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Pode ser o futuro do bacon — Porcos geneticamente modificados obtêm aprovação nos EUA para consumo humano

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 06/05/2025 às 07:20
PORCOS, GENETICAMENTE MODIFICADOS
FOTO: IA
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Com resistência genética à PRRS, porcos criados com tecnologia CRISPR recebem sinal verde do FDA e podem transformar a indústria suína nos próximos anos.

A Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos aprovou o uso de porcos geneticamente modificados para consumo humano.

O anúncio representa um avanço para a indústria suína, especialmente no combate à Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína (PRRS), uma das doenças mais prejudiciais ao setor.

Os animais foram desenvolvidos pela empresa britânica PIC, que utilizou a tecnologia de edição genética CRISPR para criar uma linhagem de suínos resistentes ao vírus.

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Nova tecnologia para um velho problema

A PRRS é um problema antigo que afeta suínos em todo o mundo.

Ela compromete o sistema reprodutivo e respiratório dos animais, podendo causar a morte de leitões e infertilidade em reprodutores.

Só nos Estados Unidos, os prejuízos causados pela doença chegam a US$ 560 milhões por ano.

Para resolver esse desafio, a PIC empregou a tecnologia CRISPR para remover um receptor celular específico que o vírus utiliza para infectar os porcos.

A modificação é feita nos embriões em estágio inicial e, depois, esses embriões são implantados em fêmeas jovens.

O resultado é uma geração de animais resistentes à PRRS, com a característica genética sendo transmitida às futuras linhagens.

Aprovação é considerada marco histórico

Matt Culbertson, diretor de operações da PIC, celebrou a decisão do FDA. “Passamos anos conduzindo pesquisas extensas, validando nossas descobertas e trabalhando com o FDA para obter aprovação”, disse.

Ele destacou que essa aprovação é um “marco importante” para consumidores, produtores e toda a cadeia suinícola, que há anos busca uma solução para a PRRS.

O FDA analisou os dados de segurança e concluiu que a carne desses porcos não apresenta diferenças em sabor ou risco à saúde quando comparada à carne suína tradicional.

Isso significa que o consumidor não notará alterações visíveis no produto final.

Efeitos esperados na produção e no meio ambiente

A expectativa é que os porcos geneticamente modificados da PIC sejam resistentes a quase todas as variantes conhecidas do PRRS.

Isso pode trazer impactos positivos para o setor, como redução no uso de antibióticos e melhorias no bem-estar animal.

Banks Baker, diretor global de sustentabilidade de produtos, afirmou que combater o PRRS poderá ter efeitos ambientais relevantes.

Segundo ele, a presença do vírus faz com que o uso de antibióticos aumente em mais de 200%.

Já uma análise do ciclo de vida dos suínos, realizada segundo os padrões ISO, indicou que a eliminação da PRRS poderia reduzir em 5% as emissões de gases de efeito estufa geradas pela criação de porcos nos EUA.

Outros animais modificados já haviam sido aprovados

Essa não é a primeira vez que animais geneticamente modificados recebem autorização para uso alimentar nos Estados Unidos.

Em 2020, a FDA aprovou os porcos GalSafe, criados pela empresa Revivicor.

Esses animais foram modificados para eliminar o açúcar alfa-gal, que pode causar alergias em humanos e rejeição de órgãos em transplantes.

Antes disso, o FDA também aprovou o consumo de salmão geneticamente modificado. No entanto, o processo regulatório costuma ser longo e as empresas enfrentam obstáculos até conseguir colocar seus produtos no mercado comercial.

Expectativa de chegada ao mercado até 2026

Mesmo com a aprovação nos EUA, os porcos da PIC ainda não estão disponíveis para compra. A previsão é que isso só ocorra a partir de 2026.

Enquanto isso, a empresa controladora da PIC, chamada Genus, trabalha para obter aprovações regulatórias em outros mercados estratégicos, como México, Canadá e Japão.

A simplicidade do método usado pela PIC, somada à eficácia contra a PRRS, pode transformar esses porcos nos primeiros animais geneticamente editados a serem amplamente consumidos.

Para uma indústria que busca soluções práticas e sustentáveis, esse pode ser um caminho sem volta.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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