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Por que a Audi virou o ‘caso de crise’ do Grupo Volkswagen e o que está sendo feito para evitar o colapso financeiro e ‘voltar aos trilhos’?

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 29/07/2025 às 18:08
Audi enfrenta crise dentro do Grupo Volkswagen e aposta em carros elétricos e inovação para retomar liderança no mercado de luxo automotivo.
Audi enfrenta crise dentro do Grupo Volkswagen e aposta em carros elétricos e inovação para retomar liderança no mercado de luxo automotivo.
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Mudanças estratégicas, quedas de vendas e nova aposta elétrica marcam a fase mais delicada da Audi, que busca se reinventar diante da forte concorrência e reposicionar seu papel dentro do Grupo Volkswagen.

No cenário automotivo global, a Audi, tradicionalmente reconhecida como uma das marcas de luxo mais influentes do Grupo Volkswagen, enfrenta o momento mais delicado de sua história recente.

Os últimos anos trouxeram uma sequência de desafios para a fabricante alemã, evidenciados por quedas expressivas nas vendas e críticas quanto à qualidade dos seus veículos, além de uma percepção de estagnação frente aos avanços tecnológicos dos concorrentes.

Esse contexto transformou a Audi no chamado “caso de crise” dentro da holding Volkswagen, exigindo respostas rápidas e estratégias assertivas para reverter a situação e evitar um possível colapso financeiro.

Audi crise Volkswagen: o início da fase crítica

De acordo com dados oficiais divulgados em 2024, as vendas globais da Audi registraram uma queda de 11,8% no ano anterior, seguida por um novo recuo de 5,9% em 2025.

Os resultados negativos foram interpretados como sinal de alerta não apenas pelo mercado, mas também por executivos do próprio Grupo Volkswagen, que passaram a considerar a Audi como o ponto mais vulnerável do conglomerado.

Segundo fontes internas do grupo, a principal preocupação reside na dificuldade da Audi em acompanhar o ritmo de inovação imposto por rivais diretas como BMW e Mercedes-Benz, ambas já consolidadas como líderes no segmento premium global e com grande presença no mercado de veículos elétricos.

Reestruturação da Audi e novos rumos

Em resposta ao cenário adverso, a Audi promoveu uma profunda reestruturação em sua liderança e estratégia de produtos.

Gernot Döllner, atual CEO da companhia, admitiu publicamente que a marca atravessa um período crítico.

Em entrevista à imprensa alemã, Döllner afirmou: “Não quero fazer rodeios, precisamos voltar aos trilhos agora”.

O executivo destacou ainda que, após anos sem lançamentos expressivos, a empresa começa a sair do que classificou como “ponto mais baixo” de sua trajetória.

A expectativa é de que a nova fase tenha início no IAA Mobility, evento internacional marcado para setembro de 2025 em Munique, na Alemanha, com a apresentação de um conceito elétrico inédito.

Novo conceito elétrico: TT Moment 2.0

O projeto, chamado internamente de “TT Moment 2.0”, será um cupê esportivo totalmente elétrico inspirado no legado do Audi TT, um dos modelos mais icônicos da fabricante.

A iniciativa visa recuperar parte do prestígio perdido, apostando em um design inovador e recursos tecnológicos inéditos para o portfólio da marca.

Apesar de ser um protótipo, o conceito deve originar um modelo de produção em até dois anos, simbolizando o início de uma nova fase para a Audi em termos de design, tecnologia e posicionamento de mercado.

Segundo o CEO, o carro será “altamente emocional” e pretende estabelecer um novo padrão para a identidade da marca.

Mudanças no cronograma de eletrificação

No entanto, o caminho da Audi rumo à eletrificação total foi revisado.

A companhia adiou o plano de encerrar a produção de motores a combustão, que antes estava previsto para 2032, postergando a transição para pelo menos meados da próxima década.

O ajuste na estratégia reflete as dificuldades enfrentadas tanto em desenvolvimento tecnológico quanto em aceitação de mercado para os modelos totalmente elétricos, além de questões relacionadas à cadeia de suprimentos global.

A Audi pretende, assim, equilibrar a oferta de veículos elétricos com modelos tradicionais a combustão para atender diferentes perfis de consumidores e mercados internacionais.

Estratégias para o mercado chinês

Outro movimento estratégico importante foi a criação da nova marca AUDI, grafada em letras maiúsculas e sem o tradicional logotipo dos quatro anéis, voltada exclusivamente para o mercado chinês.

Essa divisão elétrica, com produção e desenvolvimento locais, estreou com o SUV E5 Sportback e será responsável por uma linha independente de modelos destinados à China, maior mercado automotivo do mundo e central para os planos de recuperação da fabricante.

O reposicionamento busca responder à crescente demanda por veículos elétricos no país asiático e reforçar a presença da Audi em uma região estratégica para a indústria global.

Admissão de erros e busca por qualidade

As autocríticas têm sido recorrentes dentro da empresa.

Oscar da Silva Martins, diretor de comunicações de produto e tecnologia, reconheceu em entrevista que a qualidade dos carros da marca já foi superior e destacou o compromisso em retomar o padrão elevado que sempre distinguiu a Audi no segmento de luxo.

Além disso, executivos do Grupo Volkswagen admitiram que a Audi atualmente é vista como uma fabricante de produtos “medianos”, o que intensifica a urgência por inovações, novos lançamentos e melhorias de qualidade.

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Concorrência acirrada e lançamentos futuros

O segmento de veículos de luxo e elétricos está cada vez mais competitivo, com BMW, Mercedes-Benz e fabricantes chinesas ampliando a oferta de modelos avançados e conquistando espaço entre consumidores tradicionais da Audi.

Como resposta, a marca pretende acelerar a renovação do portfólio, com lançamentos previstos de SUVs, sedãs e esportivos como os novos Q3, Q5, A5 e A6, que devem chegar aos principais mercados mundiais nos próximos meses.

A estratégia visa reposicionar a Audi como referência em tecnologia automotiva, conforto, desempenho e segurança, pilares fundamentais para o sucesso em um setor em rápida transformação.

Perspectivas financeiras para o Grupo Volkswagen

No contexto financeiro, o Grupo Volkswagen tem monitorado de perto o desempenho da Audi, avaliando possíveis ajustes em investimentos, parcerias estratégicas e reforço nas áreas de pesquisa e desenvolvimento.

O objetivo é garantir que a marca recupere competitividade sem comprometer a saúde financeira do conglomerado.

Especialistas do setor automobilístico observam que o sucesso ou fracasso das medidas adotadas pela Audi pode influenciar diretamente o equilíbrio do Grupo Volkswagen, dada a importância histórica e estratégica da marca dentro do portfólio global do grupo.

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Fabrício B Aguirre
Fabrício B Aguirre
30/07/2025 18:08

Matéria em tom exagerado. Todas empresas passam por ajustes no planejamento plurianual.

Paulo
Paulo
30/07/2025 16:15

Merecem quebrar junto c a Volkswagen arrogantes prepotentes exploram nos carros e peças, descartáveis comprei um Audi A4 zero 2011 já fiz o motor 2x peças fracas mal feitas, o preço dele vale hj 80% menos q um novo, são bonitos potentes mas gastam muito 6 por litro nada confiáveis, só enganação por isso estão vendendo pouco, comprei um corolla showwww econômico confiável confortável agora bonito por isso são os mais vendidos do mundo

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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