Stellantis corta produção e eleva preços de carros a combustão na Europa, alinhando-se às novas regras ambientais e impulsionando a venda de veículos elétricos.
Em meio a novas e rigorosas normas de emissão de CO₂ na Europa, a Stellantis, um dos maiores conglomerados automotivos do mundo, se prepara para implementar uma medida inédita e surpreendente: cortes de produção e aumentos de preços.
A intenção por trás dessa estratégia, no entanto, não é exatamente o que parece, e a montadora já traça os primeiros passos para ajustar seu portfólio em resposta à nova legislação que exige menores emissões.
A partir de janeiro de 2025, a Stellantis será impactada por normas mais rígidas de emissão de carbono, as quais podem penalizar financeiramente o grupo se não houver uma mudança radical na composição de sua frota.
- Novo carro popular faz sucesso, passa Onix, Mobi, Kwid, HB20 e outros para se tornar o 0 km mais barato do Brasil
- Carro da Volkswagen econômico e confiável, com todas as qualidades exigidas, custando menos de R$ 45 mil!
- Nova lei imperdoável vai ACABAR com a ‘indústria da multa’ para a alegria de milhões de brasileiros
- Na casa dos R$ 40 mil, HB20 faz 14,5 km/l e se consolida como um dos veículos mais vendidos do Brasil
A União Europeia determinou que a média de emissões dos veículos das montadoras deve cair de 106,6 g/km para 95 g/km, e qualquer emissor acima desse valor pagará uma multa significativa, de 95 euros por grama excedente por veículo.
O conglomerado já prepara ações para se ajustar a essa exigência, incluindo aumentar o número de carros elétricos e reduzir a produção de veículos a combustão.
Pressão das normas europeias
A decisão da Stellantis de reduzir a produção de veículos a combustão não é meramente voluntária.
A empresa enfrenta o desafio de adequar sua frota ao limite de 95 g/km de emissões de CO₂, conforme as novas regras da União Europeia.
Jean-Philippe Imparato, recém-nomeado diretor de operações da empresa na Europa, revelou recentemente que a Stellantis está comprometida em cumprir as exigências e que, para isso, dobrará as vendas de veículos elétricos até 2025, atingindo uma participação de 24% do mercado de veículos movidos a bateria.
O conglomerado automotivo planeja reduzir drasticamente a produção de veículos a combustão na Europa, caso a procura por modelos elétricos não cresça conforme o esperado.
Essa medida, segundo Imparato, já poderá começar a ser implementada a partir de novembro, a fim de garantir que a produção esteja alinhada com as novas normas até o início de 2025.
Mudanças de mercado e aumento de preços
Para incentivar a transição para veículos elétricos, a Stellantis não apenas quer reduzir a produção de modelos a combustão, mas também planeja ajustar os preços desses carros.
A intenção é tornar os modelos movidos a gasolina e diesel menos atrativos, incentivando consumidores a optarem por veículos elétricos.
Essa estratégia poderá variar conforme o mercado. Países como Países Baixos, onde os veículos elétricos já têm boa aceitação, provavelmente verão mais incentivos para aumentar as vendas desses modelos.
Já em mercados com resistência à eletrificação, como a Itália, o conglomerado adotará outras abordagens, como redução na oferta de veículos a combustão e aumentos específicos nos preços desses modelos.
Stellantis e o impacto no Brasil
Embora as novas normas ambientais europeias não afetem diretamente o mercado brasileiro, a Stellantis também terá que fazer adaptações por aqui devido às diretrizes do Proconve L8.
A partir de 2025, todos os modelos 1.0 turbo da empresa deverão incluir algum tipo de tecnologia híbrida, como medida para atender aos padrões de emissões locais.
Essa alteração, segundo analistas, pode impactar o preço desses veículos no país e incentivar o mercado de híbridos.
Carlos Tavares, CEO da Stellantis, reforçou o compromisso do grupo com as mudanças regulatórias e demonstrou apoio às normas ambientais europeias, destacando a importância de cumprir as metas de redução de emissões sem postergá-las.
Investimentos em veículos elétricos e infraestrutura
Para cumprir o objetivo de dobrar as vendas de carros elétricos, a Stellantis também precisará investir em infraestrutura e incentivos ao consumidor.
A estratégia inclui uma série de estímulos direcionados aos funcionários da cadeia de distribuição — vendedores, gerentes e revendedores — para impulsionar a venda de veículos movidos a bateria.
Outra abordagem será oferecer benefícios em regiões estratégicas, onde a aceitação dos elétricos é maior.
Além dos incentivos internos, a Stellantis planeja continuar desenvolvendo modelos elétricos acessíveis para competir com os carros a combustão, que ainda são mais baratos em mercados tradicionais.
Mudanças estratégicas para superar os desafios das novas regras
As mudanças impostas pela União Europeia exigem adaptações significativas de toda a indústria automotiva.
Para a Stellantis, que inclui marcas como Fiat, Peugeot, Citroën, Dodge, Jeep e Lancia, o desafio será conciliar essa transição com a demanda ainda alta por veículos a combustão.
Ao mesmo tempo, a Stellantis tentará se antecipar aos impactos financeiros dessas novas regras, especialmente se as multas por excesso de emissões se mostrarem pesadas para o grupo.
Por isso, o foco em veículos elétricos e híbridos também reflete uma estratégia para reduzir os riscos de sanções regulatórias.
O futuro da Stellantis em um mercado em transformação
O cenário para a Stellantis na Europa ilustra os impactos das novas diretrizes ambientais nas grandes montadoras globais, levando-as a adotar estratégias antes impensáveis.
O aumento de preços e a redução de produção de veículos a combustão são apenas os primeiros passos em uma longa jornada para atender às expectativas de um futuro mais sustentável.
Essa transição, no entanto, poderá ter efeitos inesperados em diferentes mercados.
Países onde a infraestrutura para veículos elétricos ainda é limitada poderão enfrentar dificuldades na adaptação, enquanto regiões mais avançadas nesse sentido podem acelerar o ritmo de eletrificação.
E você, acha que as montadoras deveriam investir ainda mais em carros elétricos ou manter opções a combustão para mercados tradicionais? Comente abaixo!