Petróleo e gás são destaques no I CBME, com a diretora da EPE debatendo transição energética, exploração sustentável, novas fronteiras, empregos verdes e oportunidades futuras no Brasil
Petróleo e gás no Brasil são dois temas que despertam curiosidade, já que fazem parte da vida de todos, mesmo quando não percebemos.
Desde a gasolina que move os carros até os plásticos usados no dia a dia, eles estão em todo lugar. Mas a grande questão é: como continuar usando esses recursos enquanto o mundo fala tanto em energia limpa?
Foi exatamente esse debate que marcou o Congresso Brasileiro de Minas e Energia (CBME 2025), realizado no último dia 23 de setembro.
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A diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Heloisa Borges, apresentou um painel sobre “Novas Fronteiras” e trouxe informações que ajudam a entender para onde o setor caminha, segundo uma matéria publicada.
O encontro discutiu desde a exploração em áreas como a Margem Equatorial e a Bacia de Pelotas até a necessidade de integrar petróleo e gás à transição energética.
Mais do que falar de combustíveis fósseis, Heloisa destacou que o grande desafio é equilibrar crescimento econômico, geração de empregos e preservação ambiental.
O objetivo é simples: buscar um futuro energético que seja inclusivo, sustentável e capaz de reduzir desigualdades regionais no Brasil.
Transição energética: palavra-chave no setor de petróleo e gás
Durante o I CBME, Heloisa Borges destacou a importância de pensar o petróleo e gás dentro da chamada transição energética, que envolve mudanças para fontes mais limpas, como solar e eólica.
Mas, segundo ela, mesmo com essas transformações, o mundo continuará precisando de petróleo em qualquer cenário, seja com metas climáticas atingidas ou não.
Essa visão também aparece no Plano Nacional de Energia (PNE), que busca combinar neutralidade de carbono com inclusão social, geração de empregos e redução das desigualdades.
Heloisa lembrou que a transição energética precisa ser justa, ou seja, trazer benefícios para todas as regiões do país e não deixar ninguém de fora.
Com isso, fica claro que o debate não é sobre acabar com o petróleo e gás de uma vez, mas sim sobre usá-los de forma equilibrada enquanto novas tecnologias ganham espaço.
Exploração sustentável: novas fronteiras do petróleo e gás
Outro ponto de destaque foi a discussão sobre novas fronteiras de exploração, especialmente na Margem Equatorial e na Bacia de Pelotas.
Essas regiões são vistas como estratégicas para o Brasil, já que podem ampliar a produção sem deixar de lado os cuidados ambientais.
Heloisa reforçou que, mesmo em um cenário de neutralidade climática, a demanda global por petróleo continuará existindo.
Por isso, a estratégia deve ser concentrar a produção em locais com menor risco de poluição, algo já mencionado por especialistas como o professor Roberto Shaeffer, da UFRJ (Coppe).
Esse olhar para a exploração sustentável mostra que petróleo e gás ainda terão papel central na matriz energética do país, mas com foco em reduzir impactos e aproveitar melhor os recursos disponíveis.
Empregos verdes e oportunidades no setor de petróleo e gás
Outro tema que chamou atenção foi o impacto social e econômico do setor. Segundo Heloisa Borges, o Plano Nacional de Energia prevê geração de emprego e renda como parte essencial da transição.
Isso significa que, ao mesmo tempo em que o Brasil avança em renováveis, o petróleo e gás continuam sendo motores de oportunidades.
A ideia é que investimentos em novas fronteiras e em projetos de transição energética também tragam empregos verdes, voltados para atividades que respeitem critérios ambientais e sociais.
Esse movimento cria chances para trabalhadores em diferentes regiões do país, fortalecendo a economia local.
Além disso, o debate reforçou que a mineração, os fertilizantes e outras áreas ligadas à energia também fazem parte desse mesmo ecossistema de desenvolvimento. Assim, o petróleo e gás se conectam com diversos setores estratégicos do Brasil.
O papel do Brasil nas próximas décadas
O encontro no I CBME mostrou que o Brasil tem um papel importante no cenário global de energia. O país busca equilibrar exploração de petróleo e gás com avanços em energia limpa e metas de neutralidade de carbono.
A fala de Heloisa Borges deixou claro que a demanda por combustíveis fósseis ainda existe, mas que o desafio é reduzir desigualdades, gerar empregos e garantir que todos tenham acesso a energia de qualidade.
Com isso, o Brasil se posiciona como referência em unir crescimento econômico e responsabilidade ambiental.