Corte da BYD expõe dilema da China: manter liderança global em elétricos sem comprometer segurança, inovação e sustentabilidade do setor automotivo
A China vive um momento de inquietação com os preços dos carros elétricos produzidos no país. O modelo mais barato já custa US$ 7.700 (R$ 43 mil), valor que, segundo o governo, pode comprometer investimentos em pesquisa e gerar riscos de segurança.
A capacidade chinesa de fabricar veículos elétricos a preços reduzidos já provocou reações internacionais, levando outros países a investigar subsídios e criar barreiras comerciais.
O mais importante é que agora o alerta parte do próprio governo chinês. Para autoridades, a disputa por preços cada vez menores não dá sinais de recuo e expõe problemas estruturais da economia.
-
Qual será a autonomia do novo BYD Dolphin 2026?
-
Brasil lança fundo inédito de € 80 milhões para acelerar eletrificação da frota de ônibus elétricos e impulsionar mobilidade urbana sustentável nas cidades brasileiras até 2030
-
Geely EX2 chega ao Brasil pra ‘brigar’ com BYD Dolphin: hatch elétrico tem até 289 km de autonomia e preço abaixo de R$ 140 mil
-
BYD traz ao Brasil o carregador de carro elétrico mais rápido do mundo, com potência de 1 MW e recarga de 400 km em 5 minutos
Corte agressivo da BYD
No dia 23 de maio, a BYD, maior montadora de elétricos da China, surpreendeu o mercado ao reduzir o valor de 22 modelos, entre elétricos e híbridos. O Seagull, hatchback de entrada, passou a custar 55.800 yuans (US$ 7.700 ou R$ 43 mil).
Esse corte veio apenas dois anos após o lançamento do modelo, então vendido por 73.800 yuans (R$ 57 mil).
A queda acentuada reforçou a preocupação sobre o impacto dessa estratégia no maior mercado automotivo do mundo.
Alerta do Ministério da Indústria
No dia 31 de maio, o Ministério da Indústria da China declarou à agência estatal Xinhua que “não há vencedores na guerra de preços, muito menos um futuro”. A frase destacou o temor de que a disputa agressiva comprometa a sustentabilidade do setor.
Além disso, o órgão prometeu atuar para conter a concorrência excessiva. O objetivo é evitar que cortes sucessivos prejudiquem a capacidade de investimento em pesquisa e desenvolvimento, fator essencial para manter a competitividade e garantir padrões de segurança.
Desafio interno para o setor
A pressão por preços baixos, antes vista como vantagem no cenário global, agora é tratada como risco doméstico.
Portanto, a China se vê diante do dilema de manter a liderança na produção de elétricos sem sacrificar a qualidade e a inovação.
Esse cenário mostra que a corrida para vender mais barato pode se transformar em uma ameaça para a própria indústria que ajudou a criar.
Com informações de Correio do Estado.



-
Uma pessoa reagiu a isso.