Para receber navios maiores, Porto de Itajaí inicia processo de remoção do navio Pallas, naufragado há 130 anos na entrada do canal.
Em uma medida estratégica para destravar o crescimento da infraestrutura logística em Santa Catarina, o Porto de Itajaí deu início, na última terça-feira (6), ao processo formal para a remoção do navio Pallas, embarcação naufragada há mais de 130 anos na foz do rio Itajaí-Açu.
A operação é considerada essencial para liberar a entrada de navios de até 366 metros e tornar o complexo portuário mais competitivo frente aos principais corredores marítimos internacionais.
Encontro reúne autoridades e setores estratégicos
A primeira reunião oficial sobre o tema foi realizada no auditório da Superintendência do Porto de Itajaí e contou com a presença de representantes da Marinha do Brasil, Polícia Federal, Portonave, sindicatos, Autoridade Portuária de Santos (APS), além de trabalhadores e integrantes da sociedade civil.
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A ação faz parte de um conjunto de iniciativas definidas na Portaria nº 035, assinada em 8 de abril, que criou uma comissão multidisciplinar para acompanhar os estudos técnicos e a execução da retirada.
Obstrução histórica limita expansão do canal
O navio Pallas, construído em 1891 na Inglaterra, operava no transporte de carga frigorificada entre Rio de Janeiro e Buenos Aires.
Em 1893, durante a Revolta da Armada, a embarcação naufragou próximo ao molhe norte, no lado de Navegantes, permanecendo até hoje submersa em um ponto estratégico da entrada do canal de acesso ao porto. Seu casco é apontado como um entrave técnico relevante para a ampliação da estrutura náutica da região.
“A operação vai destravar o potencial do complexo portuário, permitindo a recepção de navios de até 366 metros”, afirmou o superintendente João Paulo Tavares Bastos, que também destacou o impacto positivo da ação na economia local.
Nova etapa envolve estudo técnico e articulação institucional
A Superintendência do Porto de Itajaí já acionou a APS para dar início ao processo de licitação que contratará a empresa responsável pelo estudo técnico de viabilidade.
Paralelamente, serão formalizados os próximos passos junto à Marinha, ao IPHAN e ao Ministério da Cultura, buscando alinhamento institucional e respeito aos aspectos históricos e ambientais da operação.
“O porto está cinco gerações atrasado. Navios de 365 metros já operam na costa oeste da América do Sul. Precisamos conectar Itajaí a essa rota”, destacou Bastos, apontando a urgência da remoção.
Potencial de geração de empregos e desenvolvimento regional
Além de seu valor técnico, a retirada do navio Pallas carrega simbolismo econômico.
Com a ampliação da capacidade operacional do Porto de Itajaí, a expectativa é de maior movimentação de cargas, aumento da receita portuária, geração de empregos e estímulo direto ao desenvolvimento regional.
“Mais do que uma questão técnica, essa remoção representa avanço econômico. Com mais navios atracando, geramos receita, empregos e fortalecemos o papel do porto como motor de desenvolvimento da região”, concluiu o superintendente.