A Petrobras está estudando a possibilidade de retomar investimentos em refino e petroquímica no Polo Gaslub, antigo Comperj, localizado em Itaboraí, região metropolitana do Rio de Janeiro.
O projeto havia sido alvo das investigações da Operação Lava Jato e foi desidratado pelas gestões anteriores da estatal, recebendo aportes apenas em uma unidade de tratamento de gás natural. Agora, a ideia é focar em diesel produzido a partir da mistura de petróleo com óleos vegetais, também conhecida como diesel verde, para ampliar a capacidade de refino no país.
Plano estratégico da Petrobras
A iniciativa de retomar os investimentos no Polo Gaslub faz parte dos estudos para ampliar a capacidade de refino no país, mas ainda são considerados estudos preliminares que dependem de avaliação da governança interna da companhia. A Petrobras já havia separado US$ 600 milhões para investimentos em produção de combustíveis mais sustentáveis em refinarias do Brasil e agora inclui o Polo Gaslub e as refinarias de Betim (MG) e de Pernambuco (Rnest), também pivô da Lava Jato, em seu plano estratégico.
Os investimentos em diesel com adição de óleos vegetais são parte dos pilares do primeiro rascunho estratégico da Petrobras sob o governo Lula, lançado em março deste ano. Entre as propostas estão o ganho de eficiência e conjugação de matérias-primas de matriz renovável no desenvolvimento de processos industriais resilientes e produtos sustentáveis. A empresa ainda não detalhou quanto pretende gastar nesse segmento.
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Novas plantas dedicadas à produção de diesel com matéria-prima 100% sustentável, também conhecidas como biorrefinarias, estão sendo avaliadas pela Petrobras na Rnest e no Polo Gaslub. Além disso, o Polo Gaslub poderá ter ampliação de escopo para produzir produtos petroquímicos de segunda geração.
Comperj em obras
Na região do antigo Comperj, as obras para a conclusão da unidade de tratamento de gás estão em andamento e receberão a produção dos maiores campos do pré-sal através de um sistema de gasodutos chamado de Rota 3. As obras da refinaria estão paradas desde 2015 e o polo petroquímico nunca saiu do papel.
Em 2021, a Petrobras e o governo do Rio de Janeiro lançaram um programa para tentar atrair empresas para a área do complexo, com expectativa de até R$ 15 bilhões em investimentos, mas também não houve grande avanço.
Expectativas para o futuro
A Petrobras ainda não divulgou o valor do investimento voltado para o Polo Gaslub e as outras refinarias, mas a Federação Única dos Petroleiros (FUP) estima que as novas unidades de diesel verde na Rnest e no Comperj possam começar a operar em 2028. A primeira unidade para produzir diesel 100% renovável da empresa deve começar a operar em 2026 na refinaria de Cubatão.
Com a retomada dos investimentos em refino, a Petrobras promete uma guinada em relação à estratégia da companhia nos governos anteriores, quando o foco era restringir a atuação neste segmento à região Sudeste, vendendo unidades no resto do país. Entretanto, a empresa conseguiu vender apenas as refinarias da Bahia e do Amazonas e um polo de produção de xisto no Paraná.
Por fim, a companhia quer focar em diesel produzido a partir da mistura de petróleo com óleos vegetais para ampliar a capacidade de refino no país. Os investimentos prometem alinhar a produção da empresa com práticas sustentáveis e renováveis, um dos pontos-chaves para a Petrobras nos próximos anos.