A China, gigante econômico mundial, parece estar mudando de direção. Após anos de intensos investimentos na África, Pequim está voltando suas atenções para o Brasil, deixando o continente africano em segundo plano.
Mas o que está motivando essa mudança estratégica? A resposta pode não ser tão simples quanto parece. Nos últimos anos, a China se estabeleceu como o maior credor da África, oferecendo empréstimos bilionários a vários países do continente.
De acordo com o canal no YouTube “Economia das Coisas”, Pequim já detém mais de 70% de toda a dívida bilateral de países como o Quênia. Mas o que parecia ser uma estratégia bem-sucedida de domínio econômico e político sobre a África, agora mostra sinais de esgotamento.
A China, que já foi vista como a “salvadora” da África, está agora reavaliando seus laços com o continente. Por que esse desinteresse repentino?
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O início da influência chinesa na África
A história dos investimentos chineses na África começou a ganhar força no início do século XXI. Com a economia chinesa em pleno crescimento e reservas financeiras abundantes, o governo chinês começou a buscar novas oportunidades de investimento fora do país.
Conforme a influência econômica chinesa crescia, a África tornou-se um alvo estratégico para Pequim, especialmente por sua riqueza em recursos naturais essenciais para as indústrias emergentes na China.
Segundo o canal “Economia das Coisas”, a China iniciou um enorme projeto de investimentos na África, no que ficou conhecido como a Nova Rota da Seda. Esse projeto multibilionário tinha como objetivo construir novas infraestruturas para expandir a influência comercial chinesa globalmente.
Na África, esses investimentos foram cruciais para o crescimento da indústria chinesa, que precisava de grandes quantidades de recursos naturais como lítio e silício para suas novas indústrias tecnológicas.
No entanto, essa relação entre a China e a África sempre foi marcada por um certo desequilíbrio. De acordo com especialistas, muitos países africanos ficaram profundamente endividados com a China, o que permitiu a Pequim exercer uma influência significativa sobre esses governos.
A prática de utilizar recursos naturais como garantia para os empréstimos gerou preocupações de que a China estava, na verdade, praticando uma forma moderna de colonialismo.
A teoria do “colonialismo chinês”
A teoria de que a China estaria explorando os países africanos através da dívida ganhou força nos últimos anos.
Essa estratégia, conhecida como “armadilha da dívida”, sugere que a China estaria mais interessada em obter influência política do que em garantir retornos financeiros.
Em fóruns internacionais, por exemplo, muitos governos africanos que dependem do dinheiro chinês tendem a apoiar as posições de Pequim.
Entretanto, conforme o canal “Economia das Coisas” destaca, essa teoria não é tão simples quanto parece. Na verdade, há indícios de que a China está se afastando da África e diminuindo seus investimentos na região nos últimos anos.
Uma mudança de estratégia?
Desde 2016, os investimentos chineses na África vêm caindo significativamente. O valor dos empréstimos oferecidos pela China ao continente caiu de quase 30 bilhões de dólares por ano para menos de 2 bilhões em 2022. Isso sugere uma mudança na estratégia de Pequim em relação à África, mas o que está por trás dessa decisão?
De acordo com análises recentes, a China está repensando seus projetos de infraestrutura na África devido a uma série de fatores. Um dos principais motivos é que muitos desses projetos se mostraram economicamente inviáveis.
Um exemplo é o porto de Hambantota no Sri Lanka, onde a China investiu mais de 1 bilhão de dólares, mas o projeto foi um fiasco, levando o país a não conseguir pagar o empréstimo. Como resultado, a China assumiu 70% das receitas do porto por 99 anos. Esse tipo de situação, onde a China acaba assumindo o controle de ativos não lucrativos, tem se repetido em vários outros países.
Além disso, estudos mostram que os projetos da Nova Rota da Seda estão frequentemente associados a escândalos de corrupção. Aproximadamente 26% desses projetos enfrentam problemas de corrupção, em comparação com menos de 10% de outros projetos chineses.
Isso sugere que as empresas chinesas enfrentam grandes dificuldades em operar na África, o que pode ter levado Pequim a reconsiderar seus investimentos no continente.
A “década perdida” da África
Outro fator que tem influenciado a decisão da China de reduzir seus investimentos na África é o fraco desempenho econômico do continente. Nos últimos anos, muitos países africanos têm enfrentado uma “década perdida” em termos de crescimento econômico.
Desde 2014, o PIB per capita da África Subsaariana caiu mais de 10%, principalmente devido à queda nos preços das commodities. Esse cenário econômico desfavorável tornou ainda mais difícil para os países africanos pagarem suas dívidas, o que, por sua vez, torna os investimentos chineses menos atraentes.
Conforme o canal “Economia das Coisas” observa, a China parece estar mudando seu foco para projetos menores e mais rentáveis, em vez de grandes empreendimentos de infraestrutura.
Essa nova abordagem, conhecida como “xiao er mei”, sugere que Pequim está adotando uma estratégia mais cautelosa na África, concentrando-se em projetos que ofereçam retornos mais rápidos e menos arriscados.
O Brasil como nova prioridade
Enquanto a China reduz seus investimentos na África, o Brasil tem se tornado um destino cada vez mais atraente para o capital chinês.
De acordo com especialistas, os laços históricos e a abundância de recursos naturais fazem do Brasil uma escolha natural para a China. Além disso, a estabilidade política relativa do Brasil, especialmente em comparação com muitos países africanos, torna o país um parceiro mais confiável para Pequim.
Nos últimos anos, a China tem aumentado significativamente seus investimentos no Brasil, principalmente em setores estratégicos como energia, infraestrutura e agricultura. Esses investimentos não apenas reforçam a presença econômica da China no Brasil, mas também fortalecem as relações políticas entre os dois países.
A mudança de foco da China, da África para o Brasil, representa uma nova fase na estratégia global de Pequim. Embora a África ainda seja importante para os interesses chineses, o Brasil oferece oportunidades que a China não pode ignorar.
Um novo capítulo nas relações China-Brasil
A China está redefinindo suas prioridades globais, e o Brasil está no centro dessa nova estratégia. Com a redução dos investimentos na África, o Brasil surge como o novo alvo da expansão econômica chinesa. Essa mudança tem implicações profundas não apenas para as economias dos dois países, mas também para a geopolítica global.
Você acredita que o Brasil está preparado para lidar com essa crescente influência chinesa? Como essa relação pode afetar o futuro econômico do país? Compartilhe sua opinião nos comentários!