A preocupação por parte das entidades é que as distribuidoras não tenham sucesso na substituição da Petrobras a tempo e o suprimento de gás natural aos consumidores seja interrompido. A suspensão do fornecimento de gás natural para o Nordeste se deve porque a Petrobras se concentrará no mercado do Sudeste.
A comunicação da interrupção do fornecimento de gás natural no próximo ano (2022) foi feita diretamente às empresas distribuidoras. No caso da Bahia, que é o maior consumidor da região e um dos maiores do país, a estatal afirmou que não suspenderá o fornecimento até que um novo contrato com outra fornecedora seja fechado.
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O mesmo deve acontecer aos estados de Pernambuco e Ceará, mas para mercados menores a Petrobras não deu a mesma garantia. O mercado nordestino de gás natural é o segundo maior do Brasil, perdendo apenas para o Sudeste do país, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Natural (Abegás). Na região, foram vendidos 15,26 milhões de m³ diários do gás na média de janeiro a março.
Estados se preocupam com a suspensão
A Bahia já negociou uma nova fonte de suprimento e aguarda o processo do arrendamento do terminal de importação de GNL, de acordo com Marcus Cavalcanti, secretário de Infraestrutura da Bahia.
Os que mais se preocupam são os estados que possuem mercado consumidor menor e menos atraente. Alguns ainda aguardam a venda de campos terrestres de produção de gás natural por parte da Petrobras, ativos de um novo possível fornecedor, mas por enquanto estão sem alternativa.
No restante do país, a Petrobras está se desfazendo de campos de produção de petróleo e gás em águas rasas e terrestres, fábricas de fertilizantes, combustíveis e biocombustíveis, além de redes de transporte, terminais de regaseificação e usinas de energia eólica.
Petrobras negociará com distribuidoras do Nordeste
A estatal afirmou estar à disposição para negociar soluções provisórias às distribuidoras de gás natural do Nordeste que não fecharem acordo com outro fornecedor de insumo substituto até o devido prazo.
De acordo com a empresa, os processos em curso de arrendamento do TRBA (terminal de regaseificação da Bahia), objeto do acordo firmado no TCC com o Cade, e demais desinvestimentos em campos de produção do insumo trarão novos operadores ao mercado, que poderão suprir a necessidade local. O TCC firmado com o órgão antitruste prevê a saída da Petrobras de setores do mercado de gás.
O objetivo é possibilitar a abertura do mercado, que de acordo com o Cade e a estatal pode contribuir para a queda no preço do insumo. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que analisa ações judiciais para garantir que a Petrobras não suspenda o fornecimento às distribuidoras nordestinas. A FUP não favorece a venda dos ativos da empresa e tem recorrido à justiça para tentar eliminar os desinvestimentos.