A estatal brasileira Petrobras iniciou 2025 com forte desempenho operacional, ampliando a produção de petróleo e gás natural em 5,4%, graças a novas unidades no pré-sal, eficiência nas operações e foco em energias mais limpas.
A Petrobras encerrou o primeiro trimestre de 2025 com alta de 5,4% na produção média de petróleo, gás natural e líquidos de gás natural (LGN), alcançando um total de 2,77 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboed). O aumento foi impulsionado por uma combinação de fatores positivos: menor incidência de paradas programadas para manutenção, maior eficiência operacional na Bacia de Santos e a ativação de novas unidades flutuantes de produção, conhecidas como FPSOs.
Durante o período, a companhia colocou em operação 11 novos poços produtores, sendo seis na Bacia de Campos e cinco na Bacia de Santos. Esses avanços contribuíram para atenuar o declínio natural de produção nos campos maduros, reforçando a estratégia da estatal para manter a competitividade na exploração de petróleo e gás natural.
FPSO Almirante Tamandaré inicia operações com alta capacidade de produção
Um dos principais marcos do trimestre foi o início da produção do FPSO Almirante Tamandaré, no dia 15 de fevereiro, no campo de Búzios. A plataforma, localizada no pré-sal da Bacia de Santos, tem capacidade para produzir 225 mil barris de óleo por dia e processar até 12 milhões de metros cúbicos de gás natural diariamente.
-
O maior petroleiro em operação no planeta carrega 3,2 milhões de barris de petróleo – tanto quanto um país inteiro produz; conheça o colossal Hellespont Alhambra de 380 metros
-
Energisa aponta gás natural como solução energética para data centers no Brasil
-
IBP celebra isenção dos EUA para petróleo e gás brasileiro e destaca importância no comércio bilateral
-
Mega gasoduto de Uberaba de 300 KM impulsionará industrialização no Triângulo Mineiro até 2030
Essa unidade é a primeira de seis contratadas com essa mesma capacidade de produção, sendo que as próximas cinco serão de propriedade da Petrobras. A expectativa é que o FPSO atinja seu pico de produção até o final deste ano.
Além disso, o sistema também se destacou pela rapidez na injeção de gás no reservatório: apenas 49 dias após o início da operação, superando o recorde anterior de 52 dias, estabelecido por outra unidade, o FPSO Almirante Barroso.
Campo de Mero se fortalece com nova produção e chegada de plataforma
O campo de Mero, também no pré-sal da Bacia de Santos, registrou avanços importantes. No dia 12 de fevereiro, entrou em operação o segundo poço produtor do FPSO Marechal Duque de Caxias, atingindo uma produção diária operada de cerca de 95 mil barris de petróleo. A Petrobras estima que essa unidade atinja sua capacidade plena já no segundo trimestre de 2025.
Outra novidade foi a chegada do FPSO Alexandre de Gusmão ao mesmo campo, após deixar a China em dezembro de 2024. A plataforma foi ancorada em tempo recorde de apenas 10 dias e deve iniciar operações entre o segundo e o terceiro trimestres de 2025. A unidade tem capacidade de produção de 180 mil barris de petróleo por dia e compressão de 12 milhões de m³ de gás natural.
Estatal quebra recordes de produção no pré-sal
Com a entrada em operação dessas novas unidades, a Petrobras bateu recordes de produção no pré-sal durante o 1T25:
- Produção operada de petróleo e LGN: 2,77 MMboed, superando o recorde anterior de 2,76 MMboed no último trimestre de 2023.
- Produção total operada no pré-sal: 3,38 MMboed, acima dos 3,34 MMboed registrados no 4T24.
Esses números refletem o avanço consistente da empresa na extração de petróleo e gás natural em águas profundas, mantendo o pré-sal como pilar estratégico de sua produção energética.
Refino prioriza petróleo do pré-sal e amplia participação de derivados
No setor de refino, a Petrobras também mostrou evolução. A participação do óleo proveniente do pré-sal na carga processada subiu para 73%, repetindo o recorde do terceiro trimestre de 2024 e superando o trimestre anterior em dois pontos percentuais.
Além disso, as vendas internas de derivados cresceram 2,9% na comparação anual, com destaque para diesel, gasolina e querosene de aviação. Mesmo com a parada programada para modernização do Trem 1 da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), a estatal obteve rendimento elevado de combustíveis médios e gasolina, que juntos representaram 69% do total de derivados produzidos no trimestre.
Petrobras avança em biocombustíveis com operação inédita na Ásia
Em linha com sua estratégia de transição energética, a Petrobras realizou em fevereiro a primeira exportação de VLSFO (Very Low Sulfur Fuel Oil) com 24% de conteúdo renovável para o mercado asiático. O produto, desenvolvido em parceria com a empresa Golden Island, é composto por 76% de óleo combustível mineral e 24% de UCOME, biocombustível derivado de óleo de cozinha usado.
A operação foi viabilizada pela Petrobras Singapore, que possui certificação ISCC EU (International Sustainability & Carbon Certification), garantindo a rastreabilidade e sustentabilidade do produto exportado para Singapura.
Petrobras mantém perspectiva positiva para 2025
Os resultados apresentados reforçam o protagonismo da Petrobras no setor de petróleo e gás natural, com foco em eficiência operacional, ampliação da produção no pré-sal e desenvolvimento de soluções sustentáveis. As novas plataformas e recordes alcançados no 1T25 posicionam a estatal de forma competitiva para os próximos trimestres.
Para acesso ao relatório completo divulgado em 29 de abril de 2025, os dados estão disponíveis no site oficial da companhia.