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Picanha para todo mundo? Com Lula no governo, carne bovina tem preço maior e picanha custa mais de R$ 120

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 10/12/2024 às 11:40
O preço da picanha atinge R$ 120, refletindo desafios no mercado de carne bovina. Impacto no bolso e no churrasco de fim de ano preocupa.
O preço da picanha atinge R$ 120, refletindo desafios no mercado de carne bovina. Impacto no bolso e no churrasco de fim de ano preocupa.

A picanha se tornou um luxo no Brasil de 2024, com preços que ultrapassam R$ 120 por quilo. A escassez de oferta, o aumento das exportações e os custos elevados criaram um cenário econômico que desafia consumidores e produtores. Enquanto as festas de fim de ano se aproximam, o churrasco tradicional enfrenta a dura realidade dos altos preços.

No imaginário popular, o churrasco é sinônimo de confraternização, celebrações e um símbolo do paladar brasileiro.

Mas, em 2024, a carne bovina, especialmente a picanha, tornou-se objeto de preocupação nacional.

Com preços que ultrapassam os R$ 120 por quilo em algumas regiões, o corte nobre se tornou quase inacessível para muitas famílias.

Essa disparada nos preços reacendeu debates econômicos e trouxe impactos diretos ao cotidiano do país.

De acordo com levantamento do Correio do Estado, o preço da picanha dobrou em relação ao ano anterior em mercados como o de Campo Grande (MS).

Em setembro de 2023, o quilo custava R$ 56. Já em novembro de 2024, esse valor atingiu R$ 115,98, representando um aumento de 105,41%.

Outros cortes bovinos seguiram a mesma tendência, registrando reajustes significativos:

  • O contrafilé subiu 43,97%, passando de R$ 34,30 para R$ 49,38;
  • O coxão mole aumentou 51,99%, indo de R$ 30,64 para R$ 46,56;
  • E a costela, embora com alta mais moderada, teve um reajuste de 15,20%, com preços entre R$ 22,89 e R$ 26,98.
@lulaoficial

O povo vai voltar a comer picanha outra vez ❤️⭐️🇧🇷 #LulaPresidente #brasildaesperança #Lula #povobrasileiro

♬ som original – Presidente Lula

Por que a carne ficou tão cara?

Especialistas apontam que o mercado de carne bovina é cíclico e sensível a fatores econômicos e climáticos.

Nos últimos anos, a retenção de matrizes bovinas para reprodução levou a um excesso de oferta em 2023, mas agora, em 2024, a escassez de animais terminados para o abate está pressionando os preços.

Segundo o economista Staney Barbosa Melo, essa falta de oferta ocorre em um momento de alta demanda interna e externa, criando um cenário desafiador para o consumidor.

Outro fator que influencia o mercado é o aumento das exportações.

De acordo com Michel Constantino, doutor em Economia, as vendas de carne bovina para o exterior cresceram 30% neste ano, impulsionadas pela valorização do dólar.

Isso torna a carne brasileira mais competitiva no mercado internacional, mas reduz sua disponibilidade no país, agravando o problema para o consumidor local.

As condições climáticas também têm desempenhado um papel significativo.

Períodos de seca em algumas regiões reduziram a disponibilidade de pastagens, aumentando os custos de criação e, consequentemente, os preços dos produtos finais.

Esses desafios, somados à inflação e aos custos operacionais elevados, criam um cenário de pressão para toda a cadeia produtiva.

Impactos no cotidiano das famílias

A alta no preço da carne bovina afeta diretamente o orçamento dos brasileiros.

Muitas famílias estão substituindo a carne bovina por opções mais acessíveis, como frango e carne suína, para conter os gastos.

José Mário de Oliveira Barbosa, mecânico, relatou mudanças no cardápio: “Impossível comer carne de boi todo dia. O jeito é economizar e adaptar o cardápio.”

Laura Mendes de Aquino, secretária, ressaltou como os reajustes estão afetando as festas de fim de ano: “Com esses preços, o churrasco da família vai ter que ser mais modesto.

Não cabe no orçamento.” Esses relatos refletem a realidade de milhares de brasileiros que enfrentam dificuldades para manter a carne bovina como item regular nas refeições.

Além dos impactos individuais, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) revelou que a inflação em Campo Grande alcançou 8,71% em outubro de 2024, muito acima da média nacional de 5,81%.

Esse dado reforça como a alta dos alimentos, especialmente da carne, está pressionando o custo de vida das famílias.

Os desafios da cadeia produtiva da carne

De acordo com o presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Caio Penido, os preços elevados da carne são um reflexo de desequilíbrios temporários no mercado.

Ele acredita que, com o aumento da oferta de animais para o abate, os preços devem começar a cair nos próximos meses.

Porém, esse processo pode levar algum tempo, dependendo das condições de mercado e da recuperação do setor.

Outro desafio para a cadeia produtiva são os altos custos de produção. A valorização do dólar, que beneficia as exportações, também encarece insumos como ração e medicamentos.

Com isso, muitos pecuaristas enfrentam margens de lucro apertadas, o que desestimula a expansão da produção e prolonga os efeitos da escassez.

Perspectivas para 2025

Embora especialistas apontem para uma possível redução nos preços, os desafios econômicos, climáticos e logísticos continuam a representar barreiras significativas para a normalização do mercado.

A adaptação de consumidores e produtores será fundamental para enfrentar esse cenário.

Com a proximidade das festas de fim de ano, muitos brasileiros se perguntam: será que o churrasco tradicional vai caber no orçamento?

O aumento nos preços não afeta apenas a carne bovina, mas também reforça a necessidade de buscar soluções estruturais para estabilizar os custos dos alimentos no país.

Será que os preços da picanha vão cair o suficiente para o brasileiro retomar seu tradicional churrasco de fim de ano sem pesar no bolso?

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Waldenor Costa
Waldenor Costa
10/12/2024 13:18

Os mesmos especialistas que chamam a atenção para o aumento do preço da carne são os mesmos que defendem cortes nos programas sociais e diminuição no aumento de salário mínimo. Assim fica difícil. São sabotadores do país.

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Nasts
Em resposta a  Waldenor Costa
11/12/2024 00:17

Passador de pano.. Toma vergonha nessa cara e para de desviar a culpa pra defender político incompetente

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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