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Preocupações climáticas impulsionam mercado de carbono azul e novas propostas para o transporte marítimo são discutidas na The One Ocean Summit

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 17/02/2022 às 14:30
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Foto: Reprodução Google Imagens (via Ocean & Climate Platform)

Na última cúpula na França, líderes globais firmaram acordos de descarbonização do transporte marítimo e criação do mercado de carbono azul

No dia 11/02 encerrou o The One Ocean Summit, a primeira cúpula global de alto escalão dedicada à defesa dos oceanos. Reuniu mais de 40 líderes mundiais que se comprometeram a combater a pesca ilegal, descarbonizar o transporte marítimo, reduzir a poluição plástica e criar mercado de carbono azul.

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Conforme o texto original de Gabriel Chiappini, disponível no site da Epbr, o evento durou 3 dias na cidade francesa Brest e é o início de muitos encontros internacionais acerca dos oceanos. 

Mais de 100 nações assinaram o Compromisso Brest para os Oceanos, que apresenta resoluções para o transporte marítimo:

  • 22 armadores fizeram compromisso com o rótulo Green Marine Europe, que propõe diminuição de ruído subaquático, de emissões de gases de efeito estufa e de despejamento de óleo;
  • 35 atores, que contam com 18 portos mundiais e europeus, concordaram em adiantar o fornecimento de energia elétrica aos navios ancorados para limitar a emissão de poluentes;
  • A União Europeia e os países mediterrâneos pretendem solicitar à Organização Marítima Internacional a criação de zona de baixas emissões de enxofre no Mediterrâneo a partir de 2025.

De acordo com Emmanuel Macron, presidente da França e organizador do evento, este ano será decisivo. “Em Brest hoje, precisamos nos comprometer e fazer promessas firmes e claras”, afirmou ele aos demais líderes.

No dia anterior à cúpula, Macron divulgou o crescimento da termeletricidade nuclear no país como tática para alcançar a neutralidade de carbono em 2050. 

Mercado de carbono azul

No encontro, Macron ressaltou também a relevância dos oceanos na captura de carbono e propôs uma aliança para aprimorar o mercado de carbono azul, com apoio da Costa Rica e da Colômbia, e de organizações financeiras como Bank of America e HSBC.

O objetivo da associação é reunir projetos de carbono azul e agilizar o financiamento climático que esteja de acordo com a biodiversidade. “Preservar a vegetação subaquática é uma das soluções concretas para o aquecimento global. Hoje estamos lançando uma coalizão pelo carbono azul, para identificar e financiar ações em prol da nossa biodiversidade”, explicou o presidente francês. 

O CEO da Conservation International, integrante da coalizão, M. Sanjayan diz: “Planejamos alcançar mais parceiros nas próximas semanas. Essa parceria vai alinhar investidores e implementadores em torno de princípios e prioridades compartilhados”.

Corredores verdes para navios

John Kerry, conselheiro climático dos Estados Unidos, apoiou a utilização de combustíveis sustentáveis e o desenvolvimento de corredores verdes para a descarbonização do transporte marítimo. “Soluções baseadas no oceano são essenciais para o esforço climático. Devemos impulsionar imediatamente para descarbonização do transporte marítimo, por exemplo”, afirmou ele.

“Nos EUA, estamos traçando um caminho para estabelecer e avançar corredores verdes de transporte marítimo, no mercado interno e em todo o mundo. Nossa visão de corredores de transporte verdes será realizada por meio da rápida adoção de combustíveis e tecnologias de emissão zero em todo o setor marítimo”, acrescentou Kerry.

Abdel Fattah Al-Sisi, presidente do Egito, que também tem medidas vigorosas para descarbonizar o transporte marítimo e se tornar um centro de energia renovável, diz: Esses esforços representam uma oportunidade real para reduzir o volume de emissões do setor de transporte marítimo”.

Transporte marítimo no mercado europeu de carbono

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que planejam incluir o transporte marítimo no mercado de carbono da Europa, impulsionando a descarbonização. Ela afirmou, ainda, que têm intenção de criar lei que limita a quantidade dos gases de efeito estufa e oferecer infraestruturas energéticas de baixo carbono nos portos.

Conforme Ursula, o objetivo no Mediterrâneo é combater a poluição. No Báltico e no Mar do Norte, a meta é descarbonizar o transporte marítimo e eletrificar os portos. 

O grande destaque foi o lançamento do projeto francês Energy Observer, que criou uma embarcação multiuso à base de hidrogênio verde, que permite o transporte marítimo sem emissões. O conceito do navio está de acordo com a necessidade de renovação das frotas de carga polivalentes de, aproximadamente, 5 mil toneladas brutas, equivalentes a 37% da frota global.

De acordo com Matthieu Giard, integrante do Comitê Executivo encarregado pelas ações de hidrogênio da Air Liquide, o hidrogênio líquido será importante na descarbonização do transporte marítimo: “Esse projeto abre perspectivas importantes ao tocar no setor de transporte pesado, para o qual o hidrogênio é particularmente relevante”.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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