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Para suprir os altos preços do petróleo atualmente, indústria de cerâmica de São Paulo investe no desenvolvimento de um mercado de biometano no estado

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 10/03/2023 às 16:23
Um projeto em fase inicial prevê o fornecimento de biometano para dez fábricas de cerâmica do polo industrial de Santa Gertrudes. A indústria ceramista de São Paulo sente atualmente os impactos dos altos preços do petróleo no mercado nacional.
Foto: Eduardo A. Viana / Aspacer

Um projeto em fase inicial prevê o fornecimento de biometano para dez fábricas de cerâmica do polo industrial de Santa Gertrudes. A indústria ceramista de São Paulo sente atualmente os impactos dos altos preços do petróleo no mercado nacional.

Mirando em uma alternativa viável para os altos preços do petróleo no cenário atual, a indústria de cerâmica do estado de São Paulo visa um mercado de biometano na região. A inserção do combustível no segmento é uma estratégia que minimiza os impactos ambientais e se protege da volatilidade dos valores do produto no mercado internacional. Associações representantes da indústria ceramistas já se movimentam para um projeto de fornecimento do combustível às fábricas paulistas.

Indústria de cerâmica de São Paulo se movimenta para desenvolvimento de um mercado de biometano em resposta aos altos preços dos combustíveis atualmente

O objetivo principal da indústria de cerâmica de São Paulo atualmente é substituir 50% da demanda fabril de gás natural por biometano. Para isso, as associações do ramo estão se movimentando para desenvolver um mercado do combustível nos próximos anos.

O suprimento do polo industrial de Santa Gertrudes, localizado no interior de São Paulo, é o foco atual de um projeto piloto de fornecimento do combustível para as dez fábricas que compõem o complexo.

Com o desenvolvimento de uma cadeia de suprimento de biometano no estado, a indústria de cerâmica pode se proteger dos altos preços do petróleo no segmento internacional.

Durante a última sexta-feira, foi assinado um acordo entre produtores de açúcar e etanol e consumidores industriais para desenvolver o mercado de biometano no estado.

Entre as principais representantes da indústria ceramista de São Paulo, participaram da assinatura a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica (Anfacer), a Associação Paulista de Cerâmicas de Revestimento (Aspacer), o Sindicato das Indústrias de Cerâmica (Sindiceram).

A Geo Biogás & Tech será a grande responsável pelo fornecimento da tecnologia de biogás nas plantas do complexo paulista.

A utilização do biometano nas plantas de gás natural em resposta ao setor de petróleo nacional já é uma realidade em outros estados do país, como o Ceará.

Em São Paulo, o mercado ainda está sendo construído a partir das usinas com a rede da Comgás e GasBrasiliano.

Para além de uma alternativa aos preços do petróleo, mercado de biometano na indústria de cerâmica de SP contribuirá com a pegada de carbono no estado

Mesmo com o objetivo de buscar uma alternativa aos altos preços do mercado de petróleo nacional, o desenvolvimento de uma cadeia de biometano na indústria de cerâmica pode trazer outros grandes benefícios ao estado de São Paulo.

Entre eles, está a contribuição com a minimização da pegada de carbono no segmento, como destaca presidente da Anfacer, Benjamin Ferreira Neto: “Será um enorme ganho na área sustentável, com diminuição da pegada de carbono, além da previsibilidade de preços e maior segurança energética”.

A indústria de cerâmica do estado ainda é fortemente impactada pela volatilidade dos preços do segmento de petróleo, mas pode buscar alternativas no cenário atual.

“Com o projeto, nós passaremos a ter diversos supridores, com maior flexibilização e concorrência. O gás pesa muito na nossa matriz energética e precisamos reduzir os custos”, finalizou Benjamin Ferreira Neto.

Somente em 2022, o setor ceramista totalizou 113,1 milhões de m² em exportações, se posicionando como um dos mais relevantes do mercado brasileiro.

Agora, a substituição do petróleo e seus derivados na indústria de cerâmica de São Paulo e os investimentos em biometano podem trazer um novo cenário para o ramo.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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