além de estratégias de captação de recursos e parcerias com empresas do setor agropecuário. Novos projetos de pesquisa e desenvolvimento também fazem parte da proposta.
É fundamental que todos os investimentos passem por um processo de governança, sendo que alguns demandam maior atenção do que outros. De acordo com o entrevistado, todos os investimentos devem ser realizados levando em consideração a geração de valor, margem e atratividade financeira, independentemente se estão relacionados a fertilizantes ou qualquer outra área.
Portanto, a governança é essencial para garantir que os investimentos sejam realizados de forma estratégica e responsável, visando sempre o retorno financeiro e a sustentabilidade do negócio.
“Claro que se fizermos uma comparação entre um poço de petróleo no pré-sal e uma fábrica de fertilizantes, os retornos financeiros não serão os mesmos, mas isso não significa que investir em fertilizantes seja um prejuízo”, afirmou.
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O diretor financeiro e de relações com investidores, Sérgio Leite, ressaltou que os critérios utilizados para avaliar os investimentos nos projetos de fertilizantes permanecem inalterados.
CEO da estatal fala sobre retomada na área de fertilizantes
O líder executivo da empresa estatal declarou que a volta ao setor de fertilizantes está relacionada não só à necessidade de suprir a demanda interna, mas também à estratégia da companhia durante a transição energética. “É a partir disso que surgirão novos produtos, como amônia verde e os fertilizantes do futuro, então é crucial conquistar uma parte do mercado, queremos participar ativamente”, afirmou.
Quanto à rentabilidade dos projetos, Prates enfatizou a importância da diversificação das atividades da empresa durante a transição energética, e que pode se aproveitar da sua capacidade logística e operacional, bem como do acesso à matéria-prima para obter lucro com projetos nesse segmento. **É fundamental para a empresa estar preparada para se posicionar estrategicamente nesse cenário em evolução.**
Durante o período de seis meses, que poderá ser estendido por mais seis, serão exploradas outras opções: reintegrar as plantas, estabelecer uma joint venture, buscar um terceiro parceiro ou unir-se a outros projetos. Além disso, há um projeto em andamento para uma planta de hidrogênio, que desperta grande interesse e está sendo avaliado atentamente.
Uma das alternativas consideradas é utilizar a planta baiana para a produção de amônia verde destinada à exportação, conforme apontado por França.
**Vamos buscar outra solução: ou incorporar [tomar as plantas de volta], ou fazer uma joint venture com eles, ou colocar um terceiro parceiro, ou juntar com outros projetos. Lá existe também um projeto de uma planta de hidrogênio, que é bem interessante, também estamos olhando**
O pacto foi previamente mencionado pelo governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, em uma entrevista ao estúdio epbr durante um evento. Veja a entrevista completa abaixo:
Prates sugeriu que o acordo de tolling tem como objetivo fornecer à Petrobras mais tempo para determinar o rumo dos projetos. **Essa medida visa permitir que a empresa decida qual será o destino dos projetos de gás.**
A Unigel assinou um contrato de dez anos para arrendar as unidades industriais. A empresa está enfrentando dificuldades financeiras e alega que o custo atual do gás natural fornecido pela estatal está inviabilizando a continuidade das operações das fábricas.
De acordo com um porta-voz da empresa, “O conceito não é ajudar ninguém, é nos ajudar. As duas plantas são ativos nossos. A alternativa a isso seria descontinuar as plantas, devolvê-las”, afirmou.
Acordo de prestação de serviços entre a Petrobras e a Proquigel
Além disso, a Petrobras também confirmou que está em conversações com a Proquigel, uma subsidiária da Unigel, para fechar um acordo de tolling para as instalações de fertilizantes localizadas em Sergipe e na Bahia.
Através desse contrato de prestação de serviços, a Proquigel concordou em continuar pagando o aluguel para operar as fábricas e comercializar a ureia, enquanto a Petrobras irá fornecer gás natural para as operações. **Este acordo permite que ambas as empresas se beneficiem mutuamente, garantindo a continuidade das operações das fábricas de fertilizantes.**
“O objetivo é concluir a obra, mas o método para isso pode variar. Tivemos discussões na China com potenciais parceiros interessados em finalizar o projeto e se tornarem sócios. Essa é uma possibilidade, mas também consideramos a opção de concluir a obra por conta própria e depois buscar sócios”, afirmou Prates.
O diretor de processos industriais e produtos, William França, enfatizou que a UFN 3 possui a vantagem de ser mais eficiente do que outras unidades da Petrobras. “É mais lucrativa, produzindo 60% mais ureia com a mesma quantidade de gás. Embora a previsão de operação seja em 2028, estamos trabalhando para otimizar esse prazo, sujeito à viabilidade da operação”, explicou França.
O chefe da Petrobras, Jean Paul Prates, também validou a intenção de terminar as construções da UFN 3, localizada em Três Lagoas, que foram paralisadas em 2014. A unidade foi até mesmo colocada à venda durante o governo Bolsonaro, porém sem sucesso. Contudo, a continuidade das obras estará sujeita a novas avaliações financeiras.
“Estamos finalizando a análise das necessidades para realizar um processo de licitação. Posteriormente, após a conclusão da licitação e a avaliação das responsabilidades e recursos humanos pelo grupo de trabalho, tomaremos a decisão de retomar as operações dessa planta”, afirmou.
França também mencionou que a empresa está em negociações com um possível parceiro para substituir o gás natural usado na produção de fertilizantes por gás gerado a partir de biomassa, ou seja, o biogás.
Retomada da Ansa e Projeto de Fertilizantes
O diretor executivo de processos industriais e produtos da empresa, William França, compartilhou as informações durante uma coletiva de imprensa sobre o planejamento estratégico 2024-2028 na manhã de sexta-feira, 24 de novembro.
De acordo com França, a retomada da Ansa e o projeto de fertilizantes estão previstos para acontecer de forma mais ágil. A planta está inativa desde 2019, e os investimentos para reiniciar a operação já estão alocados no orçamento da diretoria, conforme o novo plano estratégico. Esses recursos serão direcionados principalmente para a manutenção da unidade. **A retomada da Ansa é uma prioridade e está integrada ao planejamento estratégico da empresa.**
A estratégia da Petrobras de voltar ao setor de produção de fertilizantes envolve a retomada das operações da Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa) no Paraná até o final de 2024, e o início da produção da UFN 3, em Três Lagoas (MS), em 2028.
A empresa também está em negociações para estabelecer um contrato de tolling a curto prazo com a Unigel, a fim de viabilizar as fábricas de fertilizantes (fafens) da Bahia e de Sergipe. Neste modelo, a estatal fornecerá o gás e ficará com os fertilizantes, pagando apenas pelo uso das instalações.
Fonte: EPBR