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Por que grandes navios resistem a ondas gigantes em tempestades e não afundam?

Escrito por Rafaela Fabris
Publicado em 08/03/2024 às 16:15
Por que grandes navios resistem a ondas gigantes em tempestades e não afundam?
Foto: Divulgação

Entre a engenharia e a tecnologia, como o casco do navio garante segurança em alto-mar, saiba tudo!

Em meio a tempestades furiosas e ondas monstruosas, os grandes navios permanecem imponentes, desafiando as forças da natureza com uma tranquilidade quase desconcertante. A chave para esse fenômeno não é apenas uma questão de tamanho, mas uma combinação de design avançado, engenharia naval precisa e tecnologias inovadoras que garantem a estabilidade e a segurança dessas verdadeiras fortalezas flutuantes.

A estabilidade de grandes navios durante tempestades é assegurada por uma série de sistemas e dispositivos projetados especificamente para manter o equilíbrio e prevenir o afundamento. Esses sistemas são fruto de séculos de inovação marítima e continuam a evoluir com o avanço da tecnologia.

Presença de quilhas de costas ao longo do casco do navio

Um dos elementos-chave é a presença de quilhas de costas ao longo do casco do navio. Semelhantes a nadadeiras ou asas, estas quilhas se estendem por aproximadamente dois terços do comprimento do navio, aumentando seu efeito estabilizador conforme a embarcação ganha velocidade. Elas atuam como verdadeiros baluartes contra a inclinação lateral, garantindo que o navio mantenha sua orientação vertical mesmo sob condições adversas.

Além das quilhas, os navios são equipados com tanques de estabilização que atravessam a largura da embarcação. Estes tanques, cheios de água, desempenham um papel crucial na manutenção do equilíbrio do navio, ajustando-se automaticamente à inclinação para a esquerda ou direita. Com sistemas tanto ativos quanto passivos, os tanques são capazes de redistribuir a água internamente para contrabalançar os efeitos do rolamento e da inclinação.

Estabilizadores ativos em forma de nadadeira nos grandes navios

Para complementar estes sistemas, os estabilizadores ativos em forma de nadadeira são incorporados em ambos os lados do casco. Controlados por um sistema giroscópico sensível, esses estabilizadores podem se mover em diversas direções para amortecer movimentos indesejados, oferecendo uma navegação mais suave e segura.

No que tange à inovação, os engenheiros navais não param por aí. Os barcos de resgate, por exemplo, foram projetados com conceitos revolucionários que permitem a essas embarcações retomar a posição original mesmo após serem viradas em 180 graus por ondas gigantes. Equipamentos pesados são posicionados o mais baixo possível dentro do casco, enquanto sistemas automáticos previnem a entrada de água e asseguram o funcionamento essencial do navio, como radar e motores, após uma eventual virada.

Assim, o segredo por trás da resiliência dos grandes navios contra as tempestades não reside apenas na sua imponência, mas na sofisticação de seus sistemas de estabilidade e na engenharia do casco do navio. Essas inovações garantem que, mesmo diante das mais assustadoras ondas, os navios possam continuar sua jornada com segurança, marcando um triunfo da engenharia humana sobre os desafios impostos pelo mar.

A probabilidade de naufrágio e a engenharia por trás dos grandes navios

A probabilidade de naufrágio e a engenharia por trás dos grandes navios

À medida que exploramos o mundo da engenharia naval e a tecnologia que permite que grandes navios resistam às mais tempestuosas ondas, surge uma questão natural: qual é a real probabilidade de um navio afundar? Embora as imagens de tempestades violentas e ondas gigantescas possam suscitar temores, os dados e a ciência por trás da construção naval oferecem uma perspectiva tranquilizadora.

As estatísticas são surpreendentemente favoráveis quando se trata da segurança dos navios de cruzeiro. Nos últimos 50 anos, registrou-se o afundamento de apenas 11 navios de cruzeiro oceânicos durante viagens, o que, diante de uma média de 100 travessias por ano e um total de 150 navios de cruzeiro operando neste período, apresenta uma probabilidade de afundamento de 1 em 68.000. Esse número reflete o compromisso contínuo com a segurança marítima e os avanços significativos em design e engenharia naval.

No contexto global, a liquefação (um processo pelo qual o material sólido é transformado em um estado fluido devido à vibração ou movimento) tem sido responsável pelo afundamento de cerca de 10 navios graneleiros por ano. Entre 2000 e 2010, foram registrados acidentes graves com 706 cargueiros e 17 navios de cruzeiro. Em janeiro de 2012, o mundo testemunhou o trágico naufrágio do cruzeiro Costa Concordia, que tombou na costa da Isola del Giglio, na Toscana, após uma manobra malsucedida, marcando um dos acidentes marítimos mais notórios da história recente.

Quantos metros um navio fica abaixo do nível do mar?

A arquitetura de um navio é projetada para maximizar a estabilidade e segurança. Por exemplo, um navio Panamax – um dos maiores que pode atravessar o Canal do Panamá – tem dimensões máximas de comprimento de 294 metros, largura de 32,3 metros e um calado (a parte submersa do navio) de até 12,04 metros. Essas medidas são cuidadosamente calculadas para equilibrar a capacidade de carga com a estabilidade e a navegabilidade.

A engenharia e a tecnologia modernas têm tornado os grandes navios verdadeiras fortalezas contra as adversidades do mar. A probabilidade de um navio de cruzeiro afundar é extremamente baixa, refletindo o alto padrão de segurança e estabilidade alcançado pela indústria naval. Enquanto os desafios do mar permanecem imponentes, a ciência por trás da construção desses gigantes dos oceanos continua a evoluir, garantindo que a jornada, mesmo diante das mais ferozes tempestades, seja segura para todos a bordo.

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Rafaela Fabris

Fala sobre inovação, energia renováveis, petróleo e gás. Atualiza diariamente sobre oportunidades no mercado de trabalho brasileiro.

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