Petrobras deixou claro aos investidores dos EUA que o Preço de Paridade de Importação (PPI), que interfere nos reajuste dos valores dos combustíveis gasolina e diesel, pode sofrer alterações em virtude de “uma nova equipe de administração ou Conselho de Administração”.
O gigante do petróleo brasileiro Petrobras divulgou ontem (30/03), por meio do formulário 20-F, à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), uma nota aos investidores internacionais informando sobre possíveis mudanças em sua política de preços dos combustíveis diesel e gasolina. O alerta ao mercado veio após a mudança na equipe de gestão da estatal, com a indicação do economista Adriano Pires para a presidência executiva da Petrobras, substituindo o general Joaquim Silva e Luna.
Petrobras deixou claro aos investidores que o Preço de Paridade de Importação (PPI) pode sofrer alterações em virtude de “uma nova equipe de administração ou Conselho de Administração”.
O documento de 349 páginas, conhecido como 20-F – necessário porque a estatal tem ações negociadas nas Bolsas de Nova York, é comunicado anualmente por empresas que têm ações listadas nos Estados Unidos. O relatório traz um panorama bastante detalhado dos negócios da Petrobras, com detalhamento dos resultados financeiros, operacionais e possíveis riscos do negócio.
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Assista o vídeo abaixo sobre o alerta da petroleira aos investidores dos EUA
A Petrobras lembrou que o presidente Jair Bolsonaro tem, por vezes, feito declarações sobre a necessidade de modificar e “ajustar a política de preços dos combustíveis diesel e gasolina para as condições domésticas”.
“Tendo em vista as declarações do presidente brasileiro, uma nova equipe de administração ou conselho de administração poderá propor alterações em nossas políticas de preços, incluindo a decisão de que tais políticas não busquem alinhamento com a paridade internacional de preços”, alertou.
Em seguida, a Petrobras explica que o governo brasileiro pode tentar usar a empresa para executar políticas públicas. “O governo brasileiro, como nosso acionista controlador, pode tentar atingir alguns objetivos macroeconômicos e sociais através de nós (a companhia), o que pode ter efeito material adverso.”
“Não podemos garantir que nossa maneira de definir preços não mudará no futuro”, disse a Petrobras. “Mudanças em nossa política de preços de combustíveis podem ter um impacto material adverso em nossos negócios, resultados, condição financeira e valor de nossos títulos”.
A Petrobras lembrou que, no passado, a administração ajustou preços de petróleo, gás e derivados de tempos em tempos, mas disse que, “no futuro, poderá haver períodos durante os quais os preços de nossos produtos não estarão em paridade com os preços internacionais dos produtos”.