O governador do Amapá destaca como o petróleo da Margem Equatorial pode transformar o estado, atraindo investimentos, gerando empregos e acelerando obras de infraestrutura sustentável na região
Em 10 de novembro de 2025, o governador do Amapá, Clécio Luís, anunciou que os recursos provenientes da exploração de petróleo na Margem Equatorial serão destinados à infraestrutura, à proteção de terras indígenas e ao desenvolvimento sustentável. A declaração foi feita durante a COP30 em Belém, conforme publicado pela revista Exame.
O que é a Margem Equatorial e seu potencial energético
Clécio Luís afirmou que o petróleo será utilizado como matriz econômica para viabilizar investimentos em infraestrutura, garantir a proteção das terras indígenas e promover o desenvolvimento sustentável do Amapá. A fala marca uma virada na política econômica do estado, que até então dependia fortemente de repasses federais e de sua vocação ambiental.
A Margem Equatorial é uma faixa litorânea que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá, com alto potencial de petróleo e gás ainda não explorado. A região é considerada estratégica pela Petrobras e pelo governo federal, especialmente após a concessão da licença ambiental pelo Ibama para perfuração no bloco FZA-M-059, localizado a 175 km da costa do Amapá.
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Estudos geológicos indicam que a área possui características semelhantes às bacias da Guiana e do Suriname, onde foram descobertas reservas significativas nos últimos anos. A Margem Equatorial pode se tornar uma das principais fontes de energia do Brasil nas próximas décadas.
Clécio Luís defende desenvolvimento sustentável no Amapá
O governador Clécio Luís tem reforçado que a exploração do petróleo deve ser feita com responsabilidade ambiental. Segundo ele, o Amapá é o estado com menor taxa de desmatamento do Brasil e é considerado carbono negativo, ou seja, captura mais carbono do que emite.
O Amapá é reconhecido como exemplo de preservação ambiental e busca agora se tornar referência em desenvolvimento sustentável. A proposta é que os royalties do petróleo sejam aplicados em obras de infraestrutura, como estradas, saneamento e energia, além de políticas públicas voltadas à proteção de comunidades indígenas e tradicionais.
Infraestrutura no Amapá: gargalos históricos e novas perspectivas
O Amapá enfrenta há décadas um déficit estrutural em áreas essenciais. De acordo com dados do IBGE e do site Municípios e Saneamento, parte significativa da população do estado não tem acesso a saneamento básico adequado. Além disso, a malha rodoviária é limitada, dificultando o escoamento da produção e o acesso a serviços públicos.
Com a nova receita oriunda do petróleo, o governo estadual pretende investir em:
- Pavimentação de rodovias estratégicas, como a BR-156;
- Expansão da rede elétrica para comunidades isoladas;
- Construção de hospitais e escolas em áreas remotas;
- Modernização dos portos e aeroportos regionais.
Esses investimentos podem mudar radicalmente a qualidade de vida da população amapaense.
Petróleo e proteção das terras indígenas no Amapá
Outro pilar da proposta é a proteção das terras indígenas. O Amapá abriga diversas etnias, como os povos Waiãpi e Galibi Marworno, que vivem em áreas de floresta preservada. O governo promete destinar parte dos recursos do petróleo para:
- Fortalecer a demarcação e fiscalização de terras indígenas;
- Apoiar projetos de etnodesenvolvimento;
- Garantir acesso à saúde e educação diferenciadas.
A ideia é que o desenvolvimento econômico caminhe lado a lado com a valorização cultural e a proteção dos direitos originários.
Licenciamento ambiental e responsabilidade ecológica
A exploração de petróleo na Margem Equatorial tem gerado debates intensos entre ambientalistas, governo e setor produtivo. O Ibama autorizou a perfuração após a aprovação do Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF), que estabelece protocolos rigorosos para mitigar impactos ambientais.
A licença ambiental é um marco regulatório importante, pois demonstra que é possível conciliar exploração de recursos naturais com responsabilidade ecológica. Ainda assim, organizações da sociedade civil seguem monitorando o processo para garantir que os compromissos sejam cumpridos.
Potencial econômico do petróleo na Margem Equatorial
Segundo estimativas da Petrobras, a Margem Equatorial pode gerar bilhões em royalties e participações especiais nos próximos anos. Para o Amapá, isso representa uma oportunidade inédita de diversificar sua economia e reduzir a dependência de transferências federais.
Além disso, a cadeia produtiva do petróleo pode gerar milhares de empregos diretos e indiretos, especialmente nas áreas de:
- Logística e transporte;
- Construção civil;
- Serviços técnicos e ambientais;
- Formação profissional e capacitação.
O petróleo pode ser o motor de uma nova economia regional.
Clécio Luís e o desafio da governança transparente
Apesar das promessas, o projeto enfrenta desafios significativos:
- Garantir que os recursos sejam bem aplicados e não desviados;
- Evitar impactos ambientais irreversíveis;
- Promover inclusão social e evitar desigualdades regionais;
- Manter a transparência e o controle social sobre os investimentos.
O sucesso dependerá da governança e da participação ativa da sociedade civil. O papel de Clécio Luís será decisivo para garantir que o Amapá se torne um exemplo de gestão pública eficiente e sustentável.
Petróleo no Amapá: oportunidade para um futuro equilibrado
A exploração de petróleo na Margem Equatorial representa uma virada histórica para o Amapá. Sob a liderança de Clécio Luís, o estado tem a oportunidade de transformar riqueza natural em desenvolvimento humano, respeitando o meio ambiente e os povos originários.
Se bem conduzido, esse novo ciclo econômico pode colocar o Amapá como referência nacional em desenvolvimento sustentável. A chave será equilibrar crescimento com preservação, infraestrutura com inclusão, e riqueza com justiça social.


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