A gigante estatal brasileira Petrobras informou em fato relevante ontem (06/04) que assinou acordo com a petroleira BP Bunge para assumir a integralidade das participações da britânica em 6 blocos exploratórios de petróleo e gás em águas ultraprofundas na Foz do Amazonas, a cerca de 120 quilômetros do Amapá. Morrem trabalhadores da refinaria Repar da Petrobras por Covid-19; em defesa petroleiros organizam greve
A operação vem após a Petrobras ter chegado a entendimentos também com outra sócia na maior parte desses ativos, a francesa Total, em meio a dificuldades para avançar em processos de licenciamento na região, considerada ambientalmente sensível.
“O acordo com a BP permitirá que a Petrobras detenha 100% de participação nesses seis blocos”, afirmou a companhia em comunicado ao mercado na terça-feira (5).
A Petrobras detinha 30% em cada bloco. Em cinco deles, a Total possuía 40% e a BP 30%. Em um dos blocos, a participação da BP era de 70%.
A petroleira brasileira disse que a compra da totalidade desses blocos “está em linha com o Plano Estratégico 2021-2025, que prevê novas frentes exploratórias fora das bacias do Sudeste”.
A companhia também disse que prioriza investimentos “em ativos de classe mundial em águas profundas e ultraprofundas”.
O entendimento anterior da estatal com a Total pelos blocos ainda aguarda aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mas já teve aval do Conselho Admnistrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Petrobras e suas sócias nos blocos da Bacia da Foz do Amazonas enfrentaram dificuldades para obter permissões para perfuração na área, após processos de licenciamento ambiental que tiveram início ainda em 2015
A região em que os ativos estão localizados se estende pela costa do Estado do Amapá e da Ilha do Marajó, no Pará, e abriga o maior cinturão contínuo de manguezais do planeta, além de recifes de corais.
Com isso, as atividades de exploração de petróleo na área também têm sofrido com oposição de ambientalistas e organizações não-governamentais, como o Greenpeace.
Especialistas do Greenpeace defendem que o governo deveria negar licenças para atividades de exploração nesses blocos visando a preservação de ecossistemas sensíveis e ainda pouco conhecidos da região, como corais amazônicos.