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Pesquisadores brasileiros desenvolvem tecnologia que faz carros elétricos funcionarem utilizando etanol

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 08/10/2022 às 23:51
Atualizado em 09/10/2022 às 10:58
Pesquisadores brasileiros desenvolvem tecnologia que faz carros elétricos funcionarem utilizando etanol
Foto: Revista Pesquisa Fapesp/ Reprodução

Pesquisadores brasileiros desenvolveram um protótipo que pode transformar etanol em hidrogênio para carros elétricos. O produto já está pronto para ser lançado no mercado nacional.

Pesquisadores brasileiros desenvolveram um equipamento que está prestes a revolucionar o universo da geração de hidrogênio por meio de fontes renováveis. Trata-se de um reator químico compacto chamado de microrreator. Em resumo, ele gera hidrogênio embarcado a partir do etanol dentro dos carros elétricos através de célula combustível e gera energia para que o motor elétrico funcione.

Pesquisadores brasileiro da FEQ Unicamp desenvolvem protótipo de 5CM

Este projeto já está em escala para uso e foi desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Otimização, Projeto e Controle Avançado (LOPCA) da Faculdade de Engenharia Química da Universidade de Campinas (FEQ Unicamp).

É importante ressaltar que o protótipo, coração do sistema, possui apenas 5 centímetros de comprimento. Por conta dessas características, a eficiência e o controle das reações são melhoradas, quando comparadas com os reatores comuns.

O microrreator para carros elétricos é um reformador com dimensões reduzidas, por meio do qual se alimenta com o etanol de um lado e se obtém o hidrogênio do outro. As reações químicas acontecem em espaço confinado e trazem os benefícios de intensificação de processos, ampliando as transferências de calor e massa e, portanto, gerando altas conversões de etanol em tempo muito reduzido.

Entenda como funciona o equipamento dos pesquisadores brasileiros

As placas que apresentam uma malha de microcanais são desenvolvidas em impressão 3D em equipamentos específicos para metal. Com o uso da manufatura aditiva em processos de produção, é possível fazer o uso de softwares de otimização de design e topológicas.

A quantidade de microrreatores para mover carros elétricos depende muito das especificações. Para escalar até a potência que seja suficiente ao modelo, é necessário multiplicar o número de módulos reacionais. 

Segundo os pesquisadores brasileiros, foi escolhido o etanol por se tratar de um biocombustível produzido em larga escala no país, desta forma, já há conhecimento de armazenar e manusear essa substância.

Além disso, há infraestrutura nacional de produção que gera empregos e renda. A redução de emissão de poluentes é outra vantagem. Apesar da reforma do etanol para obter o hidrogênio dos carros elétricos possa gerar uma quantidade de carbono no processo, essa emissão pode ser zerada quando considerada toda a cadeia agroindustrial.

Projeto para carros elétricos já pode entrar em escala de produção

De acordo com o professor de Engenharia Química da Unicamp e coordenador do LOPCA, Rubens Maciel Filho, a tecnologia já está pronta para ser utilizada pelos proprietários de carros elétricos do mercado brasileiro.

Os pesquisadores brasileiros já possuem pleno domínio da tecnologia de impressão 3D em metais, polímeros e cerâmica e têm trabalhado neste assunto desde o ano 2000, desta forma já é possível entrar em escala de produção industrial.

Ainda de acordo com Rubens, a tecnologia de manufatura possui interesse mundial e sua aplicação para produzir Hidrogênio a partir do etanol com certeza despertará interesse em vários países que geram etanol e mesmo naqueles que não produzem, mas podem comprá-lo.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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