Greve indeterminada dos caminhoneiros, a partir de 25 de julho, contra o aumento nos preços dos combustíveis, não intimida a Petrobras que fez novo reajuste nos preços do diesel, gasolina e GLP
Preços da gasolina, diesel e do gás de cozinha nas alturas não impediram a Petrobras de aumentar ainda mais os combustíveis ontem (06/07), que iniciou com um soco no bolso dos caminhoneiros e milhões de brasileiros que padecem em consequência dos aumentos desproporcionais em relação à renda atual. O novo aumento que passou a valer a partir de ontem pegou de surpresa a direção do Conselho Nacional do Transporte de Cargas – CNTRC, haja visto que houve uma reunião “positiva” da entidade realizada há apenas uma semana com o presidente da Petrobras.
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Em uma reunião realizada há apenas uma semana com o presidente da Petrobrás, Gen. Silva e Luna, o conselho recebeu a informação de que sua proposta de política de preços estava em análise pela companhia.
A proposta de política de preços apresentada pelo CNTRC tem como base a substituição do Preço de Paridade de Importação (PPI) pelo Preço de Paridade de Exportação (PPE), bem como a taxação das exportações de petróleo bruto, cujas receitas seriam utilizadas para compensar estados e União para efetivarem reduções de impostos nos combustíveis.
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Para os dirigentes do CNTRC, é inadmissível que a direção da Petrobras atenda a pressões de organismos como a Associação Brasileira de Importadores de Combustiveis – ABICOM. A entidade alega que “de brasileira não tem nada, pois atende aos interesses de empresas estrangeiras e do mercado de capitais, como a Ativa Investimentos”.
Conselho Nacional do Transporte de Cargas envia ofício ao presidente da Petrobras pedindo a revogação dos aumentos
Ontem mesmo, o CNTRC enviou ofício ao presidente da Petrobras pedindo a revogação dos aumentos (confira o arquivo neste link). Além do ofício, o Conselho Nacional do Transporte de Cargas emitiu uma nota para a imprensa esclarecendo sua posição, que está disponível neste link.
O problema é muito mais grave do que pode parecer, pois não atinge apenas a categoria de caminhoneiros e suas famílias (milhões de brasileiros), mas dezenas de milhões de brasileiros que hoje padecem em consequência dos aumentos desproporcionais dos combustíveis em relação à renda da população.
“É preciso dar um basta nesta situação e libertar a Petrobras da extorsão de importadores e investidores do mercado de capitais”, diz Cláudio da Costa Oliveira, Economista da Petrobrás aposentado.
Terça-feira (06/07) inicia com um soco no bolso dos brasileiros: mesmo com os preços nas alturas, a Petrobras aumenta mais uma vez o preço da gasolina, diesel e do gás de cozinha
Mesmo com o preço da gasolina, diesel e do gás de cozinha disparado, a petroleira brasileira Petrobras decidiu aumentar, a partir desta terça (6), em 10,2 centavos o diesel, que passou a custar R$ 2,81, representando um aumento médio de 3,8% por litro. O preço do combustível mais utilizado no país, estava congelado desde 1º de maio, há 66 dias.
A gasolina entregue às distribuidoras e o gás de cozinha (GLP) também sofreram aumentos, afetando ainda mais o bolso dos consumidores domésticos. Desde 2019, não há mais diferenciação de preços do GLP.
A gasolina subiu 15,7 centavos, para R$ 2,69 por litro, uma alta de 6,2%. Há 22 dias, em 12 de junho, a Petrobras havia reduzido os preços em cerca de 2%. Em 1º de maio, também fez um corte no mesmo patamar.
Greve indeterminada dos caminhoneiros, a partir de 25 de julho, contra o aumento nos preços dos combustíveis praticados pela Petrobras
Na semana passada, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, recebeu a diretoria do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC). A associação vem falando em realizar uma greve dos caminhoneiros desde o mês passado.
“O transporte modal rodoviário é muito importante para o Brasil. A Petrobras busca compreender os atores da sociedade, avalia a melhor forma de contribuir com todos eles e está sempre aberta ao diálogo”, afirmou Silva e Luna, segundo nota da Petrobras.
Greve dos caminhoneiros: toda categoria é convocada pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas – CNTRC, através de nota, para uma paralisação, por prazo indeterminado, a partir do próximo dia 25 de julho, dia do caminhoneiro (São Cristovão). Cristovão significa “aquele que carrega Cristo”. Clique aqui para ler a íntegra da nota divulgada.
Em 2018, os caminhoneiros promoveram uma greve histórica contra o valor do diesel
A demanda dos caminhoneiros, que chegaram a promover uma greve histórica contra os preços do diesel, em 2018, segue-se ainda a constantes reclamações do próprio presidente Bolsonaro sobre o custo dos combustíveis.
Na carta enviada ao presidente Bolsonaro, a CNTRC pede que o Governo adote a taxação de exportações de petróleo bruto “como medida imediata”, enquanto outros pleitos devem ser analisados, como o fim da busca pela paridade de importação.
“Os recursos advindos da taxação na exportação de petróleo bruto poderão ser utilizados para compensar Estados e União na redução de impostos sobre combustíveis”, sugeriu o grupo de caminhoneiros.
Desde que Luna tomou posse, em 19 de abril, a Petrobras realizou apenas um reajuste de preços (um recuo para gasolina e diesel), anunciado em 30 de abril. O cenário internacional contribuiu, uma vez que os preços tiveram uma certa estabilidade.