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Pesquisadores dos EUA descobriram que o calor intenso do núcleo da Terra pode contribuir para a formação de grandes quantidades de diamantes de carbono

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 02/09/2022 às 08:35
Diamante, núcleo, terra
Foto: reprodução pixabay.com

Pesquisa indica que diamantes podem ser formados no núcleo da Terra

Devido ao escasso conhecimento que os cientistas possuem a respeito do núcleo da Terra, este ainda apresenta muitos enigmas a serem desvendados, os quais estão sendo descobertos pouco a pouco pelos pesquisadores. As informações de uma nova pesquisa indicam que o calor intenso existente no centro do planeta Terra pode contribuir para a formação de grandes quantidades de diamantes de carbono.

Existem três tipos principais de diamantes na natureza: os litosféricos, os diamantes oceânicos e os continentais superprofundos. Os litosféricos se formam na litosfera terrestre e estão a uma profundidade de 150 a 250 quilômetros, sendo os diamantes mais comuns. Já os diamantes oceânicos são bem mais raros e estão presentes nas rochas nos oceanos.

Por último, existem os continentais superprofundos, os estão entre 300 e 1.000 quilômetros abaixo da superfície. Os diamantes oceânicos e os continentais superprofundos são bem diferentes daqueles que são encontrados em joalherias, uma vez que há uma variação da assinatura de um isótopo chamado carbono treze, que é usada para determinar a origem do carbono como sendo orgânica ou inorgânica.

A pesquisa foi realizada na Escola de Exploração da Terra e no Espaço da Universidade Estadual do Arizona, tendo como foco principal as relações do núcleo metálico do planeta Terra com o magma do manto. O professor e coautor do artigo, Dan Shim, da Universidade Estadual do Arizona, explica como essa relação permite ao carbono permanecer em estado de diamente:

“A forma estável de carbono nas condições de pressão-temperatura do limite núcleo-manto da Terra é o diamante.”

Enormes quantidades de diamante no núcleo da Terra

Na escola, é aprendido que o planeta Terra é composto por três camadas principais: a crosta terrestre – representa a superfície -, o manto – parte rochosa – e o núcleo. O núcleo da Terra é dividido em núcleo interno e núcleo externo. O primeiro apresenta em sua composição, principalmente, ferro sólido e níquel e sua temperatura pode chegar a ser tão alta quanto a superfície do Sol, enquanto o núcleo externo apresenta ferro líquido e rochas derretidas ao redor disso.

O pesquisador explica que a temperatura na fronteira entre o manto de silicato e o núcleo metálico chega a cerca de 3.800 graus celsius, o que é alto o suficiente para a grande parte dos minerais perder H2O capturado em suas estruturas em escala atômica.

Além disso, ele também explica que a liga de hidrogênio, juntamente com o líquido de metal de ferro, aparenta reduzir a solubilidade de outros elementos do núcleo que são leves. Isso acontece nas pressões esperadas para o limite do manto do núcleo da Terra. Logo, através da desidratação, a solubilidade do carbono, que é provável que exista no núcleo da Terra, diminui localmente onde o hidrogênio entra para o núcleo do manto. Dessa forma, ao escapar do núcleo externo líquido e entrar no manto, o carbono se tornaria diamante.

O coautor do artigo, Byeongkwan Ko, complementa ao dizer a importância do carbono para a vida e para diversos processos geológicos. Ele diz também que essa descoberta de um mecanismo de transferência de carbono do núcleo para o manto irá melhorar a compreensão do ciclo do carbono no interior profundo da Terra.

Os diamantes apresentam apenas carbono em sua composição e são submetidos a pressões enormes. Através de erupções vulcânicas, esses diamantes foram trazidos do núcleo da Terra para a superfície.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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