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Petróleo: Sua história e importância para o mercado global de combustíveis

Escrito por Paulo Nogueira
Publicado em 18/10/2021 às 16:40
Petróleo combustíveis

Se você sempre quis entender os detalhes da importância do petróleo para a sociedade atual e como ele chegou até aqui, essa é a sua chance!

O petróleo é um composto viscoso natural, já vem sendo utilizado há milhares de anos pela humanidade. Só agora, no século 20, ganhou uma importância fundamental para a indústria de combustíveis e outros produtos manufaturados de seu refino.

Entender que o petróleo é um combustível fóssil não renovável parece relativamente simples, só que muitas pessoas não entendem exatamente a importância do petróleo e os motivos pelos quais ele se tornou tão importante para a economia mundial e muito menos compreendem o tamanho do poder que as nações que controlam o petróleo possuem.

Para tentar te ajudar a entender com mais detalhes o tamanho da importância do petróleo no mundo e como isso afetou nossa sociedade, decidimos fazer esse artigo respeito dele, mostrando como ele foi originado quimicamente, qual o interessante de países como os EUA nele, quais são seus principais desafios à ele e por quê a economia mundial precisa, antes que seja tarde demais, aprender a viver sem petróleo.

Como ele se originou e qual a sua consistência?

O petróleo é um elemento oleoso negro viscoso, menos denso do que a água, além de ser um composto riquíssimo em hidrocarbonetos e outros elementos interessantes para a indústriia.

Essa riqueza de componentes acabou tornando o petróleo um dos commodities mais valiosos durante o século 20.

É importante entender que um dos principais motivos pelos quais o petróleo acabou se tornando financeiramente interessante é por causa da sua capacidade de refino e desdobramento. Ou seja, é apenas graças aos processos a que o petróleo é submetido que ele se transforma na variedade quase infinita de matérias primas interessantes para as mais variadas indústrias.

O petróleo foi criado, de acordo com o que se acredita atualmente , do encapsulamento de animais e vegetais entre duas camadas rochosas, submetidas a decomposição por microorganismos anaeróbicos, que associado com a pressão, geram o óleo tão desejado pela indústria.

Exatamente por causa de suas circunstâncias específicas, a existência do petróleo não é exatamente comum no nosso planeta. Ele só ocorre quando as condições geológicas são favoráveis e, quando acabar, simplesmente deixará de ocorrer naturalmente.

Como você pode perceber mais adiante no texto a própria finitude do petróleo faz dele um material precioso, estratégico e necessário para o mundo do século XX, mas com o advento de tecnologias mais interessantes, renováveis e menos agressivas para o meio ambiente dessas duas primeiras décadas do século XXI, podemos dizer que o petróleo ainda tem “muito óleo para queimar”, mas com certeza ele vai acabar perdendo seu protagonismo nos próximos dez anos.

História antiga deste commoditie.

Você acha que a exploração petrolífera da humanidade é recente, é interessante que você reconsidere essa informação.

Os babilônios, os egípcios e os chineses muito provavelmente já utilizavam, cada um à sua maneira, o petróleo bruto.

Inclusive existem alguns indícios de que os chineses, inclusive, cavaram poços em busca do “óleo de pedra”.

O que muitos especialistas dizem é que muito do petróleo do mundo já vinha escapando para a superfície de alguma forma ou então tinha sido explorado antes que as refinarias de petróleo se tornassem capazes de produzir uma infinidade de matérias primas com eles.

Antes de ser um verdadeiro Pau para toda obra quando o assunto é matéria prima, o petróleo antes era utilizado de forma muito mais simples, como calefação e impermeabilização de telhados.

Alguns dizem que também era utilizado no tratamento que os mortos antigo Egito, sendo parte do processo de mumificação.

Não há dúvida, porém, que a grande revolução começou realmente na Escócia, com as primeiras refinarias de petróleo, que transformaram um elemento que tinha funções relativamente limitadas, no protagonista da economia mundial, motivo de guerras e de tantos desentendimentos neste século tão conturbado.

A história recente e a geopolítica do petróleo

https://youtube.com/watch?v=5XxXaJiBme4

É interessante descobrir que muito a nossa economia, da forma como lidamos com o mundo e inclusive a velocidade com a qual a tecnologia se desenvolveu no século 20 só foi possível quando o primeiro sistema de refino do petróleo foi desenvolvido, no final do século 19, na Escócia.

Após isso, os Estados Unidos da América dominaram quase que totalmente o mercado de petróleo. Em associação com os trabalhos de Henry Ford nos motores de combustão interna movidos a derivados de petróleo, os EUA aumentaram de importância consideravelmente de importância dentro do cenário mundial. 

O petróleo gerou fortuna nomes como Rockefeller e, como já foi dito, foi o principal exportador de petróleo do mundo, até o momento em que outras empresas, como a sueco-britânica Shell decidiram entrar no mercado de extração e refino de petróleo.

Como em muitas coisas do século 20, as duas grandes guerras tiveram um papel fundamental na solidificação do petróleo como ativo inestimável, já que ele se tornou também sinônimo de segurança frente aos invasores externos.

Com tanques, aviões, navios e submarinos todos sendo movidos a diesel e similares, não é difícil de imaginar como o controle das reservas de petróleo e de seu refino se tornou também um ativo estratégico para os países.

Isso é tão verdade que tempos de guerra não era incomum a restrição de consumo de petróleo dentre a população civil e as indústrias, tudo em busca de reforçar os estoques do front de batalha.

Este racionamento de combustíveis demonstrou a importância do petróleo durante todo o século 20, o que fez com que os países que tinham grandes depósitos dele e os países que tinham acesso às tecnologias para extração e refino do petróleo percebessem que tinham “o mundo nas mãos.”

Com o fim da guerra trazendo uma nova era de comunicação internacional com a criação da ONU, diversas associações de países com objetivos comerciais em comum se tornaram comuns, e um deles, a OPEP (organização internacional de países produtores de petróleo) acabou se tornando uma organização extremamente importante.

Graças ao cartel criado pela OPEP e as suas políticas, o petróleo é vendido a um valor quase pré fixado, já que os estoques são coordenados para que não exista flutuação no preço, especialmente desvalorização.

Ou seja, nesse jogo internacional, a produção de petróleo de um país pode ser seu principal ativo comercial internacional ( como ocorre no oriente médio), mas também tem relação com a capacidade do país de conseguir refinar o petróleo em seus subprodutos, especialmente diesel e gasolina, já que ter esse controle pode ser considerado interessante.

A alta ou baixa do preço dos combustíveis, na economia atual, acaba interferindo nos custos de toda a cadeia produtiva de um país, especialmente naqueles de grande extensão territorial, como o Brasil.

Isso porque o valor dos combustíveis afeta definitivamente o valor dos transportes e, caso não existam investimentos do governo em formas alternativas de transportes de carga como trens  ou via náutica, o transporte rodoviário de longos trechos acaba aumentando consideravelmente o custo associado de alimentos e similares.

Sendo assim, os governos criam reservas, isentam impostos, criam empresas estatais ou ao menos economia mista como a Petrobras, tudo isso com a intenção de manter os preços dos combustíveis dentro do controle.

Oriente Médio e o petróleo

Dubai é um paraíso construído no deserto com o dinheiro do Petróleo

É importante considerar o fato de que muitos países do Oriente Médio, como os Emirados Árabes Unidos, Irã e Iraque possuem grande parte das reservas de petróleo. Exatamente por isso eles acabam tendo grande influência na OPEP e em outras associações do tipo, além de ser .

A maioria dos Estados do chamado Oriente Médio só foi criado depois de 1945 com o fim da Segunda Guerra Mundial, quando a França e a Inglaterra abriram mão do controle dessas áreas e permitiram que elas se tornassem países independentes, o que faz dessa área extremamente  instável politicamente.

Os EUA e a antiga URSS, em sua guerra fria, tiveram sua participação em piorar a situação desses países, alimentando conflitos internos como parte da sua campanha de agressão indireta e de controle político desses países. 

Curiosamente, os Emirados Árabes Unidos, por motivos diversos, conseguiram se desenvolver e cidades incríveis como Dubai se desenvolveram no meio do deserto. Outros países, como o Irã e o Iraque, acabaram sendo engolidos por conflitos constantes, inclusive relacionados com os EUA, que continua sendo constantemente intervencionista nessa parte do mundo.

Um dos motivos mais atuais para a preocupação do mundo em relação ao oriente médio envolve o grupo extremista Estado Islâmico, que, assim como o Talibã, vem se tornando uma ameaça cada vez maior à uma das maiores reservas de  petróleo do mundo. 

As consequências do uso excessivo

A poluição do ar e as mudanças climaticas são consequências do uso indiscriminado de derivados do Petróleo
SP – TRÂNSITO-MARGINAL-PINHEIROS-MOVIMENTAÇÃO – GERAL – Trânsito visto na Marginal Pinheiros, na cidade de de São Paulo, SP nesta sexta-feira, (09). 09/04/2021 – Foto: RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Algo tão positivo e tão lucrativo para diversas Indústrias se transformou em um “vício econômico” para a Sociedade do mundo, com países basicamente voltados apenas para essa indústria.

Como todo vício, as consequências não tardaram a chegar. O excesso de uso dos combustíveis fósseis começou com carvão mineral no século XVIII e depois passando aos derivados do petróleo começaram a afetar negativamente o clima do planeta.

 Além disso, como não podemos deixar de evidenciar, ainda existe todo um problema com a poluição por plástico e microplásticos, que está se tornando quase tão prejudicial quanto a poluição do ar, pois vem afetando a vida marinha de forma lamentável.

A poluição causada pela queima dos combustíveis fósseis gera liberação de gases estufa no ar, o que vem sendo o responsável pelas mudanças climáticas assolando o mundo
Junto a isso ainda temos o problema relacionado ao desmatamento que também afeta o equilíbrio químico da atmosfera.

Existiu, durante muitos anos, uma falta de vontade política muito grande envolvida no controle de emissões de carbono, o que agora vem sendo transformado, como muitos podem perceber pelas notícias, em um novo mercado: o mercado de emissões de carbono, onde países com maiores emissões de carbono pagam pela “cota de carbono” de países que não poluem tanto, em busca de diminuir o total de emissões no mundo.

Junto a isso existe um esforço de finalmente começar um estudo mais sério em alternativas energéticas para substituir o petróleo. Muito se diz sobre o fato de que essas pesquisas já estariam muito mais avançadas, se a OPEP e outras associações do gênero não sabotassem toda e qualquer iniciativa nesse sentido.

É importante citar também, porém, que a alternativa elétrica, que até o momento tem sido apontada como a melhor forma de substituir o petróleo, não é exatamente a mais simples de todas. Além de ter seus efeitos negativos no meio ambiente, graças à extração de minerais para criação de circuitos e baterias, ele ainda tem o problema de gerar lixo considerável.

A resposta para uma tecnologia que seja capaz de tirar a humanidade desse ciclo vicioso que ela entrou tem de partir da reciclagem, pois assim resolvemos tanto o problema do excesso de acúmulo de lixo quanto o problema energético em si.

A tecnologia envolvida na extração de petróleo.

Existe uma tecnologia complexa por trás da extração e refino do Petróleo
Plataforma de Petróleo Jacketa.

Uma das questões interessantes a respeito da biologia envolvida no refino do petróleo envolve o fato de que a maioria da tecnologia desenvolvida recentemente ao redor do petróleo tem muito mais relação com sua prospecção e extração do que com o refino em si.

Isso porque do petróleo são aproveitados quase todos os elementos, sejam gases , líquidos e mais sólidos, para que seja feita essa separação, é necessário catalogar primeiro o petróleo, entender quais são os elementos predominantes na mistura sendo explorada e então submetê-lo à processos físicos e químicos para a separação desses elementos.

Agora, quando falamos na extração do petróleo, existe toda uma série de questões e tecnologias sendo desenvolvidas, sendo que o Brasil e a Petrobras vem cumprindo um papel interessante nisso.

Isso porque, com o investimento na tecnologia para a extração do petróleo na chamada camada do pré-sal, além de aumentarmos nossas reservas de petróleo, também criamos tecnologias importantes para que outros países com reservas de petróleo na mesma situação possam fazer a extração, comprando maquinário nosso.

Como se pode ver, existe uma rede complexa e fascinante de interesses ao redor do petróleo, e como as pessoas envolvidas nessa rede são muito ricas e poderosas, elas fazem um esforço para evitar, ao máximo, o aparecimento de outras alternativas energéticas.

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Paulo Nogueira

Com formação técnica, atuei no mercado de óleo e gás offshore por alguns anos. Hoje, eu e minha equipe nos dedicamos a levar informações do setor de energia brasileiro e do mundo, sempre com fontes de credibilidade e atualizadas.

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