Nesta terça-feira, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro falou sobre o próximo Plano Safra (2023/24). Segundo ele, o Plano deverá contar com os reforços de um programa ainda mais robusto para a estimulação da conversão de pastagens degradas em algumas lavouras, tudo isso para que o país amplie a área plantada com grão em 5% a cada temporada por alguns anos sem a realização dos desmatamentos.
Na entrevista para Reuters, o ministro reafirmou que todo esse crescimento seria ainda mais provável com o país utilizando cerca de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas, que seja possível a conversão em lavouras. Para que isso aconteça, os créditos agrícolas com taxas adequadas serão oferecidos, complementou Carlos, fazendo uma citação de que as demais prioridades do governo vão ser dar apoio à expansão do seguro agrícola.
Fávaro disse, antes de sua viagem como ministro para a Alemanha que, o plano iria permitir um aumento considerável na produção de grãos e oleaginosas do Brasil, que atualmente planta quase 77 milhões de hectares, respeitando as preocupações relacionadas ao meio ambiente.
“Teremos incremento dos recursos para equalizar taxas de juros para esse programa que vamos criar de investir na conversão de pastagens”, afirmou Carlos citando as maiores prioridades do próximo Plano Safra.
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A ideia de Plano de Fávaro leva a recordação dos objetivos do Plano ABC, que foi lançado no final do segundo mandato do presidente Lula. Entretanto, esse programa para a estimulação a agricultura sustentável teve seu seguimento com abrangências consideravelmente pequenas nos últimos anos, em relação ao Plano Safra total.
O ministro recordou que o país tem cerca de 150 milhões de hectares atualmente com baixa produtividade ou até mesmo em processo de degradação ou áreas já totalmente degradadas, ao falar sobre o estoque de terras que o Brasil possui.
“Por que não é convertido isso em lavoura? Por falta de investimento. Então vamos criar uma linha de crédito, com juros compatíveis, com carência, com prazos alongados… Para que o produtor possa tomar esse recurso e fazer essa conversão…”, afirmou o ministro, por telefone.
Sendo assim, ele acredita em aumentos de áreas plantadas de 5% ao ano por várias safras. “É algo factível, a um ritmo chinês, mas de forma sustentável.”
“O novo governo respeita o meio ambiente e combate desmatamentos ilegais, mas não se pode tirar o direito previsto na legislação nacional de produtor abrir parte das matas de sua propriedade”, afirmou o ministro Carlos.
Fávaro defendeu que, devem ser realizados pagamentos por serviços ambientais, caso os consumidores queiram desmatamento zero no Brasil, isso para que os agricultores e proprietários das terras tenham suas recompensas por manterem a floresta em pé.
“Somos um governo que preza pela legalidade. Se o desmatamento fora do Código Florestal tem que ser combatido, porque está fora da lei, como nós vamos tirar o direito que está na lei de o produtor desmatar 20% da floresta e 65% no Cerrado?”, afirmou ele, após ser questionado sobre o assunto. Além disso, ele reforçou que é possível ter desmatamento zero no país, “mas aí é preciso ter pagamentos por serviços ambientais, quem quer que não desmate que pague ao produtor”.
O ministro reafirmou que quer melhorar as informações sobre todo o mercado agrícola e de produção e também, os estoques apresentados pela Conab.