O regime de maquila oferece redução de até 40% nos custos operacionais, tornando o Paraguai destino estratégico para empresas brasileiras que buscam competitividade e expansão internacional
Com impostos reduzidos, energia abundante e mão de obra jovem, o Paraguai se tornou um dos destinos mais atrativos para empresas brasileiras que desejam ampliar sua produção com custos menores. O regime de maquila, criado há mais de duas décadas, permite operar com apenas 1% de tributação sobre exportações e isenção de vários encargos.
Segundo dados oficiais, quase 70% das indústrias que atuam nesse modelo são brasileira, com destaque para empresas do Paraná e de outros estados da região Sul, que aproveitam os incentivos fiscais para produzir no país vizinho e reforçar sua presença nos mercados latino-americano e global.
Como funciona o regime de maquila e por que ele atrai tantas empresas brasileiras
O regime de maquila é uma política criada pelo governo paraguaio que permite a instalação de indústrias com carga tributária de apenas 1% sobre o valor exportado.
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Oferece isenção de outros impostos e regime aduaneiro simplificado, facilitando importações de insumos e exportações de produtos.
Empresas brasileiras não precisam sair do Brasil para se beneficiar: podem abrir filiais, parcerias ou extensões no Paraguai e continuar operando com CNPJs nacionais.
O resultado é uma redução de até 40% nos custos operacionais, além de maior acesso ao mercado internacional via plataforma paraguaia.
Quase 70% das indústrias maquiladoras são brasileiras
De acordo com o Ministério da Indústria e Comércio do Paraguai, 223 das 332 indústrias atuantes no regime de maquila são brasileiras — o equivalente a 67%.
Essas empresas concentram-se principalmente no setor têxtil, automotivo e eletroeletrônico.
A maioria está instalada no estado de Alto Paraná, cuja capital é Cidade do Leste.
Mais de 65% de tudo que é produzido retorna ao Brasil, integrando cadeias produtivas transnacionais que conectam os dois países em níveis logístico, tributário e industrial.
Energia da Itaipu, mão de obra jovem e localização estratégica
O acesso à energia elétrica barata e estável, graças à proximidade com Itaipu Binacional, é outro diferencial competitivo.
A região de Alto Paraná conta com excelente infraestrutura energética, mão de obra jovem e treinável, e conexão terrestre direta com o Sul do Brasil.
Empresários relatam que a construção de galpões industriais na região cresceu exponencialmente nos últimos 10 anos, impulsionada pela combinação entre custos reduzidos e apoio institucional direto do governo paraguaio para instalação de fábricas.
Oportunidade para otimizar, não para fugir do Brasil
Ao contrário do que se pensa, não se trata de uma fuga do Brasil, mas sim de uma estratégia de otimização produtiva.
Muitas empresas mantêm operações no país e utilizam o Paraguai como base complementar, ganhando fôlego para competir com produtos estrangeiros e atender mercados externos com menor custo.
“A ideia não é abandonar o Brasil, mas melhorar nossa competitividade e, ao mesmo tempo, contribuir com o desenvolvimento do mercado local paraguaio”, explica um dos empresários entrevistados pela Ric RECORD Oeste.
Crescimento econômico e previsibilidade reforçam a atratividade
O Paraguai registra crescimento médio de 4,5% ao ano na última década e deve fechar 2025 com alta de 4,4% no PIB, segundo projeções oficiais.
Essa estabilidade reforça a atratividade do país para empresas brasileiras em busca de previsibilidade e segurança jurídica para investir.
A política fiscal consistente, os incentivos ao capital produtivo e o apoio institucional direto aos investidores estrangeiros transformaram o Paraguai em um novo polo regional de desenvolvimento — com papel crescente nas exportações indiretas brasileiras.
Você considera estratégica essa expansão das empresas brasileiras para o Paraguai? Acredita que o Brasil deveria adotar incentivos semelhantes? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha o setor produtivo de perto.