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Petrobras ressuscita obra bilionária que estava abandonada há 16 anos e prometeu mudar o Brasil: R$ 75 BILHÕES em jogo e 30 MIL empregos à vista

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 11/09/2024 às 18:22
Petrobras finaliza o Polo GasLub, antigo Comperj, após 16 anos. (Imagem: reprodução)
Petrobras finaliza o Polo GasLub, antigo Comperj, após 16 anos. (Imagem: reprodução)

Petrobras finaliza o Polo GasLub, antigo Comperj, após 16 anos de paralisações e escândalos de corrupção. O projeto agora foca no processamento de gás natural do pré-sal, prometendo impacto no mercado energético brasileiro.

Após 16 anos de espera e bilhões em prejuízos, a Petrobras finalmente deu vida ao que um dia foi considerado um dos maiores símbolos de corrupção no país.

Mas o que levou essa gigante do setor de energia a reerguer um projeto bilionário que muitos consideravam morto? Será que, dessa vez, o Comperj realmente cumprirá suas promessas?

Na última sexta-feira (06), a Petrobras recebeu a autorização da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para começar a receber o gás natural dos campos do pré-sal no agora chamado Polo GasLub Itaboraí.

A obra, iniciada em 2008 e marcada por escândalos de corrupção, voltou a ser finalizada, mas com um escopo muito diferente do que se planejava originalmente.

R$ 75 bilhões e 30 mil empregos: o que restou do sonho original?

O projeto do Comperj, que previa um grande complexo petroquímico, se reduziu a uma unidade de processamento de gás natural. A inauguração oficial está marcada para esta sexta-feira (13), e o evento contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O objetivo? Processar o gás natural extraído dos campos do pré-sal, trazido por um gasoduto de 355 quilômetros, a maior parte submarina.

Mesmo com um escopo reduzido, a capacidade de impacto é impressionante. As estruturas instaladas no Polo GasLub têm capacidade para processar 21 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

Segundo a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, esse volume é superior às importações de gás feitas pela empresa atualmente, o que significa que o novo polo contribuirá significativamente para a autossuficiência energética do Brasil.

A saga de corrupção e paralisações

O Comperj foi concebido como um ambicioso projeto para atrair fábricas de plástico e indústrias petroquímicas para Itaboraí, no Rio de Janeiro.

Contudo, o projeto se transformou em um dos maiores símbolos da Operação Lava-Jato, com o envolvimento da Petrobras em escândalos de corrupção, superfaturamento e pagamento de propinas.

Desde 2008, a estatal já contabilizou ao menos US$ 14 bilhões em prejuízos relacionados ao empreendimento.

Em 2015, as obras foram paralisadas. Já no governo de Michel Temer, entre 2017 e 2018, a Petrobras abandonou de vez os planos de construir refinarias no local, reduzindo o escopo do projeto.

Mesmo assim, a finalização da UPGN (Unidade de Processamento de Gás Natural) e da Rota 3, uma das partes da rede de gasodutos submarinos, enfrentou várias paralisações.

A crise econômica causada pela pandemia de Covid-19 e desavenças com as construtoras em 2022 também atrasaram o andamento.

Novos planos à vista: o futuro do Polo GasLub

O presidente Lula deve marcar presença na inauguração do polo na próxima sexta-feira, o que reforça a expectativa de que o governo irá dar continuidade a projetos de expansão no local.

O Plano Estratégico 2024-2028 da Petrobras já prevê a construção de refinarias de diesel e de biocombustíveis, como bioquerosene de aviação.

O plano é visto como fundamental para a transição energética do país e para reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

Apesar disso, a execução desse plano estratégico, que envolve investimentos de US$ 102 bilhões, foi um dos fatores que resultaram na saída de Jean-Paul Prates da presidência da Petrobras no governo Lula.

Magda Chambriard, que assumiu o cargo em junho de 2024, agora tem a missão de acelerar essas obras, incluindo a ampliação do Polo GasLub.

Além das refinarias, a Petrobras também anunciou a intenção de construir um parque termelétrico no local, com capacidade para gerar até 1,867 gigawatts (GW) de energia, utilizando gás natural.

A transformação de um gigante adormecido

Com uma história marcada por altos e baixos, corrupção e paralisações, o Comperj — agora Polo GasLub — finalmente se aproxima de seu renascimento.

E, embora o projeto original tenha sido drasticamente reduzido, a nova versão do empreendimento ainda promete causar um grande impacto no mercado de gás e energia no Brasil.

A pergunta que fica é: com tantos obstáculos no caminho, o Polo GasLub conseguirá atingir todo o seu potencial ou será apenas mais uma promessa não cumprida?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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