Quanto maior a falta de infraestrutura no setor maior é o volume de gás natural reinjetado nos poços de petróleo, diz boletim do Ministério de Minas e Energia
O boletim Mensal de Acompanhamento da Indústria de gás natural do MME divulgado em abril apontou um dado preocupante: no período de 2006 a abril de 2020, o país reinjetou 101,3 bilhões de m³ de gás natural nos poços de petróleo, o que significa 56 milhões de m³ de gás natural reinjetado por dia e que correspondem a 45% de toda a produção nacional.
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Só para se ter uma ideia o volume é superior à oferta diária de gás ao mercado, que é de 45,6 milhões de m³. O principal motivo, segundo especialistas, é a falta de infraestrutura em gasodutos e terminais de processamento, o que faz com que este volume, a maioria proveniente do pré-sal, não chegue ao mercado na costa brasileira.
Segundo Luiz Costamilan, secretário-executivo de Gás Natural do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), “Devemos encontrar a logística de escoamento e tratamento do gás natural que minimize os custos de investimento nessas infraestruturas. O escoamento do gás do pré-sal é feito por meio de 3 rotas submarinas. As rotas 1 e 2 estão em operação, e são de propriedade de diversos operadores, e a rota 3 está em construção com início de operação previsto para o 4º trimestre de 2021”.
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A falta de uma rede de escoamento para o gás natural do pré-sal deixa de gerar receita para o país, pois não há o interesse de empresas do setor quando se constatam que há muito por se fazer no setor em relação a infraestrutura.
Com isso o Brasil é obrigado a importar gás natural. Vale lembrar que em junho de 2019, o governo anunciou a abertura do novo mercado de gás natural.
Novo Mercado de gás
Segundo o governo, o preço da energia para a indústria poderia cair 40% em cerca de 2 anos, esta queda, porém não chegou ao consumidor, muito embora agentes do governo aleguem que os trabalhos estão em andamento, conforme declarou a diretora do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Symone Christine de Santana Araujo, “A abertura do mercado e a reforma dos marcos legal e regulatório, em andamento, proporcionarão 1 ambiente de negócios mais favorável aos investimentos e à competição”.
Já a Petrobras declarou em nota as ações que tem tomado para contribuir com o aumento da competitividade do setor.
“Estão à venda diversos ativos de transporte de gás que a companhia é proprietária ou tem participação, o processo de arrendamento do Terminal de Regaseificação de GNL da Bahia e as tratativas para acesso a outras empresas a suas plantas de processamento de gás natural. Também reduzimos o volume de gás contratado com a YPFB no gasoduto Bolívia-Brasil. O que permite que o excedente de volume de gás natural possa ser comercializado diretamente pela YPFB com outros agentes do mercado no Brasil.”
Leia a íntegra do MME