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Petrobras surpreende negativamente e decepciona milhões de brasileiros ao relatar maior prejuízo do mundo

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 11/08/2024 às 13:21
Atualizado em 16/08/2024 às 01:40
Petrobras. (Foto: divulgação)
Petrobras. (Foto: divulgação)

O segundo trimestre de 2024 revelou uma situação inesperada para a Petrobras, uma das gigantes do setor de petróleo e gás, que surpreendeu o mercado com um desempenho financeiro decepcionante.

A empresa, conhecida por sua relevância global, foi a única, ao lado da britânica BP, a registrar prejuízo entre as maiores companhias do setor. Mas o que realmente aconteceu por trás desses números desanimadores? Por que uma das maiores petroleiras do mundo, que deveria estar em posição de destaque, está enfrentando dificuldades financeiras?

O desempenho preocupante da Petrobras

No período de abril a junho de 2024, a Petrobras registrou um prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões, o que equivale a aproximadamente US$ 344 milhões, conforme a taxa de câmbio no fechamento do trimestre.

Esse resultado colocou a estatal brasileira em uma posição delicada no cenário internacional. Das dez maiores companhias de petróleo e gás do mundo, a Petrobras se destacou negativamente como a única, além da BP, a não reportar lucros.

A BP, embora tenha tido um desempenho fraco, ainda apresentou um prejuízo menor, de US$ 129 milhões, destacando ainda mais a situação crítica da Petrobras. Por outro lado, gigantes como a Saudi Aramco e a ExxonMobil se saíram muito melhor, com a primeira registrando um impressionante lucro líquido de US$ 29 bilhões e a segunda alcançando US$ 9,2 bilhões.

Comparações que preocupam

Entre as outras companhias, a britânica Shell e a francesa TotalEnergies também apresentaram lucros, embora menores em comparação ao trimestre anterior. A Shell obteve um lucro de US$ 6,3 bilhões, enquanto a TotalEnergies viu seus ganhos caírem de US$ 5,4 bilhões para US$ 3,8 bilhões.

A norueguesa Equinor também não ficou imune à queda de receitas, com seu lucro caindo de US$ 2,7 bilhões para US$ 1,9 bilhão. Essas comparações acentuam ainda mais a situação desafiadora da Petrobras, que além de enfrentar o cenário global adverso, lida com questões internas que agravam seu desempenho.

Desafios internos e aumento de despesas

Além dos desafios globais, a Petrobras enfrentou problemas internos que impactaram diretamente seu desempenho no segundo trimestre de 2024. O prejuízo de US$ 344 milhões marcou o pior resultado trimestral da empresa em quase quatro anos, desde o terceiro trimestre de 2020. Apesar de uma receita de R$ 122 bilhões (US$ 23,4 bilhões), um aumento de 7,4% em relação ao mesmo período de 2023, a companhia não conseguiu evitar o prejuízo.

O aumento nas despesas operacionais foi um dos principais fatores que contribuíram para esse resultado negativo. As despesas cresceram 69,9% em um ano, atingindo R$ 26,5 bilhões. Esse aumento substancial nas despesas operacionais pressionou as margens da empresa e comprometeu seu desempenho financeiro.

Outro fator significativo foi o acordo feito pela Petrobras em junho de 2024 para encerrar processos administrativos e judiciais no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). O acordo incluiu o pagamento de R$ 19,8 bilhões, dos quais R$ 3,57 bilhões foram desembolsados imediatamente em junho. O restante será pago em seis parcelas mensais e sucessivas de R$ 1,38 bilhão até dezembro de 2024.

Impactos financeiros e volatilidade cambial

Segundo o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Fernando Melgarejo, dois eventos tiveram um impacto considerável no resultado contábil da empresa, embora não tenham afetado significativamente o caixa: a variação cambial e os impactos da adesão à transação tributária. Durante o segundo trimestre, o dólar subiu de R$ 5,00 para R$ 5,56, o que contribuiu para o resultado negativo da empresa.

Melgarejo afirmou que, sem esses eventos, a Petrobras teria registrado um lucro líquido de US$ 5,4 bilhões, o equivalente a R$ 30 bilhões. Já a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou que, apesar dos números negativos, a geração de caixa da empresa aumentou e o nível de endividamento permaneceu controlado.

O futuro da Petrobras em jogo

A Petrobras enfrenta uma fase desafiadora, com pressões internas e externas que colocam em risco seu desempenho futuro. Será que a empresa conseguirá reverter essa situação e voltar ao caminho do lucro? O tempo dirá, mas os desafios são grandes e exigem uma gestão estratégica para superar os obstáculos.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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