Pesquisa indica que diamantes podem ser formados no núcleo da Terra
Devido ao escasso conhecimento que os cientistas possuem a respeito do núcleo da Terra, este ainda apresenta muitos enigmas a serem desvendados, os quais estão sendo descobertos pouco a pouco pelos pesquisadores. As informações de uma nova pesquisa indicam que o calor intenso existente no centro do planeta Terra pode contribuir para a formação de grandes quantidades de diamantes de carbono.
Existem três tipos principais de diamantes na natureza: os litosféricos, os diamantes oceânicos e os continentais superprofundos. Os litosféricos se formam na litosfera terrestre e estão a uma profundidade de 150 a 250 quilômetros, sendo os diamantes mais comuns. Já os diamantes oceânicos são bem mais raros e estão presentes nas rochas nos oceanos.
Por último, existem os continentais superprofundos, os estão entre 300 e 1.000 quilômetros abaixo da superfície. Os diamantes oceânicos e os continentais superprofundos são bem diferentes daqueles que são encontrados em joalherias, uma vez que há uma variação da assinatura de um isótopo chamado carbono treze, que é usada para determinar a origem do carbono como sendo orgânica ou inorgânica.
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A pesquisa foi realizada na Escola de Exploração da Terra e no Espaço da Universidade Estadual do Arizona, tendo como foco principal as relações do núcleo metálico do planeta Terra com o magma do manto. O professor e coautor do artigo, Dan Shim, da Universidade Estadual do Arizona, explica como essa relação permite ao carbono permanecer em estado de diamente:
“A forma estável de carbono nas condições de pressão-temperatura do limite núcleo-manto da Terra é o diamante.”
Enormes quantidades de diamante no núcleo da Terra
Na escola, é aprendido que o planeta Terra é composto por três camadas principais: a crosta terrestre – representa a superfície -, o manto – parte rochosa – e o núcleo. O núcleo da Terra é dividido em núcleo interno e núcleo externo. O primeiro apresenta em sua composição, principalmente, ferro sólido e níquel e sua temperatura pode chegar a ser tão alta quanto a superfície do Sol, enquanto o núcleo externo apresenta ferro líquido e rochas derretidas ao redor disso.
O pesquisador explica que a temperatura na fronteira entre o manto de silicato e o núcleo metálico chega a cerca de 3.800 graus celsius, o que é alto o suficiente para a grande parte dos minerais perder H2O capturado em suas estruturas em escala atômica.
Além disso, ele também explica que a liga de hidrogênio, juntamente com o líquido de metal de ferro, aparenta reduzir a solubilidade de outros elementos do núcleo que são leves. Isso acontece nas pressões esperadas para o limite do manto do núcleo da Terra. Logo, através da desidratação, a solubilidade do carbono, que é provável que exista no núcleo da Terra, diminui localmente onde o hidrogênio entra para o núcleo do manto. Dessa forma, ao escapar do núcleo externo líquido e entrar no manto, o carbono se tornaria diamante.
O coautor do artigo, Byeongkwan Ko, complementa ao dizer a importância do carbono para a vida e para diversos processos geológicos. Ele diz também que essa descoberta de um mecanismo de transferência de carbono do núcleo para o manto irá melhorar a compreensão do ciclo do carbono no interior profundo da Terra.
Os diamantes apresentam apenas carbono em sua composição e são submetidos a pressões enormes. Através de erupções vulcânicas, esses diamantes foram trazidos do núcleo da Terra para a superfície.