Estatal obtém direito exclusivo de negociação para adquirir novos blocos exploratórios em águas profundas, marcando seu retorno estratégico ao continente africano.
A Petrobras anunciou que recebeu o direito de exclusividade do governo da Costa do Marfim para negociar a aquisição de novos blocos de petróleo. A movimentação faz parte do plano da empresa de ampliar suas reservas e diversificar seu portfólio em novas fronteiras geológicas, marcando um retorno estratégico ao cenário internacional, com foco na África.
Petrobras busca novas fronteiras
A Petrobras confirmou a negociação exclusiva com a Costa do Marfim. A estatal manifestou interesse formal pelos ativos, recebendo a concessão de exclusividade. Esta iniciativa integra o plano estratégico de longo prazo da companhia. O principal objetivo é a recomposição das reservas de petróleo e gás natural. Para isso, a empresa explora novas fronteiras geológicas, tanto no Brasil quanto no exterior. A avaliação de oportunidades em ativos africanos é parte fundamental dessa estratégia. “A avaliação de novas áreas tem como objetivo diversificar o portfólio exploratório da companhia com geração de valor”, afirmou a Petrobras em comunicado.
Oportunidade na Costa do Marfim: Bacia inexplorada atrai a Petrobras
Os blocos em negociação estão localizados na porção ocidental da bacia sedimentar da Costa do Marfim. A região é considerada estratégica e relativamente inexplorada. O Conselho de Ministros do país africano destacou a importância da parceria. Segundo o órgão, a Petrobras “ajudará a desenvolver ainda mais a margem ocidental da bacia sedimentar do país”. A experiência da companhia brasileira em operações de águas profundas foi um fator decisivo para a escolha.
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Retorno ao cenário internacional: Petrobras diversifica portfólio
O interesse da Petrobras por ativos na África representa uma retomada. Nos últimos anos, a empresa focou suas operações no pré-sal brasileiro e reduziu seu portfólio internacional. Agora, a estatal busca ampliar novamente sua presença global. A empresa avalia investimentos em áreas com potencial similar aos que já opera no Brasil. Historicamente, a Petrobras já atuou em países como Angola, Nigéria e Líbia. A Costa do Marfim surge como um dos primeiros alvos neste novo posicionamento. A diversificação geográfica, segundo a empresa, visa garantir maior resiliência e segurança no suprimento de reservas futuras.
Negociações em andamento
A operação ainda depende da conclusão das negociações. A exclusividade garante que a Petrobras conduzirá as conversas sem concorrência para os blocos em análise. A empresa não divulgou detalhes sobre valores, número ou localização exata dos blocos. As negociações atuais não representam um compromisso definitivo de investimento. A Petrobras informou que realizará estudos técnicos, análises de viabilidade e due diligence técnica e ambiental antes de qualquer avanço contratual. A companhia também não informou se atuará sozinha ou em consórcio.
Contexto e potencial da região
A Costa do Marfim tem promovido ativamente a exploração de petróleo e gás em sua costa. O objetivo do país é ampliar suas reservas e dinamizar a economia local. Em 2021, uma descoberta relevante de petróleo e gás no bloco CI-101, operado pela italiana Eni, aumentou o interesse de empresas globais na região. O país da África Ocidental busca se consolidar como uma alternativa para exploração em águas profundas. A Petrobras reiterou que todas as suas decisões de expansão seguem critérios técnicos, financeiros e de governança rigorosos.