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Petrobras tem plano audacioso de investimentos: a área de exploração e produção contará com um orçamento de US$ 77 bilhões (R$ 440 bilhões), enquanto US$ 20 bilhões (R$ 114 bilhões) serão destinados ao refino

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 18/11/2024 às 16:53
Petrobras
Foto: Agência Petrobras

Petrobras destina US$ 77 bilhões para exploração e produção e US$ 20 bilhões para refino: maior plano de investimento da década

A Petrobras, sob a gestão de Magda Chambriard, deu início ao primeiro plano de investimentos que reflete uma estratégia de priorização da produção e refino de petróleo. Alinhada ao lema “toda gota de petróleo conta”, a empresa apresenta um enfoque menos intenso nas energias renováveis, uma mudança que já vinha sendo antecipada pela nova administração da estatal.

O plano, válido para o período de 2025 a 2029, será debatido na próxima quinta-feira (21) pelo conselho de administração da Petrobras. No entanto, informações preliminares obtidas pela Folha mostram um orçamento estimado em US$ 111 bilhões (cerca de R$ 640 bilhões), superando a versão anterior de US$ 102 bilhões (R$ 580 bilhões).

A ampliação do investimento também viabilizará a distribuição de dividendos esperados pelo mercado, incluindo até US$ 10 bilhões (R$ 57 bilhões) em dividendos extraordinários.

Flexibilização financeira e endividamento da Petrobras

Uma das propostas centrais do plano é o aumento do limite de endividamento da Petrobras, de US$ 65 bilhões (R$ 370 bilhões) para US$ 70 bilhões (R$ 398 bilhões). A diretoria da estatal argumenta que a medida é necessária para garantir maior flexibilidade financeira, permitindo investimentos mais robustos em áreas estratégicas.

Esse aumento de capital também está atrelado à intenção de manter uma produção média de 3,2 milhões de barris de petróleo e gás por dia ao longo da próxima década. Para isso, serão destinados US$ 77 bilhões (R$ 440 bilhões) ao setor de exploração e produção, com US$ 7,9 bilhões (R$ 45 bilhões) direcionados a novas reservas em bacias como a da margem equatorial e a de Pelotas, além de projetos na África.

Expansão em refinarias e diversificação

Outro ponto destacado no plano é o aumento do investimento em refino, que salta de US$ 17 bilhões (R$ 97 bilhões) para US$ 20 bilhões (R$ 114 bilhões). Esses recursos serão utilizados para acelerar obras importantes, como as da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Boaventura, no Rio de Janeiro.

Além do foco no petróleo, a Petrobras planeja diversificar suas atividades. Projetos na área de petroquímica e fertilizantes, deixados de lado durante a gestão de Jair Bolsonaro, retornam à pauta sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre os principais investimentos está a retomada da construção da unidade de fertilizantes em Três Lagoas (MS), com previsão de R$ 3,5 bilhões, e a reativação das operações da Araucária Nitrogenados, no Paraná.

Menor foco em energias renováveis

Embora a transição energética seja uma preocupação global, o plano da Petrobras reduz o investimento em geração de energia solar e eólica, mantendo um orçamento de US$ 11 bilhões (R$ 62 bilhões) para projetos de baixo carbono. O foco está na descarbonização das operações da empresa, com iniciativas voltadas à eficiência energética e tecnologias de captura de carbono.

A gestão Chambriard defende que o petróleo continuará desempenhando um papel essencial na economia mundial por décadas. A estratégia de “transição energética justa” busca equilibrar a produção de energia acessível com as metas de sustentabilidade. “É possível explorar petróleo de forma responsável, zelando pelo meio ambiente e promovendo uma transição que atenda a todos”, afirmou Magda Chambriard em entrevista na última quinta-feira (13).

Compromisso com a sustentabilidade

Apesar da aposta no petróleo, a Petrobras reafirma seu compromisso com o Acordo de Paris, que estabelece a meta de neutralizar as emissões líquidas de carbono até 2050. Segundo Magda, a estatal investe em iniciativas ambientais e sociais que reforçam sua responsabilidade climática. “A liderança na transição energética justa não é incompatível com a exploração de petróleo e gás”, destacou.

Reações do mercado e expectativas

O mercado aguarda com ansiedade a aprovação final do plano, que definirá o papel da Petrobras nos próximos anos. A expectativa é que a estratégia sinalize não apenas a capacidade da empresa de manter altos níveis de distribuição de dividendos, mas também sua habilidade de navegar entre as demandas de uma economia verde e a pressão por resultados financeiros imediatos.

No governo, o plano tem apoio do presidente Lula, que vê no petróleo uma fonte crucial para financiar projetos que promovam emprego e desenvolvimento social. Ainda assim, o desafio será equilibrar a busca por lucro com o avanço de políticas sustentáveis.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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