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Por que a China está abandonando a África e investindo mais no Brasil? A resposta pode surpreender você!

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 31/08/2024 às 06:01
Por que a China está abandonando a África e investindo mais no Brasil? A resposta pode surpreender você!
Por que a China está abandonando a África e investindo mais no Brasil? A resposta pode surpreender você!

A China, gigante econômico mundial, parece estar mudando de direção. Após anos de intensos investimentos na África, Pequim está voltando suas atenções para o Brasil, deixando o continente africano em segundo plano.

Mas o que está motivando essa mudança estratégica? A resposta pode não ser tão simples quanto parece. Nos últimos anos, a China se estabeleceu como o maior credor da África, oferecendo empréstimos bilionários a vários países do continente.

De acordo com o canal no YouTube “Economia das Coisas”, Pequim já detém mais de 70% de toda a dívida bilateral de países como o Quênia. Mas o que parecia ser uma estratégia bem-sucedida de domínio econômico e político sobre a África, agora mostra sinais de esgotamento.

A China, que já foi vista como a “salvadora” da África, está agora reavaliando seus laços com o continente. Por que esse desinteresse repentino?

O início da influência chinesa na África

A história dos investimentos chineses na África começou a ganhar força no início do século XXI. Com a economia chinesa em pleno crescimento e reservas financeiras abundantes, o governo chinês começou a buscar novas oportunidades de investimento fora do país.

Conforme a influência econômica chinesa crescia, a África tornou-se um alvo estratégico para Pequim, especialmente por sua riqueza em recursos naturais essenciais para as indústrias emergentes na China.

Segundo o canal “Economia das Coisas”, a China iniciou um enorme projeto de investimentos na África, no que ficou conhecido como a Nova Rota da Seda. Esse projeto multibilionário tinha como objetivo construir novas infraestruturas para expandir a influência comercial chinesa globalmente.

Na África, esses investimentos foram cruciais para o crescimento da indústria chinesa, que precisava de grandes quantidades de recursos naturais como lítio e silício para suas novas indústrias tecnológicas.

No entanto, essa relação entre a China e a África sempre foi marcada por um certo desequilíbrio. De acordo com especialistas, muitos países africanos ficaram profundamente endividados com a China, o que permitiu a Pequim exercer uma influência significativa sobre esses governos.

A prática de utilizar recursos naturais como garantia para os empréstimos gerou preocupações de que a China estava, na verdade, praticando uma forma moderna de colonialismo.

A teoria do “colonialismo chinês”

A teoria de que a China estaria explorando os países africanos através da dívida ganhou força nos últimos anos.

Segundo críticos, Pequim oferece empréstimos que, em muitos casos, são impossíveis de serem pagos, permitindo que a China tome posse dos recursos naturais dos países devedores.

Essa estratégia, conhecida como “armadilha da dívida”, sugere que a China estaria mais interessada em obter influência política do que em garantir retornos financeiros.

Em fóruns internacionais, por exemplo, muitos governos africanos que dependem do dinheiro chinês tendem a apoiar as posições de Pequim.

Entretanto, conforme o canal “Economia das Coisas” destaca, essa teoria não é tão simples quanto parece. Na verdade, há indícios de que a China está se afastando da África e diminuindo seus investimentos na região nos últimos anos.

Uma mudança de estratégia?

Desde 2016, os investimentos chineses na África vêm caindo significativamente. O valor dos empréstimos oferecidos pela China ao continente caiu de quase 30 bilhões de dólares por ano para menos de 2 bilhões em 2022. Isso sugere uma mudança na estratégia de Pequim em relação à África, mas o que está por trás dessa decisão?

De acordo com análises recentes, a China está repensando seus projetos de infraestrutura na África devido a uma série de fatores. Um dos principais motivos é que muitos desses projetos se mostraram economicamente inviáveis.

Um exemplo é o porto de Hambantota no Sri Lanka, onde a China investiu mais de 1 bilhão de dólares, mas o projeto foi um fiasco, levando o país a não conseguir pagar o empréstimo. Como resultado, a China assumiu 70% das receitas do porto por 99 anos. Esse tipo de situação, onde a China acaba assumindo o controle de ativos não lucrativos, tem se repetido em vários outros países.

Além disso, estudos mostram que os projetos da Nova Rota da Seda estão frequentemente associados a escândalos de corrupção. Aproximadamente 26% desses projetos enfrentam problemas de corrupção, em comparação com menos de 10% de outros projetos chineses.

Isso sugere que as empresas chinesas enfrentam grandes dificuldades em operar na África, o que pode ter levado Pequim a reconsiderar seus investimentos no continente.

A “década perdida” da África

Outro fator que tem influenciado a decisão da China de reduzir seus investimentos na África é o fraco desempenho econômico do continente. Nos últimos anos, muitos países africanos têm enfrentado uma “década perdida” em termos de crescimento econômico.

Desde 2014, o PIB per capita da África Subsaariana caiu mais de 10%, principalmente devido à queda nos preços das commodities. Esse cenário econômico desfavorável tornou ainda mais difícil para os países africanos pagarem suas dívidas, o que, por sua vez, torna os investimentos chineses menos atraentes.

Conforme o canal “Economia das Coisas” observa, a China parece estar mudando seu foco para projetos menores e mais rentáveis, em vez de grandes empreendimentos de infraestrutura.

Essa nova abordagem, conhecida como “xiao er mei”, sugere que Pequim está adotando uma estratégia mais cautelosa na África, concentrando-se em projetos que ofereçam retornos mais rápidos e menos arriscados.

O Brasil como nova prioridade

Enquanto a China reduz seus investimentos na África, o Brasil tem se tornado um destino cada vez mais atraente para o capital chinês.

De acordo com especialistas, os laços históricos e a abundância de recursos naturais fazem do Brasil uma escolha natural para a China. Além disso, a estabilidade política relativa do Brasil, especialmente em comparação com muitos países africanos, torna o país um parceiro mais confiável para Pequim.

Nos últimos anos, a China tem aumentado significativamente seus investimentos no Brasil, principalmente em setores estratégicos como energia, infraestrutura e agricultura. Esses investimentos não apenas reforçam a presença econômica da China no Brasil, mas também fortalecem as relações políticas entre os dois países.

A mudança de foco da China, da África para o Brasil, representa uma nova fase na estratégia global de Pequim. Embora a África ainda seja importante para os interesses chineses, o Brasil oferece oportunidades que a China não pode ignorar.

Um novo capítulo nas relações China-Brasil

A China está redefinindo suas prioridades globais, e o Brasil está no centro dessa nova estratégia. Com a redução dos investimentos na África, o Brasil surge como o novo alvo da expansão econômica chinesa. Essa mudança tem implicações profundas não apenas para as economias dos dois países, mas também para a geopolítica global.

Você acredita que o Brasil está preparado para lidar com essa crescente influência chinesa? Como essa relação pode afetar o futuro econômico do país? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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