Nova tecnologia chinesa pode aposentar o ar-condicionado com sistema de refrigeração sem gases poluentes
Pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong desenvolveram uma nova tecnologia de refrigeração baseada em ligas metálicas, que promete substituir os aparelhos de ar-condicionado convencionais. A proposta pode reduzir drasticamente o consumo de energia e as emissões de gases poluentes. A inovação utiliza um processo chamado refrigeração elastocalórica, que dispensa o uso de gases como os hidrofluorocarbonetos (HFCs), substâncias apontadas como altamente prejudiciais ao meio ambiente. Em vez disso, o sistema se baseia na deformação mecânica de metais que, ao serem comprimidos, aquecem, e ao retornarem à forma original, resfriam — criando um ciclo térmico eficiente e sustentável.
Como funciona a refrigeração elastocalórica
O princípio da nova tecnologia está na manipulação de ligas metálicas com propriedades específicas. Quando essas ligas são submetidas a forças mecânicas, sofrem alterações estruturais que provocam variações de temperatura. Ao comprimir o material, ocorre liberação de calor; quando a força é retirada, há absorção térmica. Esse comportamento cíclico permite extrair calor de um ambiente e liberá-lo em outro, resfriando seletivamente o espaço desejado.
Diferentemente dos sistemas tradicionais, essa tecnologia de refrigeração não depende de compressores ou ciclos de expansão de gases, o que reduz significativamente as perdas térmicas e o consumo de energia elétrica.
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Tecnologia é mais eficiente do que o ar-condicionado comum
Segundo os dados divulgados pelos pesquisadores chineses, o novo sistema pode ser até 48% mais eficiente do que os aparelhos de ar-condicionado tradicionais. Isso se deve à eliminação dos ciclos de compressão de gases e ao melhor aproveitamento da energia durante o processo de troca térmica.
Outro ponto importante é que as ligas metálicas utilizadas no processo possuem diferentes temperaturas de transição, o que permite ajustar o desempenho do sistema de acordo com as condições ambientais — uma vantagem para usos variados, desde residências até ambientes industriais.
Sustentabilidade é o foco do projeto
A nova tecnologia de refrigeração chama a atenção por seu baixo impacto ambiental, uma vez que não utiliza substâncias controladas por acordos internacionais como o Protocolo de Montreal e o Acordo de Kigali, que visam reduzir os gases que agravam o efeito estufa.
O setor de climatização é responsável por uma parcela significativa do consumo global de energia, e tecnologias alternativas como essa têm sido estudadas em diversos centros de pesquisa como parte das estratégias de descarbonização de processos térmicos.
Próximos passos e aplicações comerciais
Atualmente, a tecnologia de refrigeração desenvolvida na China encontra-se em fase de testes em laboratório e ambientes controlados. Para alcançar o mercado, será necessário superar desafios relacionados à durabilidade dos materiais, viabilidade de produção em escala e compatibilidade com sistemas de ventilação já existentes.
Ainda assim, os pesquisadores acreditam no potencial da nova solução para uso em climatização residencial, ambientes industriais e até mesmo em veículos elétricos, graças à sua eficiência energética e ausência de fluidos refrigerantes.
A expectativa é de que, com apoio e investimento, essa alternativa ao ar-condicionado possa se consolidar como uma solução viável nos próximos anos, especialmente em países com matrizes energéticas baseadas em combustíveis fósseis.