Queda no valor de mercado da Petrobras acende alerta entre investidores e leva o governo a acompanhar desdobramentos da disputa comercial entre China e Estados Unidos.
A Petrobras perdeu R$ 55,7 bilhões em valor de mercado desde o anúncio das tarifas recíprocas feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta-feira, 2 de abril de 2025.
Com isso, a estatal passou a valer R$ 450,7 bilhões, segundo informações do site Valor Econômico. A desvalorização reflete o impacto imediato do aumento das tensões comerciais entre China e Estados Unidos sobre os mercados globais.
Além disso, o cenário se agravou após os EUA anunciarem possíveis tarifas adicionais de 50% sobre produtos chineses, caso Pequim não suspenda as tarifas retaliatórias de 34%.
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Essa escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo provocou receios quanto à redução da demanda global por petróleo, o que contribuiu para a queda nos preços da commodity. Conforme dados apurados pelo Valor Econômico até a manhã de segunda-feira, 7 de abril de 2025, o barril do petróleo WTI, para entrega em maio, era negociado a US$ 62, enquanto o Brent para junho alcançava US$ 65.
Ações da Petrobras registram forte recuo
Em meio a esse ambiente de instabilidade, as ações da Petrobras sofreram perdas expressivas. Por volta das 15h da segunda-feira, os papéis ordinários recuavam 4% e os preferenciais caíam 2,9%.
O volume financeiro movimentado pela petroleira somava R$ 2,4 bilhões, em comparação aos R$ 14,7 bilhões negociados no total do Ibovespa naquele mesmo momento.
De acordo com analistas ouvidos pelo Valor, esse desempenho reflete não apenas a oscilação nos preços do petróleo, mas também a sensibilidade dos investidores a riscos externos que envolvem grandes exportadores de energia.
Enquanto isso, a China demonstrou cautela em suas declarações públicas, pedindo calma diante das ameaças norte-americanas.
Segundo o Valor Econômico, o governo chinês estuda medidas de estímulo econômico, como reduzir juros e ampliar investimentos públicos.
O objetivo é conter possíveis efeitos negativos sobre o crescimento do país.
Além disso, conforme destacou a Revista Veja em reportagem publicada recentemente, a Petrobras atingiu seu pior nível em dois anos, acendendo um alerta no mercado e reforçando o clima de cautela entre os analistas.
Governo brasileiro monitora efeitos no setor de energia
Diante do cenário internacional instável, o governo brasileiro monitora os desdobramentos com atenção, sobretudo quanto ao impacto no setor energético e nos mercados financeiros.
Empresas como a Petrobras, expostas às variações do preço do petróleo, podem enfrentar um período mais volátil, segundo especialistas do mercado.
Além disso, sua participação no comércio global aumenta a sensibilidade às oscilações externas, o que amplia os riscos e incertezas no cenário atual.
Ainda segundo o Valor Econômico, equipes do Ministério da Fazenda já estudam os possíveis reflexos fiscais e cambiais caso o conflito comercial se intensifique.
Além disso, o governo analisa formas de preservar a atratividade do país para investidores estrangeiros e minimizar os efeitos sobre a economia real.
Reação do mercado e perspectivas
Diante da incerteza nas negociações entre EUA e China, analistas alertam que o conflito contínuo pode pressionar ainda mais os preços do petróleo.
Esse movimento pode gerar oscilações adicionais nos papéis da Petrobras. Ao mesmo tempo, reduz o apetite de investidores por ativos considerados mais arriscados.
Em um período de alta sensibilidade do mercado, ações diplomáticas e econômicas das grandes potências influenciam diretamente o desempenho das empresas brasileiras.
Embora ainda não haja um impacto estrutural nos fundamentos da Petrobras, o ambiente externo justifica a atenção redobrada dos investidores e do governo.