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John Bolton alerta que acordo dos EUA fará do Irã um “melhor parceiro” para a Rússia e representará uma ameaça para o mundo!
Irã anunciou que recebeu a resposta dos EUA referente a proposta ‘final’ para um acordo nuclear apresentado pela União Europeia, representando um novo avanço no intercâmbio diplomático que se desenvolveu nas últimas semanas para reviver o pacto assinado em 2015, que pode colocar o petróleo da República Islâmica de volta ao mercado de exportação. A notícia repercutiu e impactou diretamente no preço do petróleo, que chegou a cair até US$ 6 o barril no dia 30 de agosto.
“[Começámos] uma revisão detalhada dos comentários feitos ao texto feitos pela contraparte americana”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Nasser Kanani. O Ministério avançou que “O Irã emitirá sua reação [à proposta dos EUA] através da UE [que exerce o trabalho de coordenar as conversações entre Washington e Teerã]”.
O acordo tinha ficado paralisado desde 2018, após a retirada dos EUA ordenada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. As conversações para salvar o pacto nuclear começaram em abril de 2021 em Viena, com a participação indireta dos EUA. Entre 4 e 8 de Agosto, realizou-se a última sessão destas negociações, após a apresentação de uma proposta ‘final’ pela UE, aceite pelo lado iraniano. O alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, declarou que “o que pode ser negociado foi negociado e agora está em um texto legal”.
Governo Biden está cometendo um ‘erro impressionante’ ao retomar acordo nuclear com o Irã
O conselheiro de segurança nacional do ex-presidente Donald Trump, John Bolton, disse que o governo Biden está cometendo um “erro impressionante” ao tentar retornar a um acordo nuclear com o Irã, e argumentou que o acordo faria do Irã um “melhor parceiro” para a Rússia e representaria uma ameaça não apenas para a região do Oriente Médio, mas também para o mundo.
“Acho que a consequência imediata, obviamente, será a descongelação de bilhões de dólares de ativos iranianos, que voltarão sob seu controle, com seu critério para gastá-lo em seu programa nuclear, seu apoio ao terrorismo internacional no Oriente Médio e além”, disse Bolton a Dan Murphy, da CNBC. “É realmente um erro impressionante da administração Biden.”
O Conselho de Segurança Nacional dos EUA, refutou Bolton, dizendo que o Irã não obteria alívio de sanções sem inspeções “reais”.
Se o acordo original de 2015 voltasse, “o Irã não receberia nenhum alívio de sanções, ausente de impor restrições significativas e verificáveis em seu programa nuclear e retornar às inspeções mais abrangentes [o] regime já negociado”, disse uma porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Becky Farmer.
A ressurreição do acordo depende de um ponto de discórdia — uma investigação de longa data da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre vestígios de urânio em três dos locais nucleares não declarados do Irã anos atrás. Teerã quer que a investigação seja encerrada, algo que a agência e os governos ocidentais se opõem.
República Islâmica foi o quinto maior produtor de petróleo entre os membros da OPEP em 2020
No ano passado, os signatários do acordo original começaram o primeiro do que se tornaria muitas rodadas de negociações em Viena para reviver o acordo. O governo Trump se retirou do acordo em 2018.
Sob o acordo de 2015, formalmente conhecido como Plano de Ação Abrangente Conjunto ou JCPOA, o Irã teria desmantelado grande parte de seu programa nuclear e permitido mais inspeções internacionais em troca de alívio de sanções econômicas.
O Irã, que foi o quinto maior produtor de petróleo entre os membros da OPEP em 2020, pode aumentar suprimentos adicionais de petróleo bruto após a materialização de um acordo. Isso ofereceria algum alívio a um mercado global que passa por crise energética.
Parceria entre Rússia, China e Irã teria implicações globais
Bolton alertou que o levantamento das sanções poderia levar o Irã a estabelecer laços mais estreitos com a Rússia.
“Acho que é lógico que, aliviado das sanções internacionais, um Irã mais rico e mais forte se aproximará da Rússia. … Ao ajudar a libertar o Irã das sanções econômicas, ele o torna um parceiro melhor para a Rússia.”
Bolton observou que a Rússia e a China têm um “enter” existente e que uma parceria de três vias entre a Rússia, a China e o Irã teria implicações globais.
