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Paraná fica menor após perder território equivalente a cerca de 500 campos de futebol para Santa Catarina devido a erro centenário na medição

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 22/06/2024 às 17:38

Uma descoberta curiosa, fruto de uma medição feita por um morador de Guaratuba, no estado do Paraná, revelou um erro centenário na delimitação territorial entre Paraná e Santa Catarina. A descoberta culminou em uma revisão dos limites, resultando na perda de 490 hectares de área paranaense para o estado vizinho.

Esse território, equivalente a aproximadamente 500 campos de futebol, passou a pertencer oficialmente à Santa Catarina a partir de 2025. Como um erro histórico pode alterar mapas e impactar a vida de moradores locais?

Revelação inesperada e confirmada

O enredo dessa história começou quando um proprietário de terras em Guaratuba, no Paraná, questionou a demarcação oficial feita pelo Exército brasileiro entre 1918 e 1919.

Segundo ele, em entrevista ao portal G1 neste sábado (22), uma medição própria indicava que sua propriedade estava localizada em território catarinense.

A dúvida levantada levou o Instituto Água e Terra (IAT) do Paraná a investigar a questão a fundo. O IAT, responsável pela gestão territorial no estado, realizou uma vistoria minuciosa no local.

Técnicos confirmaram que, de fato, a delimitação original estava incorreta. “Localizamos os marcos originais e tivemos que atravessar locais onde o acesso é difícil. Encontramos os endereços corretos e tivemos que corrigir os mapas”, explicou Amauri Simão Pampuch, engenheiro florestal da Diretoria de Gestão Territorial do IAT, ao portal citado.

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Impacto na divisa entre Paraná e Santa Catarina

A principal mudança afeta os limites entre os municípios de Guaratuba e Garuva, Santa Catarina. Embora a alteração represente apenas 0,002% da área total do Paraná, ela tem um impacto significativo para os moradores da região. “Se a divisa é ajustada, o imóvel pode vir a estar em um estado, mas, na verdade, pertencer a outro”, comentou Pampuch.

Revisão das divisas e ajustes necessários

Em 2022, o IAT revisou os limites municipais, um processo que, embora raro, é essencial para a gestão adequada dos territórios. “A divisa hoje é justa, é o que sempre deveria ter sido feito. Mas, por mapeamentos equivocados, estava errada. Essa correção ajuda as prefeituras e os dois estados na gestão dos territórios”, disse o engenheiro florestal da Diretoria de Gestão Territorial do IAT.

Análises e ajustes municipais

A Prefeitura de Guaratuba, que perderá o território, ainda precisa analisar os impactos da mudança. Em nota, a Secretaria Municipal de Urbanismo informou que fará uma revisão para levantar os impactos territoriais, eventuais alterações em equipamentos públicos e na arrecadação tributária.

Já a Prefeitura de Garuva, em Santa Catarina, informou que aguarda a documentação e as novas coordenadas geográficas para identificar todos os imóveis na área, informar aos proprietários, modificar o mapa territorial e avançar o zoneamento do Plano Diretor.

IBGE e atualizações territoriais

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também relatou que está acompanhando de perto essa atualização territorial. Conforme o IBGE, “acompanha atentamente as atualizações na divisão territorial do país, e que em caso de mudanças nos limites municipais, as devidas atualizações nos totais populacionais são implementadas em tempo hábil”.

Essa correção de um erro histórico na demarcação territorial entre Paraná e Santa Catarina mostra como delimitações geográficas podem ser desafiadoras e suscetíveis a equívocos.

Nesse sentido, a história destaca a importância da precisão na cartografia e as implicações que um pequeno erro pode ter sobre a vida de muitas pessoas.

Esse ajuste não apenas realinha fronteiras, mas também exemplifica a relevância da gestão territorial para a administração pública e a vida cotidiana dos cidadãos.

Para quem mora ou possui propriedades na região afetada, as mudanças podem trazer tanto desafios quanto novas oportunidades.

A revisão das fronteiras é um lembrete de que, mesmo em um mundo cada vez mais digital, a geografia física ainda possui um papel fundamental na organização social e administrativa.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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