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Poço cheio de soldados romanos jogados lá de forma caótica foi achado e traz detalhes sombrios de batalha sangrenta durante crise histórica

Publicado em 16/10/2025 às 22:23
Esqueletos romanos, Romanos, Soldados romanos, poço
Esqueletos SK 5 e SK 7 no poço SU 233/234 durante sua escavação — Foto: M. Novak et al.
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Descoberta sob a cidade croata de Osijek revela sete esqueletos de soldados romanos lançados em um poço no século III, possivelmente mortos na sangrenta Batalha de Mursa durante a Crise do Terceiro Século

Um antigo poço de água no leste da Croácia revelou uma das cenas mais sombrias do período romano. Durante escavações arqueológicas em Osijek, onde ficava a cidade de Mursa, pesquisadores descobriram sete esqueletos de homens adultos jogados a três metros de profundidade. As análises indicam que eles eram soldados romanos mortos em combate durante a turbulenta Crise do Terceiro Século.

Um achado inesperado sob a cidade de Osijek

O poço, identificado como “SU 233/234”, foi encontrado em 2011 durante as obras de uma nova biblioteca universitária.

Na época, a equipe arqueológica notou que o antigo reservatório havia sido reutilizado como uma sepultura improvisada, onde os corpos foram lançados sem qualquer cerimônia.

Esses esqueletos estavam completos, mas dispostos de forma caótica. Alguns estavam de cabeça para baixo, outros sobrepostos, sugerindo um sepultamento apressado.

Um detalhe curioso reforçou a data da tragédia: uma moeda cunhada em 251 d.C., achada entre os ossos, associou o episódio à segunda metade do século III.

A descoberta levou a uma ampla investigação envolvendo arqueologia, antropologia física, análises isotópicas, genéticas e estudos de traumas ósseos.

Os resultados foram publicados na revista PLOS ONE na quarta-feira (15), revelando fortes evidências de que os esqueletos pertenciam a soldados mortos na Batalha de Mursa, em 260 d.C.

Ferimentos brutais e traços de vida militar

A análise antropológica mostrou que todos os indivíduos eram homens adultos. Quatro tinham entre 18 e 35 anos e três entre 36 e 50.

O porte físico era robusto, com marcas de esforço repetitivo nos ossos e articulações — típicas de quem passava por intensos treinamentos militares.

Três apresentavam ferimentos graves. Um deles, identificado como SK 4, possuía um corte profundo no úmero, uma perfuração no esterno causada por arma perfurante e uma fratura dentária.

Outro, o SK 5, tinha uma perfuração no quadril, provavelmente resultado de um golpe pelas costas.

Essas lesões perimortem, causadas pouco antes da morte, indicam que morreram em combate direto.

Além disso, todos mostravam sinais de infecção pulmonar, sugerindo doenças respiratórias comuns em soldados que viviam sob condições severas de campanha.

Os pesquisadores destacam que o conjunto de indícios — ferimentos de guerra, idade militar e sepultamento apressado — é compatível com execuções ou mortes em campo de batalha.

Um exército composto por várias origens

A análise genética trouxe outro dado impressionante. Nenhum dos sete tinha ligação direta com a população local da Idade do Ferro.

Suas origens eram diversas: havia traços genéticos do norte da Europa, do Mar Negro, do Mediterrâneo oriental e do centro da Europa.

Essa variedade reflete a composição multicultural dos exércitos romanos da época. O Império recrutava guerreiros de diversas regiões, incluindo sármatas, gauleses e saxões, para fortalecer suas fileiras e manter o controle das fronteiras.

Segundo a revista La Brújula Verde, essa heterogeneidade era uma característica marcante do exército romano tardio, que se tornara dependente de povos estrangeiros para sustentar suas campanhas militares.

Esqueletos romanos: a ligação com a Batalha de Mursa

A localização da vala comum e o período dos restos mortais coincidem com a Batalha de Mursa, travada entre o imperador Galiano e o general Ingênuo, um usurpador que tentou assumir o trono.

Fontes históricas relatam que, após a vitória, Galiano ordenou a execução dos sobreviventes do exército rebelde.

Os sete homens do poço de Osijek podem, portanto, ter sido seguidores de Ingênuo, mortos e descartados após a derrota.

O bioarqueólogo Mario Novak, do Instituto de Pesquisa Antropológica em Zagreb e coautor do estudo, resumiu a conclusão: “A composição do grupo — homens em idade militar, com ferimentos de batalha e sepultamento apressado — é quase idêntica à observada em valas comuns de conflitos históricos.

O achado, portanto, não apenas lança luz sobre a Batalha de Mursa, mas também oferece um raro vislumbre da brutalidade e da diversidade que marcaram o declínio do Império Romano.

Com informações de Revista Galileu.

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Romário Pereira de Carvalho

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