Na última cúpula na França, líderes globais firmaram acordos de descarbonização do transporte marítimo e criação do mercado de carbono azul
No dia 11/02 encerrou o The One Ocean Summit, a primeira cúpula global de alto escalão dedicada à defesa dos oceanos. Reuniu mais de 40 líderes mundiais que se comprometeram a combater a pesca ilegal, descarbonizar o transporte marítimo, reduzir a poluição plástica e criar mercado de carbono azul.
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Conforme o texto original de Gabriel Chiappini, disponível no site da Epbr, o evento durou 3 dias na cidade francesa Brest e é o início de muitos encontros internacionais acerca dos oceanos.
Mais de 100 nações assinaram o Compromisso Brest para os Oceanos, que apresenta resoluções para o transporte marítimo:
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- 22 armadores fizeram compromisso com o rótulo Green Marine Europe, que propõe diminuição de ruído subaquático, de emissões de gases de efeito estufa e de despejamento de óleo;
- 35 atores, que contam com 18 portos mundiais e europeus, concordaram em adiantar o fornecimento de energia elétrica aos navios ancorados para limitar a emissão de poluentes;
- A União Europeia e os países mediterrâneos pretendem solicitar à Organização Marítima Internacional a criação de zona de baixas emissões de enxofre no Mediterrâneo a partir de 2025.
De acordo com Emmanuel Macron, presidente da França e organizador do evento, este ano será decisivo. “Em Brest hoje, precisamos nos comprometer e fazer promessas firmes e claras”, afirmou ele aos demais líderes.
No dia anterior à cúpula, Macron divulgou o crescimento da termeletricidade nuclear no país como tática para alcançar a neutralidade de carbono em 2050.
Mercado de carbono azul
No encontro, Macron ressaltou também a relevância dos oceanos na captura de carbono e propôs uma aliança para aprimorar o mercado de carbono azul, com apoio da Costa Rica e da Colômbia, e de organizações financeiras como Bank of America e HSBC.
O objetivo da associação é reunir projetos de carbono azul e agilizar o financiamento climático que esteja de acordo com a biodiversidade. “Preservar a vegetação subaquática é uma das soluções concretas para o aquecimento global. Hoje estamos lançando uma coalizão pelo carbono azul, para identificar e financiar ações em prol da nossa biodiversidade”, explicou o presidente francês.
O CEO da Conservation International, integrante da coalizão, M. Sanjayan diz: “Planejamos alcançar mais parceiros nas próximas semanas. Essa parceria vai alinhar investidores e implementadores em torno de princípios e prioridades compartilhados”.
Corredores verdes para navios
John Kerry, conselheiro climático dos Estados Unidos, apoiou a utilização de combustíveis sustentáveis e o desenvolvimento de corredores verdes para a descarbonização do transporte marítimo. “Soluções baseadas no oceano são essenciais para o esforço climático. Devemos impulsionar imediatamente para descarbonização do transporte marítimo, por exemplo”, afirmou ele.
“Nos EUA, estamos traçando um caminho para estabelecer e avançar corredores verdes de transporte marítimo, no mercado interno e em todo o mundo. Nossa visão de corredores de transporte verdes será realizada por meio da rápida adoção de combustíveis e tecnologias de emissão zero em todo o setor marítimo”, acrescentou Kerry.
Abdel Fattah Al-Sisi, presidente do Egito, que também tem medidas vigorosas para descarbonizar o transporte marítimo e se tornar um centro de energia renovável, diz: Esses esforços representam uma oportunidade real para reduzir o volume de emissões do setor de transporte marítimo”.
Transporte marítimo no mercado europeu de carbono
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que planejam incluir o transporte marítimo no mercado de carbono da Europa, impulsionando a descarbonização. Ela afirmou, ainda, que têm intenção de criar lei que limita a quantidade dos gases de efeito estufa e oferecer infraestruturas energéticas de baixo carbono nos portos.
Conforme Ursula, o objetivo no Mediterrâneo é combater a poluição. No Báltico e no Mar do Norte, a meta é descarbonizar o transporte marítimo e eletrificar os portos.
O grande destaque foi o lançamento do projeto francês Energy Observer, que criou uma embarcação multiuso à base de hidrogênio verde, que permite o transporte marítimo sem emissões. O conceito do navio está de acordo com a necessidade de renovação das frotas de carga polivalentes de, aproximadamente, 5 mil toneladas brutas, equivalentes a 37% da frota global.
De acordo com Matthieu Giard, integrante do Comitê Executivo encarregado pelas ações de hidrogênio da Air Liquide, o hidrogênio líquido será importante na descarbonização do transporte marítimo: “Esse projeto abre perspectivas importantes ao tocar no setor de transporte pesado, para o qual o hidrogênio é particularmente relevante”.