Motoristas que utilizam rodovias do litoral paulista devem se preparar: as tarifas de pedágio sofrerão reajuste já no início de julho. A mudança, autorizada pela Artesp, segue os índices de inflação e atinge trechos estratégicos como Anchieta e Imigrantes.
Motoristas que utilizam as principais rodovias do litoral de São Paulo vão se deparar com tarifas mais altas a partir da próxima segunda-feira, 1º de julho.
O aumento foi autorizado pela Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) e está previsto nos contratos de concessão firmados entre o governo estadual e as empresas responsáveis pela operação das estradas.
Os novos valores foram publicados no Diário Oficial do Estado na última terça-feira (25), após aprovação unânime do Conselho Diretor da agência.
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De acordo com a publicação oficial, o reajuste foi calculado com base na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país.
A correção considera o acumulado entre junho de 2024 e maio de 2025.
Em média, as tarifas nas praças de pedágio das rodovias paulistas sofrerão alta de 5,31%, conforme estabelecido nos contratos de concessão, que preveem atualização anual dos valores cobrados.
Novos preços nas rodovias Anchieta e Imigrantes
Rodovias como Anchieta e Imigrantes terão o pedágio reajustado para R$ 38,70 para veículos de passeio, valor que representa um acréscimo de R$ 1,90 por passagem.
O percentual de aumento nestes dois trechos é de 5,16%, ligeiramente inferior à média das demais rodovias afetadas.
A cobrança é por eixo no caso dos veículos comerciais, o que amplia o impacto financeiro para o setor de transporte de cargas.
Outros trechos do sistema viário também terão aumento nas tarifas.
Na rodovia Cônego Domênico Rangoni, o novo preço será de R$ 18,30, com variação de 6,39% sobre o valor anterior de R$ 17,20.
Já na Padre Manuel da Nóbrega, a tarifa subirá de R$ 10,20 para R$ 10,90, um reajuste de 6,86%.
Com isso, motoristas que circulam entre a Baixada Santista e o interior devem se planejar para os novos custos, especialmente em viagens de ida e volta.
Tabela atualizada com os novos valores de pedágio
Rodovia | Valor atual (R$) | Novo preço (R$) | Diferença (R$) | Reajuste (%) |
---|---|---|---|---|
Anchieta (Km 31+106) | 36,80 | 38,70 | 1,90 | 5,16% |
Imigrantes (Km 32+381) | 36,80 | 38,70 | 1,90 | 5,16% |
Cônego Domênico Rangoni (Km 250+464) | 17,20 | 18,30 | 1,10 | 6,39% |
Padre Manuel da Nóbrega (Km 279+950) | 10,20 | 10,90 | 0,70 | 6,86% |
O aumento nos valores leva em consideração a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos e a reposição da inflação registrada no último ano.
A Artesp destacou que as concessionárias são obrigadas a aplicar o percentual indicado no contrato, respeitando os índices oficiais, e que o reajuste é necessário para manter os investimentos e os serviços prestados nas rodovias.
Impactos para quem viaja pelo litoral
As rodovias citadas são operadas pela concessionária Ecovias e fazem parte de um dos principais eixos logísticos do estado de São Paulo.
Elas conectam a capital à região da Baixada Santista, com alto fluxo de veículos diariamente.
Durante os fins de semana e feriados, especialmente na temporada de verão, a movimentação tende a se intensificar, aumentando a relevância do custo do pedágio para os usuários.
O sistema Anchieta-Imigrantes é um dos mais utilizados para o escoamento de cargas e deslocamentos turísticos entre o planalto paulista e o litoral.
Com o reajuste, o custo total de uma viagem de ida e volta entre São Paulo e Santos, por exemplo, ultrapassa os R$ 77 apenas com pedágios para carros de passeio.
Para caminhões com múltiplos eixos, o valor pode ultrapassar os R$ 300 em trajetos longos.
Reações e alternativas debatidas
Apesar dos reajustes serem previstos contratualmente, o impacto no orçamento dos motoristas tem sido motivo de críticas, sobretudo em meio ao aumento do custo de vida e à alta no preço dos combustíveis.
Em diversos fóruns e redes sociais, usuários relatam dificuldades para absorver os aumentos constantes, ainda que pequenos em valor absoluto.
O setor de transporte de cargas também aponta que os repasses nos pedágios afetam diretamente os custos logísticos.
Nos últimos anos, a discussão sobre alternativas mais modernas para o sistema de cobrança tem ganhado espaço.
Soluções como o sistema de fluxo livre (free flow), que permite a cobrança automática sem paradas em praças de pedágio, são debatidas em diferentes esferas.
No entanto, ainda não há previsão de implantação desses modelos nas rodovias paulistas mencionadas.
Exigências contratuais e fiscalização
Segundo a Artesp, as concessionárias são obrigadas a realizar investimentos contínuos em manutenção, sinalização, monitoramento por câmeras, atendimento de emergência e ampliação da capacidade viária.
Em contrapartida, usuários frequentemente relatam congestionamentos em períodos críticos, filas nas praças de cobrança e trechos com asfalto irregular, especialmente fora das vias principais.
Em relação à transparência dos valores cobrados, o governo estadual afirma que as planilhas de custos e os critérios de reajuste estão disponíveis para consulta pública.
O índice utilizado, o IPCA, é calculado pelo IBGE e representa a inflação oficial do país, sendo também a base para a correção de outros contratos públicos e privados no Brasil.
Para quem utiliza essas rodovias com frequência, o novo valor pode representar um acréscimo significativo no fim do mês.
Uma família que viaja quinzenalmente para o litoral, por exemplo, pode gastar quase R$ 310 por mês apenas em pedágios, considerando ida e volta por rodovias com cobrança.
Para empresas de transporte, os custos se multiplicam, principalmente nos veículos com mais eixos.
Valores entram em vigor em 1º de julho
A expectativa é que os novos valores entrem em vigor à meia-noite do dia 1º de julho, conforme estabelecido pela Artesp.
O reajuste é automático, sem necessidade de aprovação legislativa, e tem validade anual.
A próxima atualização ocorrerá em julho de 2026, considerando a inflação acumulada nos 12 meses anteriores.
Diante da nova realidade, a dúvida permanece: até que ponto os reajustes anuais nas tarifas de pedágio continuarão sendo absorvidos pela população sem que surjam alternativas viáveis e acessíveis para todos?