Relatório aponta que a Índia deve ultrapassar os EUA até 2030, tornando o BRICS a 2ª maior economia mundial, atrás apenas da China.
O relatório mais recente da Economy Watch trouxe uma previsão que pode redefinir o cenário econômico internacional nas próximas décadas: a economia do BRICS deve ultrapassar os Estados Unidos e assumir o posto de 2ª maior economia global até 2030. O movimento é impulsionado sobretudo pela expansão econômica dos BRICS, liderada pela Índia e pela China, e representa uma mudança histórica na correlação de forças entre países emergentes e potências tradicionais.
Crescimento do BRICS e projeções para 2030
A consultoria EY estima que o PIB da Índia atinja US$ 20,7 trilhões em 2030, alcançando US$ 34,2 trilhões até 2038 em paridade de poder de compra (PPC). Isso colocaria o país à frente dos Estados Unidos, consolidando-o como a 2ª maior economia mundial, atrás apenas da China. Atualmente, o FMI calcula o PIB indiano em US$ 14,2 trilhões (PPC) em 2025, valor três vezes superior ao registrado em câmbio de mercado.
Esse desempenho reforça o papel da Índia como motor da expansão econômica dos BRICS, um bloco que já representa mais de 30% do PIB global. Em termos de PPC, a Índia já ocupa a terceira posição, devendo superar a Alemanha em 2028 também pelo critério de mercado.
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China e o avanço histórico sobre a hegemonia americana
Enquanto a Índia projeta crescimento acelerado, a China já consolidou sua posição como a maior economia mundial em PPC.
O dinamismo do país pressiona a hegemonia dos Estados Unidos, que veem sua participação relativa no PIB global diminuir. Para os analistas, o avanço chinês combinado ao protagonismo indiano transforma os países emergentes em protagonistas da economia global até 2030.
A integração de infraestrutura, tecnologia e comércio entre os membros do bloco econômico BRICS fortalece esse movimento. Além disso, a expansão para novos membros, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, reforça a base energética e financeira do grupo, garantindo maior resiliência frente a choques externos.
Tarifas americanas e desafios para a Índia
O relatório também aponta obstáculos. As tarifas impostas por Washington desde agosto podem impactar parte das exportações indianas, avaliadas em mais de US$ 48 bilhões.
Setores como têxteis, pedras preciosas, joias, couro e camarão estão entre os mais afetados, enquanto farmacêuticos e eletrônicos ficaram de fora das medidas.
O impacto estimado é de até 0,9% do PIB indiano, mas pode ser reduzido para 0,3% ou até 0,1% caso o governo consiga redirecionar exportações e estimular o consumo interno. Isso significaria uma queda mínima no ritmo de crescimento, de 6,5% para 6,4%, mantendo a trajetória positiva.
Fundamentos que sustentam o crescimento do BRICS
O relatório destaca que, apesar das tensões comerciais, a Índia mantém fundamentos sólidos que garantem o avanço:
- População jovem e qualificada;
- Altos índices de poupança e investimento;
- Nível de endividamento sustentável;
- Foco em tecnologia e inovação.
Esses fatores estruturais são vistos como determinantes para que a Índia e outros membros do BRICS mantenham taxas elevadas de crescimento. A força da demanda interna e a diversificação comercial são elementos centrais para blindar o país contra choques externos.
Comércio bilateral e dependência dos EUA
Em 2024-25, os Estados Unidos foram destino de 20% das exportações indianas, totalizando US$ 86,5 bilhões em vendas.
O comércio bilateral somou US$ 131,8 bilhões, incluindo US$ 45,3 bilhões em importações. Essa dependência mostra como as tarifas podem afetar a economia, mas também ressalta a urgência da Índia em diversificar mercados.
A expectativa é que, com o fortalecimento do bloco econômico BRICS e a aproximação com a ASEAN e o Oriente Médio, a Índia consiga reduzir a vulnerabilidade às medidas protecionistas americanas.
O novo tabuleiro global até 2030
Com o avanço da Índia e a consolidação da China como potência dominante, os países emergentes assumem protagonismo em um novo tabuleiro global. A ascensão da economia do BRICS desafia a estrutura tradicional de poder liderada pelos Estados Unidos e Europa, abrindo espaço para uma ordem mais multipolar.
A disputa, porém, não será apenas econômica. Questões como segurança energética, avanços tecnológicos, cadeias de suprimento e política externa estarão no centro da rivalidade entre BRICS e potências ocidentais.
O fato é que, se as projeções se confirmarem, até 2030 a Índia deve se consolidar como a 2ª maior economia global, atrás apenas da China, alterando de forma irreversível a dinâmica econômica e geopolítica mundial.
E você, acredita que o avanço da Índia e da China dentro do BRICS representa o início do fim da hegemonia americana ou haverá espaço para uma convivência estratégica entre as maiores economias do planeta?