A integração entre planos nacionais fortalece a agroecologia e o abastecimento sustentável. O Planapo 2025 destaca-se como elo estratégico entre governo e sociedade civil no Brasil
A consolidação do Planapo 2025 (Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica) marca um avanço decisivo na coordenação das políticas públicas brasileiras voltadas à agroecologia, segurança alimentar e abastecimento sustentável, segundo uma matéria publicada.
Criado para unir esforços interministeriais e fortalecer o diálogo com a sociedade civil, o plano reflete o compromisso do governo em promover uma produção de alimentos saudável, ambientalmente responsável e socialmente justa.
Esse movimento representa um novo momento na reconstrução das estratégias nacionais voltadas à sustentabilidade, envolvendo ministérios, conselhos e comitês que agora atuam de forma articulada.
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Durante o 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia, realizado em Juazeiro (BA), o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) participou de uma roda de conversa histórica que reuniu, pela primeira vez, representantes das principais instâncias responsáveis pelos planos nacionais Planapo 2025, Plansan e Planab.
Essa ação conjunta reforça o papel do Estado em consolidar políticas que conectem o campo e a cidade, garantindo alimentos de qualidade, incentivo à produção orgânica e fortalecimento da agricultura familiar.
Cooperação interministerial e fortalecimento da segurança alimentar
O novo arranjo institucional impulsionado pelo Planapo 2025 tem como base a cooperação entre a Câmara Interministerial de Agroecologia e Produção Orgânica (Ciapo), a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) e o Comitê Gestor do Plano Nacional de Abastecimento Alimentar (Planab).
Essa integração busca superar a fragmentação histórica das políticas públicas, criando um ambiente de diálogo contínuo entre governo e sociedade civil.
De acordo com Vivian Libório, secretária executiva suplente da Ciapo, a iniciativa já envolve 14 ministérios e nove órgãos públicos, o que demonstra o fortalecimento da governança compartilhada.
Ela destaca que o avanço do plano tem sido essencial para promover ações estruturantes, como o Programa Ecoforte, voltado ao fortalecimento de redes de agroecologia, extrativismo e sociobiodiversidade, e o Plano Safra da Agricultura Familiar, que inclui linhas de crédito específicas, como o Pronaf Agroecologia.
Essas medidas têm ampliado o acesso de agricultores familiares e comunidades tradicionais a políticas de fomento e crédito rural, garantindo sustentabilidade produtiva e geração de renda local.
A convergência de agendas intersetoriais, conforme apontam os especialistas, é fundamental para que a segurança alimentar se mantenha integrada à conservação ambiental e à valorização dos saberes tradicionais.
Planapo 2025: participação social e valorização da sociobiodiversidade
O Planapo 2025 reforça a importância da participação social como instrumento de monitoramento e controle das políticas públicas.
A articulação entre a Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Cnapo), o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf) garante que diferentes vozes sejam ouvidas no processo de formulação e execução das ações governamentais.
Para Elizete da Silva, representante da Cnapo, a integração dos planos é um passo essencial para transformar o debate em práticas concretas.
Ela enfatiza que “a agroecologia é um projeto de sociedade que valoriza a vida e fortalece a solidariedade entre as pessoas”, reforçando a necessidade de políticas que dialoguem entre si.
A atuação conjunta desses colegiados assegura que o conhecimento popular e científico caminhem lado a lado, promovendo soluções inclusivas e sustentáveis para os desafios da produção de alimentos e conservação da natureza.
O papel das universidades e dos Núcleos de Estudos em Agroecologia (NEAs) também tem sido decisivo para aproximar pesquisa e extensão rural, contribuindo para o avanço técnico e social das comunidades agrícolas.
A integração das ações fortalece o conceito de sociobiodiversidade, ampliando o reconhecimento das práticas tradicionais e a valorização dos territórios rurais.
Financiamento sustentável e desafios da gestão integrada
A consolidação do Planapo 2025 depende diretamente da capacidade de garantir recursos estáveis e planejamento coordenado entre os ministérios.
Segundo Leonardo Martins, da Caisan, os principais desafios estão em assegurar o financiamento adequado e romper com a setorialidade das políticas.
Ele destaca que a construção de mecanismos de cooperação permanente é vital para garantir a efetividade das ações voltadas à segurança alimentar e ao abastecimento sustentável.
O encontro realizado em Juazeiro foi um marco na definição de uma agenda unificada para o fortalecimento das políticas públicas.
O objetivo, agora, é territorializar as ações, ampliando a presença do Estado nas regiões rurais e urbanas e fortalecendo o diálogo com os conselhos nacionais.
Essa abordagem integrada permite que o Brasil avance em sua transição agroecológica, tornando o sistema produtivo mais resiliente, participativo e comprometido com o bem-estar coletivo.
Com o Planapo 2025, o país reafirma sua meta de construir uma política pública de agroecologia que una sustentabilidade ambiental, segurança alimentar e inclusão social, pilares indispensáveis para o futuro do desenvolvimento rural brasileiro.

 
                         
                        
                                                     
                         
                         
                         
                        

 
                     
         
         
         
         
         
         
         
         
         
        
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