Novas medidas favorecem combustíveis fósseis, afirma ABVE
A Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) expressou profunda decepção com a nova política de Imposto de Importação para veículos elétricos e híbridos, anunciada pelo Gecex/Camex. A medida, divulgada em 10 de novembro, é vista como um retrocesso significativo para o avanço do transporte sustentável no Brasil.
Esta política, segundo a ABVE, privilegia de maneira direta os veículos movidos a combustíveis fósseis. No curto prazo, esses veículos receberão benefícios, enquanto, no médio prazo, as empresas que desejam investir na fabricação de veículos elétricos e híbridos no país enfrentarão incertezas. A decisão também afeta empresas que já planejam produção local dessas tecnologias.
Crítica da ABVE às decisões governamentais
Ricardo Bastos, presidente da ABVE, criticou as novas medidas, alegando que elas favorecem grupos de interesse ligados aos combustíveis fósseis, em detrimento das necessidades dos consumidores e da sociedade brasileira. Segundo ele, as medidas vão contra a tendência de adotar um transporte moderno e ecologicamente correto.
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Além disso, a decisão do governo federal foi classificada como prematura, tendo sido anunciada antes da definição da futura política automotiva do Brasil. A falta de diretrizes claras e a imprevisibilidade das regras para o novo regime automotivo são pontos de preocupação para investidores e empresas do setor.
Impacto no mercado e inovação tecnológica
As consequências das novas políticas incluem o aumento dos preços dos veículos elétricos e híbridos no Brasil e a possível desaceleração nas decisões de investimento. As empresas que contavam com regras estáveis para produzir veículos elétricos no Brasil agora enfrentam um cenário incerto.
A ABVE também critica as cotas de importação estabelecidas pelo governo, considerando-as insuficientes diante dos planos de investimento em eletromobilidade no país. Essas cotas são vistas como penalizações às tecnologias de baixa emissão e um movimento contrário às tendências globais de eletrificação da indústria automotiva.
A ABVE prevê um novo recorde de vendas de veículos elétricos e híbridos no Brasil em 2023, com aproximadamente 80 mil emplacamentos. No entanto, a associação não garante que esse crescimento se mantenha a partir de 2024, dadas as novas medidas governamentais.
Em resumo, enquanto a ABVE não se opõe a uma política de importação que incentive a produção local, a entidade ressalta que as propostas atuais, com prazos curtos para o aumento das alíquotas e cotas limitadas, podem desestimular as empresas comprometidas com a produção local de veículos de baixa emissão. Isso pode prejudicar a geração de empregos e a renovação tecnológica necessária na indústria automotiva brasileira.
Fonte: Aryane Costa – sistemas@comuniquese6.