalmente relacionados ao tráfico de drogas.
A região do rio Bermejo é apontada pelo Ministério da Segurança argentino como parte da “Rota da Droga”, sendo um dos principais pontos de entrada de entorpecentes no país.
O plano do governo argentino visa fortalecer a segurança não apenas com barreiras físicas, mas também com reforço policial e maior cooperação entre agências de segurança.
Consequências para o Brasil
A possível ampliação das barreiras para a fronteira com o Brasil levanta debates sobre segurança, comércio e diplomacia.
Enquanto autoridades argentinas defendem a medida como necessária para conter crimes transnacionais, críticos apontam que o fechamento de fronteiras pode gerar prejuízos econômicos e tensões diplomáticas com os países vizinhos.
O Brasil, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre a proposta, mas especialistas indicam que o impacto nas relações bilaterais pode ser significativo.
Além das questões diplomáticas, há preocupações sobre os impactos sociais da medida. Regiões fronteiriças muitas vezes dependem economicamente da circulação de pessoas e mercadorias entre países vizinhos.
Restrições mais rígidas podem prejudicar comunidades locais, que têm no comércio informal uma importante fonte de sustento.
“Se fecharem a fronteira, o que vai acontecer com quem depende das vendas?”, questiona um comerciante da região de Misiones.
O futuro das fronteiras argentinas
O debate sobre a segurança nas fronteiras sul-americanas não é novo, mas a proposta de Milei adiciona um novo elemento à discussão.
A ideia de erguer barreiras físicas levanta questionamentos sobre sua real eficácia no combate ao crime e seus impactos no dia a dia das populações fronteiriças.
O endurecimento nas fronteiras trará mais segurança ou prejudicará a relação entre os países? Deixe sua opinião nos comentários!