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Potencial brasileiro para energia eólica offshore: Brasil pode liderar globalmente a exploração, impulsionar a descarbonização e transformar a indústria com apoio da OEP

Escrito por Hilton Libório
Publicado em 06/11/2025 às 09:20
Parque eólico offshore com turbinas alinhadas sobre fundações amarelas no oceano, sob céu parcialmente limpo ao amanhecer ou entardecer.
Foto: Potencial brasileiro para energia eólica offshore: Brasil pode liderar globalmente a exploração, impulsionar a descarbonização e transformar a indústria com apoio da OEP
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O Brasil se destaca no cenário global da energia eólica offshore, com apoio da OEP e debates no Brazil Windpower 2025, impulsionando a transição energética e atraindo novos investimentos sustentáveis

Durante o evento Brazil Windpower 2025, realizado em São Paulo, a Ocean Energy Pathway (OEP) destacou que o Brasil possui condições técnicas e estruturais para liderar a exploração global da energia eólica offshore, tornando-se um dos polos mais promissores da transição energética mundial, segundo uma matéria do site Portos e Navios publicada nesta quarta-feira (5).

O encontro reuniu especialistas, autoridades e representantes da indústria que reforçaram a importância de acelerar a criação de um marco regulatório robusto e ampliar a disseminação de informações sobre o tema. Segundo a OEP, a energia eólica offshore pode transformar a matriz elétrica brasileira e impulsionar o desenvolvimento industrial e socioeconômico.

OEP destaca potencial brasileiro em energia eólica offshore

O Brasil conta com uma das maiores extensões costeiras do planeta — mais de 7,4 mil quilômetros — e apresenta ventos fortes e estáveis em boa parte do litoral. Esses fatores, combinados à infraestrutura já existente do setor de petróleo e gás, tornam o país especialmente atraente para a implantação de parques de energia eólica offshore.

De acordo com estudos do Banco Mundial e do Ministério de Minas e Energia, o potencial técnico brasileiro ultrapassa 1.200 gigawatts (GW), sendo aproximadamente 480 GW em áreas de fundação fixa e 748 GW em locais de fundação flutuante. Isso equivale a quase dez vezes a capacidade elétrica instalada atual do país.

Além do potencial natural, o Brasil possui vantagens logísticas e industriais: portos de grande calado, estaleiros ativos e uma base técnica consolidada em engenharia offshore. Esses fatores reduzem custos operacionais e facilitam a adaptação da indústria nacional à nova demanda energética.

Desafios para a transição energética segundo OEP

Durante o Brazil Windpower 2025, a OEP destacou que o principal entrave para o avanço da energia eólica offshore é a ausência de um marco regulatório específico. O país ainda depende de processos de licenciamento ambiental complexos, sem uma estrutura clara para leilões ou concessões.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já analisa diversos pedidos de licenciamento para projetos em estados como Ceará, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. No entanto, especialistas afirmam que o progresso dependerá de normas federais que garantam segurança jurídica e previsibilidade aos investidores.

A transição energética também depende da expansão da rede de transmissão e da atualização de portos e terminais. Sem uma infraestrutura adequada, a integração de novos parques offshore à matriz nacional será mais lenta e onerosa.

Cadeia de suprimentos e sinergias com a indústria naval

Outro ponto de destaque é o potencial de integração da energia eólica offshore com setores já consolidados, como o naval e o de petróleo e gás. Portos como o do Pecém (CE) e o do Açu (RJ) têm infraestrutura capaz de receber embarcações de grande porte e apoiar as operações de montagem e manutenção das turbinas.

Segundo associações do setor, o Brasil já possui uma base de fornecedores apta a atender parte das demandas da nova cadeia produtiva. O conhecimento técnico acumulado em décadas de exploração offshore de petróleo é um diferencial competitivo para o país.

Essa sinergia pode gerar milhares de empregos diretos e indiretos, promover inovação tecnológica e reduzir a dependência de equipamentos importados, fortalecendo o conteúdo local e a economia nacional.

O papel estratégico da OEP e do Brazil Windpower 2025

No painel “Tendências do Mercado Global: Energia Eólica Offshore”, a OEP ressaltou que o Brasil é hoje um dos mercados mais promissores do mundo em potencial energético marinho. A organização sem fins lucrativos tem atuado na promoção de estudos técnicos e no apoio a políticas públicas voltadas à energia renovável.

Ainda no evento Brazil Windpower 2025, a OEP enfatizou a importância de fortalecer a cooperação entre governo, empresas e sociedade civil. A meta é garantir que a expansão da energia eólica offshore ocorra de forma estruturada, com respeito ambiental e benefícios sociais duradouros.

A entidade também destacou a relevância de ampliar o conhecimento público sobre os impactos positivos da energia eólica offshore, desmistificando receios sobre os efeitos ambientais e reforçando a importância da descarbonização da matriz elétrica.

Principais entraves econômicos e ambientais

Apesar do potencial elevado, os custos iniciais de implantação ainda são altos. Estudos indicam que o custo nivelado de energia (LCoE) dos primeiros projetos no Brasil pode iniciar em cerca de US$ 64 por megawatt-hora (MWh), com tendência de queda para US$ 40 a 52/MWh até 2050, conforme a escala e o avanço tecnológico.

Outro desafio é a necessidade de ampliar a capacidade de transmissão de energia das áreas costeiras para os grandes centros consumidores. A construção de portos especializados e bases de apoio marítimo também será indispensável.

Do ponto de vista ambiental, o desenvolvimento dos projetos requer estudos detalhados sobre impacto em rotas migratórias, fauna marinha e comunidades pesqueiras. A avaliação precisa ser integrada e participativa, garantindo transparência e aceitação social.

Benefícios econômicos e sociais da energia eólica offshore

A expansão da energia eólica offshore pode gerar transformações profundas na economia brasileira. Estimativas apontam para a criação de mais de 500 mil empregos diretos e indiretos até 2050, entre construção, operação e manutenção dos parques.

O investimento no setor também tem potencial de movimentar até US$ 168 bilhões em valor agregado, estimulando a indústria metalúrgica, naval e elétrica. Além disso, a diversificação da matriz energética aumenta a resiliência do sistema, reduz a dependência hidrelétrica e assegura maior estabilidade durante períodos de seca.

Outro ponto relevante é o estímulo à produção de hidrogênio verde, combustível que pode posicionar o Brasil como exportador de energia limpa. A combinação entre energia eólica offshore e infraestrutura portuária cria as condições ideais para desenvolver polos industriais voltados à exportação sustentável.

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Caminhos para o Brasil liderar a energia eólica offshore

Para que o Brasil alcance a liderança global no setor, especialistas indicam um conjunto de ações prioritárias. A primeira delas é a definição de metas nacionais claras para a geração offshore até 2050, com políticas de incentivo à pesquisa e à inovação tecnológica.

Também é essencial adotar um planejamento espacial marinho, delimitando áreas aptas para instalação de turbinas, considerando aspectos ambientais e de navegação. Esse mapeamento reduzirá riscos regulatórios e atrairá investimentos de longo prazo.

A modernização da rede elétrica, o fortalecimento de portos estratégicos e a criação de um fundo de financiamento verde são medidas urgentes para viabilizar os primeiros empreendimentos. A integração com universidades e centros de pesquisa pode acelerar o domínio tecnológico e reduzir custos ao longo do tempo.

Por fim, é fundamental investir em educação e comunicação pública, mostrando os benefícios sociais e ambientais da energia eólica offshore. A aceitação social é um pilar determinante para consolidar a transição energética no país.

Mais do que uma fonte alternativa, trata-se de uma oportunidade de reindustrializar o Brasil e consolidar sua posição na nova economia global de baixo carbono. O futuro energético do país está no mar — e o momento de agir é agora. 

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Hilton Libório

Hilton Fonseca Liborio é redator, com experiência em produção de conteúdo digital e habilidade em SEO. Atua na criação de textos otimizados para diferentes públicos e plataformas, buscando unir qualidade, relevância e resultados. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras, Energias Renováveis, Mineração e outros temas. Contato e sugestões de pauta: hiltonliborio44@gmail.com

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