Entenda por que um dos anti-inflamatórios mais usados no Brasil está no centro de uma onda global de proibições e restrições, após casos de efeitos colaterais graves em diferentes países. Descubra os motivos por trás desse debate internacional.
A nimesulida, um dos anti-inflamatórios mais vendidos no Brasil, está no centro de uma controvérsia global por seu potencial de causar lesões graves no fígado.
Embora amplamente usada no país, ela está vetada em pelo menos 12 nações, incluindo Espanha, Irlanda, Bélgica e Canadá.
A razão principal? Os riscos da nimesulida para a saúde hepática, que motivaram proibições após evidências de hepatite fulminante relacionada ao seu uso.
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Como age a nimesulida no organismo
A discussão ganhou destaque nas redes sociais após um vídeo do canal científico Olá, Ciência!, apresentado pelo biomédico Lucas Zanandrez, viralizar ao explicar, com base em estudos científicos e documentos oficiais, por que a nimesulida é proibida em vários países.
Classificada como um anti-inflamatório não esteroidal (AINE), a nimesulida atua bloqueando enzimas responsáveis pela produção de prostaglandinas — moléculas que desencadeiam dor, febre e inflamação.
Essa ação tripla a tornou popular em casos como cólicas menstruais, dores de garganta, inflamações leves e até doenças crônicas, como a artrite reumatoide.
Diferente de outros AINEs como ibuprofeno e diclofenaco, ela foi projetada para causar menos agressão ao estômago. Porém, o que deveria ser um diferencial positivo levantou suspeitas mais sérias: seu metabolismo no fígado tem sido associado a reações adversas raras, mas potencialmente fatais.
Por que a nimesulida foi proibida em outros países
Desde seu lançamento na década de 1980, a nimesulida proibida passou por avaliações em diversos países.
O alerta máximo ocorreu em 2007, quando nove pacientes na Irlanda desenvolveram hepatite fulminante após uso do medicamento. Três morreram e os demais precisaram de transplante de fígado urgente.
Esse episódio levou o Conselho Irlandês de Medicamentos a suspender a venda do remédio e abriu uma investigação conduzida pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
O resultado? Embora os benefícios em casos agudos fossem reconhecidos, a EMA recomendou o uso restrito a no máximo 15 dias e sob supervisão médica rigorosa.
Ainda assim, diversos países decidiram remover a nimesulida proibida de seus mercados, como Suécia, Finlândia, Dinamarca, Bélgica, Japão, Canadá e Estados Unidos — onde ela sequer chegou a ser aprovada.
Dados científicos sobre os riscos da nimesulida
Estudos apontam que o risco de lesões hepáticas associadas à nimesulida é mais elevado do que em outros anti-inflamatórios.
Um levantamento de farmacovigilância internacional revelou um caso de lesão hepática para cada 26 milhões de comprimidos vendidos, número superior ao de medicamentos como ibuprofeno ou paracetamol.
Em artigo publicado na revista British Journal of Clinical Pharmacology (BJCP), pesquisadores italianos constataram que o uso prolongado da nimesulida por mais de 30 dias aumentava significativamente a chance de hospitalização por dano hepático.
Além disso, os riscos da nimesulida podem se manifestar mesmo com doses terapêuticas, especialmente em pessoas com predisposição genética ou doenças hepáticas pré-existentes.
Qual a posição da Anvisa sobre a nimesulida?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mantém a nimesulida liberada no Brasil, mas com restrições.
O medicamento possui tarja vermelha, exigindo prescrição médica e indicando risco potencial à saúde. A bula recomenda o uso pela menor dose possível, por no máximo 15 dias, e apenas sob orientação de um profissional de saúde.
Não há, até o momento, um posicionamento público recente da Anvisa sobre o risco de hepatite fulminante relacionado ao medicamento.
Como reconhecer sinais de alerta no uso da nimesulida?
Entre os principais sintomas de toxicidade hepática estão:
- Náusea e vômito
- Dor abdominal intensa
- Urina escura
- Pele e olhos amarelados (icterícia)
- Fadiga extrema
Diante desses sinais, a recomendação é buscar atendimento médico imediato, pois podem indicar início de hepatite medicamentosa.
Quais alternativas à nimesulida são mais seguras?
Para condições leves e moderadas de dor e inflamação, alternativas como paracetamol, ibuprofeno e naproxeno apresentam perfis de segurança mais bem estabelecidos, desde que usados corretamente e com acompanhamento médico.
Nenhum medicamento é isento de riscos — especialmente para o fígado — mas os riscos da nimesulida são estatisticamente mais relevantes em uso prolongado.
A nimesulida deve continuar liberada no Brasil?
A decisão de manter a nimesulida liberada no país parece equilibrar benefícios e riscos, desde que o uso seja orientado por um profissional.
No entanto, o padrão comum de automedicação no Brasil agrava os perigos associados a esse remédio.
A existência da nimesulida proibida em tantos países reforça a necessidade de cautela, transparência e, sobretudo, educação em saúde pública.
Informar-se e seguir prescrições médicas são as melhores formas de proteger o organismo contra efeitos adversos evitáveis.
Você sabia que a nimesulida é proibida em tantos países? Acredita que ela deveria ser vetada no Brasil também? Deixe sua opinião nos comentários!
Este remédio e um dos que nunca tomarei. Aqui no Brasil existem muitas outras opções mais saudáveis.