Tesla, ultrapassada pela Lucid Motors, afirma que optou por uma maior qualidade ao não lançar carros elétricos com 956 km de autonomia
No Twitter, Elon Musk, o CEO da Tesla, fez uma publicação que chamou a atenção do público acerca de um dos fatores determinantes na disputa de carros elétricos. Ele afirmou que uma autonomia de mil quilômetros pode piorar um carro. Para ele, esse impacto negativo vem do peso das baterias. A afirmação ocorreu depois do perfil Whole Mars Catalog tuitar que a Lucid Motors fabricou o primeiro EV de 500 milhas, correspondente a cerca de 904 km. Logo, o perfil acrescentou que a Tesla será a primeira marca a entregar um carro com essa potência em massa, marcando Musk na publicação.
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Então, ele afirmou que, se quisesse, já teria produzido uma autonomia como essa, mas optou pela maior qualidade. ”Poderíamos ter feito um Model S de 600 milhas (965 km) 12 meses atrás, mas isso tornaria o produto pior, pois 99,9% do tempo você estaria carregando massa desnecessária da bateria, o que piora a aceleração, o manuseio e a eficiência. Até mesmo nosso carro com mais de 400 milhas (640 km) é mais do que quase qualquer um usará”, disse o dono da Tesla, em tradução publicada por Jady Peroni em matéria para o Estadão.
Autonomia versus desempenho
Considerando que baterias de íon-lítio, padrão dos carros elétricos, podem se tornar pesadas quando unidas em grande quantidade, Musk pode ter razão. O uso de muitas unidades dessas baterias pode afetar o peso do carro, e, assim, reduzir a potência, aceleração e desempenho.
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Devemos lembrar que a Tesla está em processo de desenvolvimento de uma bateria de íon-lítio mais acessível e menos tóxica, podendo melhorar significativamente os modelos de carros elétricos da marca. Esta, é a 4680, que promete ocupar metade do espaço e fornecer a mesma energia da bateria do Model Y.
A Tesla assegura que, com a inovação, o custo por km diminui 56%, enquanto a autonomia sobe por volta de 16%. Outra vantagem é que a vida útil da bateria pode chegar a 1 milhão de km, e a estrutura possibilita que o carregamento seja feito em 15 min, mantendo sua capacidade em 90% mesmo após 4 mil recargas.
Cancelamento do carro elétrico Tesla Model S superior a 830 km de autonomia
Em junho de 2021, Elon Musk pôs fim à autonomia de mais de 830 km do Tesla Model S. De acordo com ele, a configuração Plaid já era suficiente, sendo essa a razão para o cancelamento. Entretanto, outro motivo pode estar envolvido, como a crise de semicondutores, que atrasou a fabricação do novo conjunto de baterias.
A divulgação desse cancelamento também foi através do Twitter, onde o CEO da Tesla disse: “Plaid+ está cancelado. Sem necessidade, uma vez que o Plaid é muito bom”. O tipo Plaid+ era uma variante topo de linha do Model S, que também conta com a Long Range e a Plaid, versões mais acessíveis. Até a divulgação do Lucid Air, este seria o primeiro do mercado em questão de autonomia, ainda que não tenha sido lançado.
Autonomia recorde com o Lucid Air
No ano passado, a Tesla foi desbancada do posto de carro com maior autonomia pela Lucid Motors. Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, em inglês) a versão Dream Edition Range do Lucid Air emplacou 520 milhas sem haver recargas de bateria, cerca de 836 km. A autonomia do Model S é de até 651 km, bem abaixo do novo Lucid Air.
O novo recorde foi alcançado devido a um conjunto de baterias de 900 Volts. O sedã possui carregador de 300 kW, que carrega essas baterias em 20 minutos e possibilita autonomia de 480 km. No total, o Lucid Air conta com 22 módulos de bateria que, juntos, criam 110 kWh. Já no Model S, são 100 kWh. Além disso, o rival da Tesla tem dois motores que atingem 933 cv de potência.