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Pesquisa internacional revela que a batata surgiu de cruzamento entre tomate e espécie sul-americana há até 9 milhões de anos.
Um estudo internacional indica que a batata moderna surgiu a partir de um cruzamento entre plantas de tomate e espécies semelhantes à batata, conhecidas como Etuberosum, da América do Sul.
Esse evento ocorreu há cerca de 8 a 9 milhões de anos e resultou na formação do tubérculo — estrutura subterrânea que armazena nutrientes e que também está presente em plantas como inhames e taros.
Hoje, a batata é a terceira cultura básica mais importante do mundo. Junto com trigo, arroz e milho, responde por 80% da ingestão calórica da população global.
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Apesar da semelhança física com três espécies de Etuberosum do Chile, essas plantas não produzem tubérculos.
et al . revelaram que Petota é de origem híbrida antiga, com todos os membros exibindo ancestralidade genômica mista estável, derivada das linhagens Etuberosum e Tomato há cerca de 8 a 9 milhões de anos.
Resolução de um mistério
Para entender essa aparente contradição, a equipe liderada pelo Dr. Sanwen Huang, do Instituto de Genômica Agrícola de Shenzhen, analisou 450 genomas de batatas cultivadas e 56 de espécies selvagens. O mais importante é que o estudo conseguiu identificar a origem híbrida da batata, combinando material genético de Etuberosum e tomate.
Segundo o Dr. Huang, a descoberta mostra como a hibridização entre espécies pode gerar novas características e favorecer o surgimento de novas plantas.
Ele afirma que esse é um passo definitivo para entender de onde vieram as batatas.
Dados inéditos
De acordo com o Dr. Zhiyang Zhang, também do Instituto de Genômica Agrícola, reunir dados sobre batatas selvagens é um grande desafio.
Por isso, o levantamento representa a coleção mais ampla já feita desse tipo de material genético.
A análise apontou que Etuberosum e tomates, embora espécies diferentes, compartilham um ancestral comum de 14 milhões de anos atrás.
Mesmo após divergir por 5 milhões de anos, elas conseguiram cruzar, originando as primeiras plantas de batata com tubérculos.
Genes formadores de tubérculos
Os cientistas rastrearam genes-chave para a formação dos tubérculos. O gene SP6A, que atua como um “interruptor” para iniciar o processo, veio do tomate.
Já o gene IT1, responsável por controlar o crescimento dos caules subterrâneos, veio do Etuberosum. Sem um ou outro, a batata não conseguiria desenvolver tubérculos.
Adaptação ao ambiente
Essa mudança evolutiva coincidiu com a elevação rápida da Cordilheira dos Andes, criando novos ambientes ecológicos.
Com tubérculos para armazenar nutrientes, as batatas conseguiram se adaptar ao clima rigoroso das montanhas e sobreviver em diferentes altitudes.
Além disso, os tubérculos permitem reprodução sem sementes ou polinização, bastando que brotos surjam deles para gerar novas plantas.
Isso facilitou a expansão rápida pela América Central e do Sul, ocupando desde pastagens até prados alpinos frios.
Importância evolutiva
Para o Dr. Huang, a criação dessa estrutura subterrânea deu às batatas uma vantagem competitiva em ambientes hostis.
Isso impulsionou uma explosão de novas espécies e ajudou a formar a diversidade atual, essencial para a alimentação humana.
O estudo, publicado em 31 de julho de 2025 na revista Cell, reforça a ideia de que a evolução pode ser guiada por encontros improváveis entre espécies distintas, capazes de mudar o curso da história de plantas fundamentais para a sobrevivência humana.
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