Com apenas 12 mm, o Danionella cerebrum usa músculos especiais e cartilagem para produzir ruídos de mais de 140 decibéis, desafiando as expectativas sobre animais aquáticos.
Um pequeno peixe translúcido, do tamanho de uma unha humana, chamou a atenção da comunidade científica por sua habilidade incomum de produzir sons extremamente altos. O Danionella cerebrum, que mede apenas 12 milímetros, pode gerar ruídos superiores a 140 decibéis, nível comparável ao som percebido por uma pessoa a 100 metros de um jato de passageiros em decolagem.
Descoberta e características
Embora o Danionella cerebrum tenha sido identificado na década de 1980, a espécie só foi oficialmente reconhecida em 2021.
A demora ocorreu devido à sua grande semelhança com o Danionella translucida. As diferenças entre os dois peixes são tão sutis que apenas exames microscópicos permitiram a distinção.
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Recentemente, pesquisadores descobriram uma característica ainda mais impressionante nesse minúsculo animal: sua capacidade sonora extraordinária.
O segredo do som poderoso
De acordo com o Dr. Ralf Britz, ictiólogo das Coleções de História Natural de Senckenberg, o peixe consegue produzir sons extremamente altos a uma distância muito curta, entre 10 e 12 milímetros. A técnica utilizada é fascinante. O Danionella cerebrum combina o movimento de músculos sônicos com uma cartilagem especial para gerar o barulho.
Gravações em alta velocidade mostraram que uma costela próxima à bexiga natatória é impulsionada por um músculo resistente à fadiga.
Essa estrutura acelera a cartilagem tamborilante com uma força de mais de 2.000 vezes a gravidade da Terra, lançando-a contra a bexiga e produzindo pulsos rápidos e fortes.
Esses pulsos se unem em sequências formadas por contrações musculares alternadas, criando o chamado sonoro característico da espécie. A rigidez maior da costela nos machos explica por que as fêmeas não conseguem emitir sons tão intensos.
Função do som ainda é mistério
Apesar dos avanços nas observações, a função exata desses sons ainda não foi determinada pelos cientistas.
Uma hipótese é que o ruído ajude na navegação em águas turvas. Outra possibilidade é que o som sirva como ferramenta agressiva, utilizada pelos machos para afastar rivais durante a época de acasalamento.
Enquanto as respostas não chegam, o Danionella cerebrum já garantiu seu espaço entre os animais mais barulhentos do planeta, desafiando o que se esperava de uma criatura tão pequena e aparentemente frágil.